25 março, 2006

ENGATES
Não há lugar mais apropriado para observar a arte de engatar do que uma discoteca. Mal passamos pelo porteiro entramos num verdadeiro palco de conquistas. E, mulheres, cá vai a cereja no topo do bolo: há muito por onde escolher! Aqui vai uma ajuda para identificar os vários tipos de reis do engate.
Comecemos pelo tipo Zézé Camarinha: normalmente está encostado ao balcão, a beber uma cerveja. Usa camisa cintada, desabotoada até ao estômago, de tecido de uma cor berrante e o brilho dos sapatos, bem engraxados, é capaz de deixar qualquer um cego. A sua abordagem situa-se entre o “ainda dizem que as flores não andam!” e o “Deixa-me ver a etiqueta da tua camisola: só podia: Made in Heaven”. No comments!
Seguimos para o tipo não nasci para isto: Veste umas jeans, uma sweat-shirt com umas letras fluorescentes a dizer angel e divide o cabelo milimetricamente em duas partes que se prendem às orelhas. Normalmente ele fica num canto da pista- no mais escuro que houver. Dança com os olhos colados no chão não vá alguém aproximar-se. Mas, se por acaso, encontra uma pessoa interessante, bebe mais quatro vodkas e tenta uma conversa: “olha, estive a pensar num argumento para vir ter contigo mas como não encontrei resolvi vir na mesma!”.
Passemos para o tipo Dom Juan do mares. Este é, sem dúvida, o que está mais na moda. Tem aquele ar de surfista, com a pele queimada e o cabelo alourado pelo sol. Prefere um bom par de ténis e umas calças de ganga largas e confortáveis que, quantos mais bolsos tiverem, melhor. Onde quer que ele esteja estão as raparigas mais in da discoteca. Das duas uma: ou vem atrelado à namorada ou então anda durante toda a noite a percorrer a discoteca e a distribuir sorrisos.
Vejamos agora o típico menino da linha. Gosta de sentir as calças bem apertadinhas no estômago e de sentir o vento a passar-lhe pelos tornozelos. Usa um corte de cabelo escadeado, com a franja que desce, a pique, na diagonal até aos olhos. Sente-se bem em falar a todas as raparigas da discoteca e persegue os fotógrafos, implorando para tirar mais uma fotografia no meio das quatro amigas. Quando ele encontra o seu alvo pergunta-lhe sem demora: “você não é a prima da Laranja Vilela Torres de Almeida?”
Conheçamos, agora, o tipo Chez-moi. Ele não perde uma única Ladies Night. Demora duas horas a pentear o cabelo com o gel extra fixação e gosta, sobretudo, de usar calças pirata e uma camisola justa, de maga cava, preferencialmente em rede. Não dispensa uns óculos de sol na cabeça. Mal ele entra na discoteca dirige-se de imediato para a pista. Ahh...geralmente trabalha em equipa, acompanhado por dois amigos da mesma tribo. Procura um lugar da pista onde estejam três raparigas sem acompanhantes. Não perde tempo: a música é um óptimo pretexto para conhecer o corpo da “presa”. Desde cotoveladas a esfregadelas, vale tudo para a conquistar!
Por último, apresentemos o tipo bêbedo que nem um cacho. É muito fácil identificá-lo. Com os olhos semi- abertos vai tentando segurar o copo que tem na mão enquanto perde o ritmo da música. Este raramente incomoda mas, se por acaso, se sentirem desconfortáveis experimentem dar-lhe um empurrãozinho!
Muita atenção, olhos bem abertos! É que eles andam aí!

1 comentário:

Anónimo disse...

hehe lembro-me deste texto... ;)