19 dezembro, 2009


Não me canso de dizer que o Natal é a minha época do ano favorita porque me lembra a sorte que tenho em ter uma família unida.

O Natal é adorado por muitos e odiado por tantos outros. Esta quadra não tem meio termo. Funciona como uma lupa: aumenta a intensidade daquilo que vemos, sentimos e desejamos. As coisas boas e as coisas más.



Ontem estivemos a falar sobre a sorte que tivemos na infância, sobre o sabor da liberdade saudável que acompanhou o nosso crescimento.
O tempo era nosso e andava devagar, como o sopro quente dos dias de Verão. Eu cresci a brincar na rua. Quando chegava da escola queria despachar os trabalhos de casa para ir ter com os meus amigos. Andávamos de bicicleta, desenhávamos a cirumba e a macaca com pedras de cal no alcatrão, fazíamos gincanas e íamos para o pinhal lanchar - eram os nossos piqueniques. Se estivesse a chover as tropas reuniam na casa de um de nós e era a tarde toda na galhofa.
Aguardávamos ansiosos pelas férias de Verão – aqueles dias quentes e longos permitiam-nos estar na rua à noite. A escuridão do céu tornava o jogo das escondidas mais emocionante. Sujávamos a roupa, caíamos no chão, brincávamos na terra, rasgávamos as calças… e sim, ficávamos doentes de vez em quando, mas éramos felizes e desenrascados (tínhamos de ser, naquela altura não havia telemóveis).
Lembro-me de fazer sopas de água com farinha e cascas de cenoura que fingia dar às bonecas. A minha avó ajudava-me a prepará-las. Nessa altura os avós tinham tempo para brincar e tomar conta dos netos. Agora têm de trabalhar até ao momento em que alguém vai ter de tomar conta deles.
A velocidade do tempo, a rapidez e a facilidade com que a informação nos chega acaba por nos esmagar. As solicitações não acabam.
Hoje a maioria das crianças/adolescentes considera que os amigos que tem são aqueles quinhentos que pertencem à lista das redes sociais. Hoje é mais fácil comunicar através da Internet do que encontrarmos um dia compatível para nos reunirmos com os amigos. Hoje os pais têm pouco tempo para estar com os filhos e quando chegam a casa é natural que os queiram compensar pela ausência e tornam-se exageradamente permissivos. O tempo escorrega-nos entre os dedos. Eu sei que a vida devia ser feita de prioridades mas o ritmo dos ponteiros do relógio submete-nos a uma ditadura à qual é difícil escapar. É assustador…

16 novembro, 2009

Yann Tiersen - Esther

Para sentir. Apenas.

06 novembro, 2009

ESTOU EM PAUSA...

26 outubro, 2009

GRANDE REPORTAGEM
Levei um soco no estômago. Não daqueles secos e rápidos mas num movimento lento e agonizante que durou cerca de quarenta minutos. De quem é a culpa? Da grande jornalista Cândida Pinto que continua com a mesma capacidade de contar uma história que nos envolve do princípio ao fim. A jornalista consegue transmitir, de uma forma natural, a dor, a alegria, a miséria, a fome, a inquietação que os temas envolvem usando um único recurso:o ângulo da humanidade.
Hoje a Grande Reportagem retratou um dos maiores flagelos de África: as crianças orfãs, cujos pais morreram vítimas de SIDA (das complicações que o vírus provoca). Milhares e milhares de crianças ficam entregues a si próprias ou, com sorte, aos irmãos mais velhos, que também ainda são crianças. O programa levou-nos a Moçambique, onde o drama atinge uma grande parte da população. De repente, vi uma família de quatro irmãos que viram os pais morrer num espaço de três ou quatro anos. O mais velho, que na altura tinha apenas 16 anos transformou-se no homem da casa. Fugiram da terra onde viviam e construiram duas cabanas onde vivem até hoje. Os mais pequenos frequentam a escola enquanto os mais velhos lutam pela sobrevivência da família. a sua maior preocupação é arranjar comida para o almoço: a única refeição que fazem. O mais extraordinário é que o irmão mais velho, agora com 19 anos, diz que não precisa de nada. Com um sorriso, responde que para ele a vida é boa, "está bom". Dou por mim alapada num sofá, a ver televisão, coberta com uma manta polar, a comer uma maçã assada. Tenho TUDO: uma família unida, saúde, conforto, uma casa, um carro, um curso, trabalho, dinheiro, roupa. Mas às vezes chego à conclusão de que preciso de um casaco novo ou de um creme hidrantante. Perante aquelas histórias sinto-me envergonhada.
Aquele rapaz que nada tem - os pais morreram, foi obrigado a crescer depressa, foi-lhe roubada a juventude, teve de construir a própria casa, os armários, a mesa, as cadeiras, os brinquedos de lata, tem de cultivar os cereais, subir aos coqueiros para se alimentar, não tem sapatos e usa uma roupa rota, cheia de pó- diz que "está bom", não se revolta com o estatuto de sobrevivente que a vida lhe entregou. Até sorri. Consegue ser feliz com a miséria que o rodeia.
Esta foi apenas uma das famílias orfãs que apareceu na reportagem. Talvez a que me tenha tocado mais.
Aqueles miúdos, sim, são heróis. Verdadeiros heróis.

17 outubro, 2009

Dores de garganta, dores de ouvidos, nariz entupido, tosse, dores de cabeça, espirros e olhos inflamados é o resultado de dois dias a sair de casa com o cabelo molhado, a levar com o ar condicionado no máximo e a sair para a rua com 27º. Só fiquei mais descansada quando percebi que não tinha febre. Ainda assim, quando fui ver a minha sobrinha lá meti a bela da máscara cirúrgica. É desconfortável. Mais uma razão para eu não ter enveredado pela Medicina.
Fiquei desapontada com o Miguel Sousa Tavares. Gosto do senhor, mesmo com aquela arrogância toda acho-lhe muita graça. Mas confesso que não lhe ficou nada bem sair em defesa da sô dona Maitê. Muito menos usando aquele tipo de argumento de que Portugal é um país sem sentido de humor, provinciano, repleto de ignorantes. Ora, eu, tal como milhares de pessoas, vi o vídeo. Não me chocaria se fosse um Jô Soares a fazê-lo, um Miguel Falabella, ou uma outra personalidade cómica. Mas a verdade é que esses senhores são suficientemente inteligentes para perceberem que aquele vídeo amador foi de mau tom e de uma ignorância que ofende o próprio Brasil. É uma peça completamente desenquadrada do estilo da actriz. Sinceramente, acho que os brasileiros devem ter ficado mais chocados que os portugueses. E depois aquele vídeo de pedido de desculpas... só me vem uma palavra à cabeça: ridículo! Chocou-me sobretudo o momento em que a senhora entra no Mosteiro dos Jerónimos e imita a estátua da fonte, cuspindo para a água. Já para não falar da conversa descabida sobre os túmulos de Camões e de Vasco da Gama. Aquilo não é humor. É puro mau gosto, só revela uma grande falta de respeito para com a cultura portuguesa, para além de uma tremenda ignorância.
Os portugueses até têm um grande sentido de humor. Temos a capacidade de rir daquilo que somos e fazemos. Sem preconceitos. Basta olhar para as audiências dos programas humorísticos como Os Contemporâneos e os Gato Fedorento. Nós conhecemos as limitações e os defeitos do nosso país e sabemos rir-nos deles.
É uma pena, até simpatizava com a senhora. Lembro-me dela a fazer de Helena na novela Felicidade e de professora do Sassá Mutema.
O melhor mesmo é a Maitê dedicar-se às personagens de teatro e novela. O que este vídeo veio provar é que a senhora sem guião é um verdadeiro desastre. Inconveniente, mesmo.
Depois disto, devia fazer um pedido de desculpas a todos os brasileiros. Eles foram os principais lesados com aquele vídeo. Foi uma pena a actriz não ter entrevistado os imigrantes brasileiros que vivem em Portugal. Perdeu a oportunidade de lhes perguntar o que é que os leva a viver neste país tão atrasado, mesquinho, e com pessoas tacanhas e ignorantes... que nem sequer têm a capacidade de perceber o humor inteligente, quase erudito, de Maitê Proença.
Quase um mês depois volto a dar notícias.

Mais uma volta na montanha russa, mais uma mudança. Precisamente numa altura em que menos esperava. Sabem aqueles momentos em que temos de fazer uma escolha de um dia para o outro, como se uma simples palavra ganhasse um poder mágico de transformar a nossa vida? Mudar ou não mudar de empresa- eis a questão! Decidi ir em frente, seguir a minha vontade. Atirei-me da prancha de dez metros. Logo eu, que tenho vertigens. Passadas duas semanas devo dizer que o saldo é positivo. Estou a gostar muito. Sinto-me incentivada com o projecto e com o conceito da empresa. Estou contente. Além disso, pode parecer um argumento estúpido, mas estou a quinze minutos de casa, o que faz com que consiga aproveitar muito melhor as horas. Tenho tempo para fazer o que me apetece e para estar com quem quero. É tão bom. Reencontrei algumas pessoas e conheci outras tantas. Há uma boa energia por aqueles lados.
A minha vida precisava de uma mudança. Tinha plena consciência disso mas não esperava que fosse tão cedo. Talvez seja o início de um novo ciclo. Com muito sol, espero!

26 setembro, 2009

Ando desaparecida, eu sei, e pesa-me a consciência de deixar o sextosentidos abandonado.
Não, não estou em fase de reflexão política (já perdi demasiado tempo com isso e arrependi-me. Agora optei por exercer o meu dever cívico mas sem pensar muito. Estou convencida de que na política nos devemos atirar de cabeça no momento do voto e ir atrás da nossa intuição). Bom, mas isto tudo para dizer que estou sim numa fase introspectiva acompanhada por um regime alimentar, que calha sempre bem nestas alturas. Estou feliz? Acho que sim. Sou feliz? Tenho a certeza. Mas falta qualquer coisinha...
Sei o que é e tenho saudades. Não é dele mas daquilo que ele me faz sentir. Ás vezes tenho vontade de voltar atrás e arriscar. Outras vezes, quando a racionalidade se apodera de mim, a pergunta permanece: Porquê?!

07 setembro, 2009

Os Azeitonas - Quem és tu miúda

É a música que me faz lembrar a Matilde. Só porque o meu pai lhe chama "miúda" e ela começa a rir-se de imediato. Sempre que ouço esta música na rádio lembro-me dela e também sorrio.

É tão real que quero partilhar:

"A razão principal é que já não há muita gente que tenha tempo a perder com o deserto. Não sabem para que serve e, quando me perguntam o que há lá e eu respondo "nada", eles riscam mentalmente essa viagem dos seus projectos. Viajam antes em massa para onde toda a gente vai e todos se encontram. As coisas mudaram muito, Cláudia! Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no Facebook e nas redes sociais da Net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio falam sem cessar; em vez de se encontrarem, contactam-se, para não perder tempo; em vez de se descobrirem, expoem-se logo por inteiro: fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertidos, "leves", disponíveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão. Eis porque já não há ninguém para atravessar o deserto. Ninguém capaz de enfrentar toda aquela solidão. "
Miguel Sousa Tavares, No teu deserto

30 agosto, 2009

Meus queridos 27

Comecei os 27 da melhor maneira. Rodeada por muitas das peças que completam o puzzle da minha vida. Jantar maravilhoso, cheiro a maresia, fogo de artifício, uma lua descomunal, uma noite quente, muita música e dança. Beijos, abraços e sorrisos. Os 27 vão ser qualquer coisa de bom. Sinto!

24 agosto, 2009

Praia de S. Pedro. Centenas de pessoas espalhadas pelo areal. Não havia um metro quatrado de areia à vista. Deitei-me à beira-mar. Primeiro, eu e o último livro do Miguel Sousa Tavares. O "No teu deserto" a ser consumido numa praia que de deserta tinha pouco. Mais tarde, a Sarita juntou-se num cenário que como um rapaz dizia: parece aqueles documentários da National Geographic, onde se vê as plataformas de gelo cobertas de focas.
Ainda assim soube-me mesmo bem!

23 agosto, 2009


Estou com o cabelo escuro - castanho muito escuro - um tom que o marketing prefere chamar "chocolate preto". Pintei-o. Nunca o tinha pintado de um tom tão escuro... cheguei a pôr em hipótese o preto mas tive medo de me arrepender. Ia ficar com um ar mais carregado e se quisesse atenuar o resultado seria mais difícil. Além disso, o preto pede sempre um corte ousado, fashion, irreverente. Não é o caso do corte que tenho (se é que ainda se pode chamar corte). A simpática senhora do supermercado é que o escolheu: "Leve este, que vai ficar lindamente com a cor da sua pele" e eu obedeci - talvez influencidada pelo nome do tom. Soava bem.

Estava farta das diversas tonalidades que coabitavam no meu cabelo: madeixas ruivas e loiras, secas do sol e do mar e o castanho natural que anda a crescer rapidamente. Resolvi o problema. A uma semana de fazer 27 anos apeteceu-me mudar de visual. Gosto de o fazer várias vezes durante o ano, gosto de descobrir novas Catarinas (umas mais do que outras). Sinto que é sempre uma nova fase, ainda que muitas vezes não o seja na realidade. Mas pelo menos eu gostava que fosse e imagino sempre que seja.

Vamos ver o que é que os 27 anos e os meus cabelos escuros me trazem de novo.

30 julho, 2009

Regresso à CC
Regressei à Casa, agora no Chiado. É um dos meus locais de eleição em Lisboa e apesar de ser longe de Cascais, gosto de trabalhar ali. Aproveito a viagem de comboio para pensar, para ler, para ouvir música... ando sempre a pé - todos os dias subo e desço a Rua do Alecrim.
Esta mudança é uma espécie de regresso ao passado, às origens. Foi naquela empresa que o meu percurso profissional começou, há quatro anos.
Há duas semanas fui surpreendida por um telefonema inesperado e dois dias depois já estava a escrever um projecto de ficção. Foi precisamente no momento em que tinha decidido aproveitar um pouco para pensar na minha vida. É sempre assim! Estava prestes a aventurar-me lá fora... tinha falado sobre isso com a Rak na véspera. Até agora estou a gostar; a minha equipa é porreira e... yes, voltei à ficção! :)))))))
Estou feliz. Pelo menos até Janeiro estou a respirar o charme do Chiado!
Acho que a estrelinha está comigo!

29 julho, 2009

Surpresa
Nunca me tinham feito tal surpresa. E logo eu, que adoro boas surpresas. Depois de umas mensagens inquisitórias... eis que ele me aparece de mochila às costas, carregado com gelado de morango, frutas, sumo de maçã e água das pedras... para irmos "piquenicar" ao pôr-do-sol. E lá fomos nós ver o sol a descer até ao mar num fim-de-tarde onde o barulho do mar rompia o silêncio, a par das nossas gargalhadas. O vento tinha parado no Guincho e o tempo também. As horas perderam-se no sabor de histórias intermináveis. Eu e ele. Nós e o pôr-do-sol. Ele faz-me sentir especial.

15 julho, 2009

Ontem fomos ver o World Press Photo, no Museu da Electricidade (recomendo vivamente! Está até ao dia 19 de Julho, próximo domingo). Depois de um belo passeio junto ao rio fomos "esplanar" para o bar do CCB. Digam lá se o rapaz não tem bom gosto?
PARABÉNS, VAN!


Hoje é um dia especial, pois a minha querida amiga Vanessa faz 27 anos. Falar da Vanessa é fácil, muito fácil. Ela é das melhores pessoas que conheço, é uma amiga plena, inteira, verdadeira. A Vanessa também carrega o mundo ás costas, está sempre disponível para tudo e para todos, e nunca se cansa de ajudar. Sabe ouvir, sabe aconselhar, sabe dar colo, sabe ralhar quando preciso de ouvir a verdade, sabe rir-se comigo mas também sabe chorar. É uma caranguejinha pura. Tem o sentido de família bem apurado e envolve-se facilmente em tudo o que entra. É uma excelente profissional por isso sei que a estrelinha vai estar sempre com ela - independentemente das voltas que a vida dá.
A Vanessa é um doce de pessoa. Um daqueles petit gateau que saem quentinhos do forno e que derretem qualquer gelado de nata.
Tenho uma grande sorte por a vida dela se ter cruzado com a minha há quase dez anos. Uma grande sorte!

13 julho, 2009

Arcade Fire - Neighborhood #2 (Laika) - 2005/08/25

ADORO!

Ando com uma vontade de conhecer esta cidade... espero que seja em breve!

António Zambujo e Roberta Sá

Dia 15 de Julho o António Zambujo vai subir ao palco com o meu adorado Ivan Lins, às 22h00 no Parque Marechal Carmona. O concerto promete e eu prometo que depois conto tudo!
Obrigada querida Jagunça por seres sempre a manager! :)

Ele era um cromo daqueles que só aparecem uma vez na vida - pelo menos era o que ela pedia com toda a esperança do mundo. Ele tinha mais segurança que o sistema ABS de um carro topo de gama, tinha um ego três vezes maior que o planeta Terra e um sorriso, um maldito sorriso de D. Juan que a enfeitiçava. Ele representava duas coisas que ela detestava nos homens: presunção e arrogância. Até era inteligente, ou pelo menos aparentava, mas faltava-lhe um plano, uma estratégia. Provavelmente nunca tinha pensado nisso porque precisava de pouco para conquistar as mulheres. Bastava sorrir, bastava convencê-las de que era bom: e disso ele tinha a certeza. Mas ela que sempre tinha sido uma mulher exigente queria mais, precisava mais do que um sorriso e uma total disponibilidade. Até porque as facilidades a enjoavam, ela gostava mesmo de um bom desafio, de uma boa surpresa e ele não estava preparado para isso. Para ele os preliminares eram uma perda de tempo. Os cafezinhos também. Mas ela desejava uma boa conversa ao sabor de um café expresso, longo, com um pau de canela, acompanhada de bossanova. Logo ele que odiava música brasileira...
Deixaram de se ver até que o destino os voltou a juntar. Ele insitia, queria tê-la, oferecia-se a toda a hora porque o orgulho não engolia a rejeição. Simplesmente. Ela lembrava-se dele às vezes. Ele não desejava conhecê-la nem sequer cativá-la, queria apenas tê-la nem que fosse por um instante. Houve uma noite em que se encontraram no meio da multidão. Ele ia para casa e ela estava a fazer tempo para ir também. Ele foi embora com aquele maldito sorriso. Tinha mesmo de sair porque nesse dia ela ia encontrar alguém que a queria conhecer tal como ela era. E assim foi. Sentou-se num sofá, sozinha, e momentos depois ele sentou-se ao lado dela. Refilou porque a noite estava caótica, porque a viagem tinha sido desgastante, prometia que nunca mais voltava. Ela ouviu-o e ele também quis ouvi-la. Finalmente.

09 julho, 2009

Carminho- A Bia da Mouraria

E uma marchinha!

Carminho- Escrevi Teu Nome no Vento

Acabei de sair de um concerto da Carminho. Foi a primeira vez que a ouvi e fiquei muito surpreendida. Para mim fadistas há muitos, mas fadistas que sentem o fado e que o conseguem transmitir aos outros há poucos. Gosto de fado, acho que aprendi a gostar com a idade. Das mulheres, a minha voz favorita continua a ser a de Amália. Depois, nos outros lugares do pódio, ficam a Mariza e a Mafalda Arnauth. Hoje junta-se a Carminho, que no meu pódio há sempre espaço para quatro. Dos homens, Carlos do Carmo, Camané e António Zambujo. Sete músicos cheios de talento, que representam aquilo que o fado tem de melhor. O despertar dos sentimentos.

08 julho, 2009

A MATILDE JÁ TEM UM MÊS!
É impressionante como o tempo passa a correr... ainda ontem chegou a casa toda cor de rosa, ainda com o rosto inchado, enroladinha. Agora a Matilde já tem um mês, está cada vez mais crescida, mais atenta e já aprendeu algumas manhas. E está também cada vez mais bonita - não é por ser minha sobrinha, a sério, mas é uma bebé lindíssima. Ganho horas a olhar para ela, à espera de algum gesto enquanto dorme; ganho horas a apreciar o momento do banho, que ela adora; ganho horas quando pego nela ao colo e sinto aquela paz que só os bebés têm.
Não faço ideia do que é ser mãe (mas quero saber) mas ser tia tem sido uma experiência maravilhosa e tem tendência a melhorar.

Estou muito contente com a minha nova aquisição. Partilho com ele algumas horas por dia. Tem-se portado muito bem!


03 julho, 2009


Depois do processo criativo estou prontinha para dormir.


- Cama com roupa lavada;

- Banho nocturno;

- Creme hidratante;

-Pijama lavado;
Resta-me esperar pelos bons sonhos.

02 julho, 2009

"Latika's Theme"

Porque hoje preciso mesmo de inspiração.

01 julho, 2009

Os amigos escolhem-se e as amizades constroem-se. Exactamente, Tita. Exactamente.

30 junho, 2009



Aqui entre nós, que ninguém nos ouve (especialmente o Doutor Póvoas) esta semana matei saudades da infância. Mas fiz a papa com água - não é a mesma coisa, devo dizer. Para a próxima experimento com leite de soja. Sounds good!
Hoje reparei que estou cheia de cabelos brancos. Estão espalhados por toda a cabeleira! Já não é apenas aquela madeixa, mesmo à frente, do lado esquerdo. Aquela madeixa que me acompanha há dez anos e que se vê só quando eu quero, quando mudo o lado do risco - o que é raro, extremamente raro. Agora não há solução, é deixar os cabelos brancos à vista; para além dos já existentes, há uma data de novos a nascerem, fios brancos por todo o lado e não há tinta que pegue. Tendo em conta que tenho 26 anos o panorama não é animador...
O que é que o pavão diz? Ó p'ra mim, sou tão bom!
Cuidado, eles andam a fugir dos jardins...

29 junho, 2009

Outras andanças
A vida dá muitas voltas, mesmo. Há uns meses atrás achava que seria impossível . É estranho. Ando a aprender a ser jornalista. Tenho tanto para aprender...
A experiência tem sido boa, muito boa até. Sinto-me uma grande sortuda por trabalhar com pessoas fantásticas, mais uma vez. Nasci mesmo com o rabinho virado para a lua!
Duas das peças que fiz vão ser exibidas na RTP, no dia 2 de Julho,assinalando a luta contra a leucemia, inseridas no programa "Solidários até à Medula". Foi psicologicamente duro fazer estas peças. Mas por outro lado, foi muito enriquecedor conhecer miúdos de dezassete, dezoito e dezanove anos, que são rostos de esperança. Uns por terem feito um projecto extraordinário na escola, um projecto que por ser tão sério e com resultados tão positivos ultrapassou os limites escolares; e a D., que é uma rapariga que aos 13 anos fez um transplante de medula e que foi obrigada a crescer enquanto lutava pela vida. A D. continua a lutar, vive cada dia com toda a intensidade, sem planos a longo-prazo; tem um brilho intenso no olhar, cheio de vida. A força daquela miúda é contagiante. Nunca vou esquecer.
Apesar destas andanças que nos enchem de experiências os tubos de ensaio, continuo a querer escrever ficção. Esta semana vai ser dedicada a isso, ao meu projecto. O deadline é segunda-feira. Portanto, vai ser trabalhar, trabalhar, trabalhar. Com muito prazer!

19 junho, 2009

Porque hoje foi um dia especial, interiorizei que:

- vou aprender a dizer não;

- vou deixar de carregar o mundo às costas;

- vou ter tempo para mim, para me conhecer melhor;

- vou dizer/exteriorizar o que penso;

- vou pedir ajuda sempre que precisar;

- vou mostrar o que sinto e "baixar a guarda";

- vou conquistar o meu caminho;

- vou fazer as MINHAS escolhas;

- vou descobrir o que me faz feliz;

Parece que iniciei um período de auto-descoberta e que os próximos dois anos vão ser decisivos nesta transformação interior. A nova Catarina está a nascer!

18 junho, 2009





Hoje era miúda para me meter num avião e só parar ali!

17 junho, 2009







HOJE É DIA DE TEATRO!
Depois de um mês intenso nas Marchas e de o trabalho ter corrido bem está na altura de mergulhar novamente no guião do filme. Agora que já passou algum tempo o desafio é voltar a olhar para ele e perceber o que tenho de alterar e adaptar, tendo em conta as indicações que recebi da produtora. Vai ser um grande desafio e vou dar tudo o que tenho e o que não tenho para tornar este sonho realidade. Estou muito feliz, com um frio na barriga (confesso), mas ansiosa por agarrar no texto.
Sexta-feira vai ser um dia muito especial. Espero descobrir aquilo de que ando à procura. Ou pelo menos conseguir ter algumas luzes. Já não era mau!
Adoro tê-la nos braços e ficar simplesmente a olhar para ela. É tão bom observar cada movimento, cada expressão no rosto rosado e perfeito, esperar que ela abra os olhos e esboce um sorriso involuntário.
Ai o relógio biológico a trabalhar!
Chapéus há muitos... e homens também!
Mas é preciso é saber escolhê-los. Quem me conhece sabe que a Margarida Rebelo Pinto me faz uma certa comichão na garganta... e no resto do corpo, provoca-me urticária - mesmo. Não é inveja pelo facto de ela ganhar a vida como escritora mas confesso que me faz confusão a senhora escrever um livro enquanto eu bebo uma chávena de chá... e aquela arrogância não lhe fica nada bem - mas gostos não se discutem. Ela vende livros, muitos livros - essa é que é essa!
Bom, mas esta semana folheei uma revista daquelas que adoro levar para a praia, a Activa, e encontrei um artigo escrito por ela que se chama "A verdade sobre os mitos do amor". Encontrei nalguns pontos alguma verdade. Ora vejamos:
"Há quatro tipos de homem. O sacana profundamente atraente, o doméstico profundamente chato, o sacana que finge que é boa pessoa, e o que não tem a mania de nada, que é o melhor de todos. E não, não está sempre casado. Temos é de o encontrar na idade certa: aos 30. Não se pode levar a sério um homem antes dos 30. Até aos 25 sofrem o primeiro desgosto de amor. Entre os 25 e os 30 percebem o grande poder que têm e ficam entre tornar-se um homem normal ou um sacana, e aos 30 escolhem. E ainda há o eterno indeciso, o gajo mais chato do mundo. É o menino da mamã que nunca cortou o cordão umbilical e quer casar-se com uma rapariga igual à mãe, mas quando ela aparece, fica tão apavorado que não se casa. Está sempre à espera que a vida o leve, mas como diz o José Eduardo Agualusa, "um homem que se encosta às suas circunstâncias pode cair"."
Prefiro chamar ao tipo que não tem manias o homem extraordinário qb. Porque a normalidade também tem pouca graça. Parece que é difícil encontrá-lo antes dos 30 mas eu conheço excepções - juro que conheço. Homens que antes dos 30 perceberam que queriam ser extraordinários e são. Simplesmente.

06 junho, 2009

MATILDE
4 de Junho de 2009. CUF Descobertas. Subi o elevador a correr e avistei logo a minha irmã. Estava linda, bronzeada, tranquila, sorridente com o barrigão mais descaído do que o habitual. A Matilde queria nascer. Passados alguns minutos estava no quarto, já de bata. Continuava tranquila e linda. Umas horas mais tarde as contracções começavam a apertar e os exercícios de respiração ajudavam a esquecer a dor. Estive com ela até quando pude. Dez minutos depois de lhe ter sido dada a epidural a Matilde insistia em sair. Não havia tempo a perder. Despedi-me da minha irmã com uma serenidade inexplicável: tinha a certeza de que ia correr tudo bem. O Francisco acompanhou-a naquela horinha que se quer bem curta. E foi assim que aconteceu. Meia hora depois a Matilde chegou. Eram precisamente 21h55. De gorro cor de rosa debruado a azul na cabeça, embrulhada numa manta branca, de olhos bem abertos estava a princesinha, ao colo da enfermeira, no berçário. Fiquei parada a olhar para ela, através do vidro do berçário durante minutos. Era a minha sobrinha, aquela que vi crescer dentro da barriga da minha irmã; aquela bebé por quem sinto um amor inexplicável.
Pela primeira vez depois de tanto tempo senti que o hospital também cheira a vida; aquele aroma forte do desinfectante que tantas vezes me agoniou e me agonizou a dor ontem transmitiu-me esperança, cheirou a vida.
A minha Matilde é uma princesa. É pequenina, tem a pele macia e rosada, os olhos rasgados e escuros como o pai, a boca e o nariz arrebitado como a mãe.
Sou tia. Parece que ainda nem acredito. De repente, a família voltou a crescer. Sinto-me TÃO feliz! Estou muito orgulhosa da minha irmã, que se portou como uma heroína, do meu cunhado, que foi um guerreiro.
A minha sobrinha... a minha sobrinha...

22 maio, 2009

É OFICIAL:
ESTOU A TORNAR-ME NUMA MULHER VODAFONE!

16 maio, 2009









Há relações que só funcionam à distância. É o caso da que mantenho com o despertador. Se ele estiver perto de mim é muito provável que a história acabe mal.

08 maio, 2009

"Por que é que as pessoas que querem ser livres, independentes e tudo o mais, são aquelas que mais mal aguentam a solidão? Porque, para o mal e para o bem, habituaram-se a uma companhia constante. Não percebem que as saudades, que os desejos nunca realizados, os sonhos que ficaram suspensos, são a melhor companhia (embora também a mais triste) que se pode ter?"

E agora pergunto eu: Por que é que o Miguel Esteves Cardoso tem sempre razão?!
Pagar o seguro do carro e a revisão dos 40 000 km no mesmo dia é tramado!Dá logo vontade de o vender!

Maio começou muito bem. Os primeiros raios de sol abrasador mudaram os meus dias. Estou a fazer um trabalho muito enriquecedor ao nível pessoal. É cansativo, tenho chegado a casa estoirada, mas a verdade é que conhecer a face mais popular e mais genuína dos bairros lisboetas tem sido uma experiência única, um grande privilégio. Há histórias de vida fascinantes, há paixões arrebatadoras pelo lugar onde se vive, há miséria mas também há muita união - em muitos casos os vizinhos tornam-se a família. As festas populares que invadem Lisboa no mês de Junho são esperadas com entusiasmo por todos. É a festa por excelência, aquela que é feita por todos e para todos.
Tem sido bom encontrar o equilíbrio entre a escrita criativa e o jornalismo.

24 abril, 2009


Pertenço a uma geração que nasceu em liberdade. Para mim o 25 de Abril de 1974 é um episódio que tem tanto de distante como de encantador. Lembro-me de absorver as aulas de História quando o tema era a Revolução dos Cravos. Os tempos de Ditadura eram tão diferentes da realidade que conhecia que ficava fascinada a ouvir o quotidiano dos portugueses daquela época. Pertenço a uma geração que nasceu com a "papinha toda feita", que nunca teve de lutar por nada, que tem uma grande dificuldade em valorizar o que a rodeia. Pertenço à geração da descrença na política, do "deixa andar", do "não me choca".

Cresci em democracia, em liberdade. Não tive uma educação católica, posso sair do país quando quero e quando me apetece, tenho o dever de ir às urnas mas também tenho o direito de não votar, posso trabalhar no que quiser e com quem quiser, emito opiniões sobre tudo, quando quero e como quero, posso expressar as minhas convicções... talvez seja por isto que a Ditadura me pareça uma época tão distante. Mas nunca me esqueço de que foram os nossos avós que fizeram a Revolução, que ofereceram ao país a Democracia. Foram esses soldados, guerreiros sem armas, que lutaram para que a sociedade portuguesa se transformasse, para que nos dessem um país melhor para crescermos e vivermos mais felizes do que eles foram. Para que tivessemos mais oportunidades do que eles tiveram. E nós o que é que fizemos? O que é que temos andado a fazer? Nada. Rigorosamente nada.
Depois de ter mandado o currículo para vinte empresas eis que passado duas horas recebo um telefonema de uma delas. Do outro lado a voz rouca e enérgica atropelava-se nas palavras. Depois de uma breve conversa marcou logo uma reunião para o dia seguinte, ontem portanto. Gostei imenso de o conhecer. Primeiro porque mostrou ser uma pessoa prática, que tem uma filosofia muito própria em relação à área que domina; depois porque fiquei impressionada com a forma como falou daquilo que o move (vê-se mesmo que tem conhecimento da área em que trabalha, que tem os horizontes bem abertos, fruto das experiências que tem tido fora do país); terceiro porque revelou interesse e respeito pelos projectos que lhe apresentei. Ficou de me contactar daqui a duas semanas. Vamos ver como é que corre. Até lá... pensamento positivo!!!

22 abril, 2009

ESTÁ DECIDIDO! Amanhã vou começar a mandar currículos. Ser freelance é jogar ao ataque. Televisão, cinema e publicidade são as áreas a explorar - tanto aqui como lá fora.
Tenho andado desaparecida - literalmente. Não gosto de ter o blogue desactualizado, muito menos nas fases em que preciso desta espécie de terapia que é escrever. Sinto-me numa viagem introspectiva, acho que nunca pensei tanto na minha vida - é o que faz ter tempo. Precisava de o ter, provavelmente. Precisava que todas as questões que agora penso e repenso fossem colocadas. Mas custa um bocadinho... nestas últimas semanas acho que estou a viver numa montanha russa de sentimentos. Ora estou lá em cima a apreciar a vista deslumbrante , ora desco a pique e aterro no chão, com os pés bem assentes, por sinal. Mas é uma fase e há-de passar. Eu sei.
Ontem acabei de escrever o guião da minha primeira longa-metragem. O meu primeiro "filho"! Estou muito feliz por ter conseguido, por ter acreditado que devia seguir aquela vontade. E precisamente por ter terminado no dia em que o meu avô fazia 88 anos. Este projecto tem sido construído numa base de coincidências - para quem acredita que elas existem. Eu não. Acho que é mais do que isso... tem de ter um significado maior.
Gosto do resultado final mas sinto que podia estar melhor. Por isso é que gosto de lhe chamar primeira versão. Quanto mais leio mais dúvidas tenho! Mas isso é o caminho para o progresso, certo?! Questionar para melhorar!

05 abril, 2009

Anuncio coca cola - estas aqui para ser feliz

Não bebo coca-cola. Não gosto de bebidas com gás. Mas sempre adorei os anúncios da marca. Para mim este é, sem dúvida, um dos melhores. Arrepia.

29 março, 2009


Por causa de uma conversa que tive ontem com a minha amiga Ana recebi por mail este magnífico texto de Pablo Neruda, que me deixou a pensar. É verdade: morre lentamente quem não sente.

Quem Morre?
"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."


Pablo Neruda

28 março, 2009


Hoje é dia de teatro



Auditório Carlos Paredes (Benfica)


"Uma peça que retrata diferentes pessoas, diferentes cenários, diferentes momentos e diferentes sensações.
Afinal é disso que é feita a vida... "

Trinta anos. Conheço-a há 26 e meio… mas antes disso ela falava comigo quando ainda estava dentro da barriga da mãe. A minha irmã fez ontem 30 anos e nós organizámos-lhe uma festa surpresa com as pessoas mais importantes da vida dela. A ideia foi da minha mãe e eu, o meu pai e o Francisco apoiámos a iniciativa. Ajudei no que podia: a parte dos convidados, da logística, do “teatro” e dos doces. Porque a verdade é que, tal como aquela personagem do Herman, “eu é mais bolos”…
Mas o mais engraçado é que toda a gente ajudou como pôde para preparar a surpresa à grávida! Foi mesmo um trabalho de equipa, o que ainda tem mais valor.
Ontem estavam cá em casa quatro grávidas (todas seguidinhas) : a Matilde vai ter muitos amigos para brincar.
De repente, a nossa casa começou a encher-se de família e amigos, de gargalhadas, de crianças a correr de um lado para o outro, de silêncio para receber a aniversariante. Mal entrou, a Andreia ficou radiante com a surpresa. Acho que toda a gente gostou daqueles momentos de alegria, cumplicidade, amizade, amor. Deve ser bom chegar assim aos trinta anos, rodeada pelas pessoas de quem mais se gosta, no último ano sem filhos. O melhor presente desta data vai ser a chegada da Matilde. Estamos todos ansiosos… eu acho que ela vai nascer no Santo António. É um feeling.
Também já estou a caminho dos 30 e acho que deve ser uma idade maravilhosa: sempre tive essa ideia. Imagino que se tenha a juvialidade dos 20 com o upgrade da experiência, da maturidade e da serenidade.
Mas regressando à minha irmã… tenho a sorte de a ter como melhor amiga, como confidente, como “segunda mãe”. Está sempre atenta e preocupada comigo, acho que ainda me vê como uma criança que precisa de ser protegida. Sempre foi assim…
Quando ela saiu de casa custou-me imenso… mas a verdade é que a nossa relação nunca mudou. É assim o amor incondicional - sobrevive a tudo.
Tenho um enorme orgulho na minha irmã: por tudo aquilo que ela é e que me ensinou.

27 março, 2009

A MÚSICA DE HOJE

Jason Mraz ft. Colbie Caillat - Lucky official video

26 março, 2009

A Justiça no seu melhor...



Vale e Azevedo: o senhor está nas sete quintas: gordinho, sorridente, orgulhoso com os desfalques que fez; aposto que nunca esteve tão feliz a passear no seu Bentley com o motorista;
Isaltino Morais: não declarou quatrocentos mil euros porque era o que toda a gente fazia nessa altura, foi uma sorte naquela época o assassinato não estar na moda;
Casa Pia: O Bibi com a pena cada vez mais reduzida e os outros arguidos continuam a aguardar a prescrição do processo e o esquecimento público;
Avelino Ferreira Torres: absolvido de todos os crimes de que era acusado pelo Ministério Público: corrupção, peculato de uso, abuso de poder e extorsão.

25 março, 2009

A futura mamã, que agora está em descanso, resolveu criar um blogue. Resultado: feminina & singular: só podia ser a Matilde. A tia continua com a baba a escorrer...


http://femininaesingular.blogspot.com
A TEMPESTADE, na cornucópia



Ontem fui ver a peça de Shakespeare. Vale mesmo a pena estar colada à cadeira durante três horas. A história é tão poderosa como contemporânea. É um retrato verídico dos princípios pelos quais a nossa sociedade e a civilização se regem: a ambição, o poder, o egoísmo, o medo, a ilusão, a falta de consciência, o desprezo e a ignorância. Nos sonhos é sempre possível perdoar e reconhecer os erros. Na realidade também, acreditem.
A Tempestade de Luís Miguel Cintra envolve-nos a cada instante; a intrepretação dos actores é de luxo. As personagens Próspero, Ariel e Caliban são geniais.
Não percam a peça!

23 março, 2009

O SONHO COMANDA A VIDA. O SONHO COMANDA A VIDA. O SONHO COMANDA A VIDA. O SONHO COMANDA A VIDA. O SONHO COMANDA A VIDA. O SONHO COMANDA A VIDA. O SONHO COMANDA A VIDA.

22 março, 2009

A música do dia...

The Arcade Fire - Wake Up

PARABÉNS, JOANA!


Já nem me lembro do dia em que a conheci. A Joana faz parte da minha vida, desde sempre. Sei que foi no 10º ano que nos aproximámos. Ia com ela para a escola, de carro. Eram quilómetros de gargalhadas, de "corte e costura" e de filosofia (sempre fomos boas a dar conselhos uma outra, a nós próprias é que é mais difícil - há-de chegar o dia, ainda não perdi a esperança).
A Joana é das pessoas mais íntegras , mais inteligentes, mais divertidas e mais verdadeiras que conheço. É daquelas amigas que está sempre aqui, sempre. Aos 28 anos já viveu 100, 5o com alguns problemas impróprios para a idade. Mas ela tem uma força que me impresssiona! É incrível a forma como ela consegue ultrapassar as coisas negativas. Amiga, sei que a vida te vai compensar por tudo aquilo que já passaste. És uma pessoa muito especial e sei que passinho a passinho vais encontrar todas as respostas para as dúvidas que te assombram. Até lá, é viver o momento ;)
Aprecia o sol no esplendor dos dias e contempla as estrelas quando a noite for mais escura.
Beijinhos muito grandes.


UMA VERGONHA!

A arbitragem continua a ser de péssima qualidade e a afastar cada vez mais público dos estádios. Ontem era suposto o Sporting ter ganho porque seria o mais justo, mas como o Benfica este ano tinha de ganhar qualquer coisa... o árbitro fez um favorzinho.
O nosso futebol é uma tristeza.
Mesmo dentro da barriga eles têm sempre razão!
A minha sobrinha Matilde queixou-se da mamã andar demasiado stressada, a fazer imensos quilómetros por dia, de carro. Resultado: agora a mamã tem de estar de repouso porque ela já deu a volta aos seis meses. A rapariga está impaciente... mas vai ter de esperar!
Infelizmente cada vez há mais complicações durante a gravidez devido ao ritmo de vida da sociedade. A gravidez não é doença mas é preciso ter alguns cuidados porque os bebés reclamam.
Agora a maninha está de repouso e não pode fazer esforços. Estou em versão sistersitting, com muito gosto! A Matilde tem de ficar sugadita até ao Verão!

20 março, 2009

SOBREVIVI...

DEPOIS DE DUAS SEMANAS INTENSIVAS E DUAS DIRECTAS!
Foi um grande desafio! :)



09 março, 2009

08 março, 2009

DIA DA MULHER

Desejo um dia muito feliz a todas as super mulheres que fazem parte da minha vida.
Frade dos Mares: para quem come por prazer!

Descobri-o há dois anos. Fica precisamente na Av. D. Carlos I, perto do antigo Refúgio das Freiras, em Santos. É dos meus restaurantes favoritos por várias razões: a comida é deliciosa, os pratos têm uma apresentação irrepreensível e os produtos são de qualidade; o espaço é muito acolhedor (sobretudo nos jantares, onde a meia luz e a música de fundo nos transporta para um ambiente relaxante); consegue-se conversar sem estar aos berros; os empregados são muito simpáticos e educados, bastante disponíveis; e as sobremesas… hummm, perco-me com aquela tarte de limão.
Para aqueles que apreciam uma boa refeição num ambiente confortável recomendo vivamente este restaurante.
Estive lá na sexta-feira e deliciei-me com um risotto de camarão, que deve ter sido introduzido no menu há pouco tempo. Está aprovado!

06 março, 2009

05 março, 2009

Nunca tive medo de trabalhar. Atirei-me a esse mundo com garras e dentes e com a convicção de que a experiência me podia levar a concretizar os meus sonhos. Comecei com 17 anos a fazer babysitting, depois a trabalhar em festas de animação e a fazer de hospedeira em congressos e eventos. Na faculdade enquanto geria essas actividades decidi começar a fazer estágios, a mandar currículos, a receber “nãos” e cartas a agradecer a minha candidatura espontânea mas que naquele momento não andavam à procura de pessoas. Lembro-me de ter ido a um casting na Mega FM, de ter ido à segunda fase e ter ficado por ali. Lembro-me de ir ao Correio da Manhã e estar numa sala cheia de gente e fazer uns testes. Também não fiquei. Recordo-me do primeiro estágio, numa empresa de conteúdos online, sobre logística. Não tinha nada a ver com o que queria mas acreditei que podia aprender qualquer coisa e assim foi. Lembro-me da primeira entrevista que me fizeram na SIC Online, que me tinha corrido bastante bem mas que foi a minha amiga Sarita que acabou por ficar com o lugar. Acabou por voltar para a SIC uns anos depois, onde ainda hoje está. Recordo-me ainda melhor do dia em que lá voltei porque afinal precisavam de outra pessoa. Foram quatro meses maravilhosos, que jamais esquecerei. Pelo trabalho, pelo ambiente, pelas pessoas, por ter tido a oportunidade de trabalhar com amigas: a Sara, a Vanessa e a Carla. Depois chegou o dia das entrevistas na Endemol. A primeira e depois a segunda. Foram umas horas numa sala cheia de raparigas. A Van também foi a essa entrevista. Não sabíamos se tinha corrido bem ou não mas se ficássemos ligavam-nos nesse mesmo dia ao final da tarde. Decidimos ir lanchar a uma pastelaria para descontrair um pouco. Quando estávamos prestes a ir cada uma para a sua casa o telemóvel da Vanessa tocou. Ela tinha ficado e disseram-lhe logo que eu também. Foi uma grande festa… durante um mês. Trabalhávamos em turnos trocados e eu adorava o ambiente descontraído da Quinta das Celebridades, para além de ter tido imensa sorte com a rapariga com quem fazia dupla, a Joana. Entretanto tinha mandado o currículo para a Casa da Criação estava eu apenas há duas semanas na Produtora. Mas nem hesitei. Era tudo o que eu mais queria, escrever ficção. Fui à entrevista, chovia torrencialmente. Demorei dez minutos a chegar à vivenda do Alto dos Gaios. Fui entrevistada por dois argumentistas e pela responsável da Casa e editora de texto. Mal entrei senti-me muito bem. Tudo era harmonia. Lembro-me de ter pensado: quem me dera ficar aqui… Quando estava a chegar ao carro apareceu a Lúcia a correr de guarda-chuva na mão e perguntou-me: Se tivesses de escolher entre a Endemol e a Casa da Criação o que é que escolhias? Eu respondi de imediato que queria trabalhar ali. Ela foi-se embora. No dia seguinte, ia a caminho da Quinta, quando recebi o telefonema da Lúcia a dizer que tinha ficado. Queria gritar, saltar, festejar mas não podia… tinha de resolver primeiro a minha situação com a Endemol. Nessa noite não consegui dormir. Sabia que ia desiludir quem tinha apostado em mim. Falei com a minha responsável e ela percebeu perfeitamente e depois com a Joana, que também foi bastante compreensiva e desejou-me a maior sorte do mundo. Fiquei na Casa um ano e meio. Tenho óptimas recordações daquela moradia onde se vivia em família, pelo menos foi o que sempre senti enquanto lá estive. Chorei imenso quando saí, tinha aquela sensação de estar a abandonar uma família que tão bem me acolheu. Fizeram-me uma proposta e decidi sair porque achava que não podia perder a oportunidade de evoluir e de conhecer outras formas de fazer ficção e porque a era que a SIC estava prestes a iniciar prometia. Queria fazer parte de um projecto novo, precisava de crescer. Estive naquela empresa durante três anos. Apesar da forma como as coisas terminaram o balanço foi positivo. Não me arrependo de nada. Tornei-me mais segura, menos dependente e cresci. Ali tive de lidar com situações difíceis, “levei na cabeça”, e fui obrigada a gerir emoções, a engolir uns sapos, mas a verdade é que também foi ali que consolidei amizades e criei outras enquanto descobri a essência do espírito de equipa. Porque dependíamos única e exclusivamente de nós. Pela primeira vez, infelizmente, tive de lidar com um elemento da equipa bastante problemático cujo comportamento me desgastou muito durante um ano. Mas a vida é mesmo assim, temos de aprender a lidar com todo o tipo de gente e quanto mais cedo aprendermos melhor. Criei mais defesas, é verdade. Hoje em dia recuso-me a engolir tantos sapos, até porque não faz nada bem à digestão. Tornei-me mais activa, mais crente nas minhas capacidades e com vontade de ir mais longe. Depois foi a ida para Bucelas. Era a primeira vez que como guionista trabalhava directamente para uma produtora e gostei bastante da experiência. Foram seis meses felizes, com alguns sobressaltos pelo meio e algumas injustiças, mas isso faz parte da profissão que escolhi. Senti-me bem lá, para mim é fundamental. Desde que acabei o projecto que tenho aproveitado para criar outros de raiz e para tirar um sonho da gaveta e levá-lo para a frente.

Reconheço que tenho tido muita sorte mas também sinto que parte dela foi criada por mim. Pelo menos quero acreditar nisso.

Agora é a vez de arregaçar ainda mais as mangas e concentrar-me no futuro, nunca esquecendo o caminho que me levou até aqui, nem as pessoas que fizeram e que continuam a fazer parte dele. Porque como alguém me disse: “o coração ficará sempre no mesmo lugar”.

03 março, 2009

02 março, 2009




Entrei em modo de rega automática





Vou encontrar o meu lugar ao


27 fevereiro, 2009


A solidão mete mais medo que a morte



"I'd like to thank all my dogs, the ones that are here, the ones that aren't here anymore, 'cause, uh, sometimes when a man is alone that's all you got... is your dog. And they've meant the world to me". (Discurso de Mickey Rourke depois de ter recebido o globo de ouro para melhor actor de 2008). O extraordinário filme "Amores Perros", do realizador mexicano Alejandro González Iñárritu, prova claramente essa teoria.


Nunca tive um cão... mas acho que um dia vou ter.

25 fevereiro, 2009

A teoria da Van é que está correcta:


Antes éramos MULHERES TEFAL (pensávamos em tudo)

Agora somos MULHERES VODAFONE (vivemos o momento).

Estou tão orgulhosa!

23 fevereiro, 2009


Sean Penn é o meu actor preferido. Fiquei tão contente quando soube que tinha sido o californiano a ganhar o óscar de melhor actor. Já lá vão duas estatuetas nessa categoria (a primeira com a sua interpretação em Mystic River, um grande filme realizado por Clint Eastwood - também um dos meus filmes preferidos, a par de 21 Gramms). Estava a torcer por ele mas achava que desta vez o óscar ia parar a Rourke. Ainda bem que me enganei.

22 fevereiro, 2009

Sem dúvida um dos melhores filmes que vi até hoje. O argumento é brilhante e a história está muitíssimo bem contada. A realização transporta-nos indescutivelmente para Mumbai, para a história de Jamal. Um ritmo extraordinário, que me prendeu ao ecrã até ao fim do filme. Os actores foram muito bem escolhidos, desde as crianças aos protagonistas.
Espero que arrecade muitas estatuetas esta noite! Que seja esse o "destino" desta magnífica película.

Quando for grande quero escrever um argumento assim!

18 fevereiro, 2009

DUAS ARTISTAS, DOIS BLOGS

Espreitem estes trabalhos maravilhosos. Vale a pena!

http://margaridalfacinha.blogspot.com

http://meinepuppen.blogspot.com

17 fevereiro, 2009

Porque a papelada diz muito sobre nós


Hoje estive a organizar os papéis para o IRS. Normalmente acumulo facturas e recibos numa gaveta durante o ano inteiro e chega mais ou menos a este mês e começo a arrumar tudo em pastas. Estive horas, em cima do tapete de trapos, a mexer na papelada que se multiplicava a cada segundo. É engraçada a forma como aqueles papéis fazem parte da nossa vida, revelam um determinado momento.
Quem consultasse a minha gaveta podia facilmente descrever a minha personalidade e descobrir os meus hábitos (bons e maus) pelo menos neste último ano. Facturas de livros, de CD, de DVD, de séries; recibos de compras de supermercado, de restaurantes, de roupa, de telemóvel, do carro, dos seguros... cartas do banco e mais facturas da farmácia, de médicos, dos cursos, das viagens... do gasóleo (ganhou no que respeita à quantidade de facturas, sem dúvida!). Bilhetes de cinema, de jogos do Sporting e de concertos. Lembrei-me dos arrepios que senti no magnífico concerto do Rodrigo Leão no claustro dos Jerónimos e da energia vibrante no Pavilhão Atlântico ao som de Dave Mathews (vem cá outra vez!). Sorri ao ver um pedaço de papel rasgado com o contacto do Marcelo e um recado, escrito num post-it, da minha irmã a dizer que me adora e a desejar-me uma boa noite. Recordei alguns almoços e jantares - sempre em boa companhia. Tudo no papel, contabilizado. Apercebi-me de que as facturas e os recibos dizem muito sobre nós. Talvez até demais.

14 fevereiro, 2009



É a MATILDE - CONFIRMA-SE!

A minha sobrinha!

Vi-a na ecografia, ao vivo. Tive de ir lá espreitar. É uma sensação indescritível. O coração dela a bater a cem à hora, o torax... tudo perfeitamente definido. Amo-a desde o dia em que soube que ela existia. Estou ansiosa para a ver cá fora. Só faltam quatro meses e meio!

Neste preciso momento tenho um rio de baba a escorrer-me pelo queixo, em queda livre. Sou uma futura tia muitoooooooo feliz!

12 fevereiro, 2009


GINÁSTICA e RELAX GRÁT'S
Este sol quase que nos obriga a pôr os corninhos de fora, salvo seja. Foi isso que fiz hoje. Parei o carro perto da estação e fui andar pelo paredão até S.João, à praia da Azarujinha. Soube-me mesmo bem. O som do mar, o cheiro a maresia, o calor, aquela brisa fresca, as recém mamãs a passearem os bebés nos carrinhos, umas pessoas a correr outras a andar (como eu, mas eu ando depressa, a sério!)... relaxei e fiz exercício. Mil vezes melhor do que aqueles espaços cheios de aparelhos a que sou alérgica e que dão pelo nome de ginásios. Posto isto, só faço uma perguntinha: por que é que não fazes isso mais vezes, se estás a cinco minutos dessa bela caminhada? Shame on you!

Nada acontece por acaso.


A vida é mesmo como um novelo de lã. O fio enrola-se, desenrola-se, embaraça-se, cria nós. Mas está sempre lá - vai de uma ponta à outra.

09 fevereiro, 2009

A vida privada de Salazar 2º Episódio


Na minha opinião o segundo episódio é melhor que o primeiro. Aliás, acho que a série teria resultado melhor se fosse transformada num filme. Mas ainda assim julgo que a qualidade deste produto televisivo se destaca essencialmente pela fotografia. Gostei sobretudo da última cena, em que Salazar caminha em direcção ao oceano, de fato, calças arragaçadas e pés descalços, em que se vê também os sapatos pretos deixados na areia. Salazar tinha os pés demasiado presos à terra para sonhar e viver. Nem mesmo descalço se atrevia a tocar com os pés na liberdade do oceano. Deve ter sido infeliz. Um grande infeliz.




A vida privada de Salazar


Criei algumas expectativas em relação a esta mini-série. Primeiro era sobre Salazar, o ditador que foi e continua a ser odiado por uns e amado por outros. Depois, sobre factos desconhecidos da vida de um homem que esteve mais de trinta anos a governar Portugal, sobre as suas paixões, sobre as suas fragilidades enquanto ser. Queria saber mais, apreender mais. Mas depois de ver o primeiro episódio a única coisa que aprendi foi o facto de Salazar coleccionar canivetes. Depois, ele e as suas apaixonadas em conversas mornas. Assisti ao episódio com atenção e ficou muito aquém do que eu esperava (eu, que sou sempre tão optimista e que tenho sempre esperança que se façam produtos televisivos de grande qualidade). Uma história com pouco sumo, mal arrumada no ecrã, que me causou uma certa sonolência - confesso. Mas terá sido a vida privada de Salazar tão desinteressante? Ora o senhor lê poemas, ora o senhor lá mete uma mãozinha na anca de uma mulher, dá uns beijinhos, ora o senhor come coelho a pensar que é carne de porco, ora o senhor bebe chá porque está calor, ora o senhor estuda. Um primeiro episódio que me entristeceu: lento, mastigado, sem acção, desprovido de emoção. Eu diria mesmo desapaixonado. Apesar de tudo, a série prima pela qualidade da imagem, que é cinematográfica (por isso é que ainda me deixou mais frustrada). Devo dizer que gostei da fotografia, da luz, do guarda roupa, da caracterização e do desempenho das actrizes Maria João Pinho e Catarina Wallenstein. Cheira-me que esta série podia ser perfeitamente um filme, que certamente lhe daria mais acção, mais ritmo, mais vivacidade. Mas mantenho a esperança: pode ser que amanhã fique surpreendida com o segundo episódio - espero! Se não me surpreender pela positiva só me resta esperar que alguém mostre outra perspectiva da vida de Salazar - uma qualquer desde que seja mais interessante!

05 fevereiro, 2009



CONSEGUI! Um dos meus sonhos está cumprido. Estou TÃO feliz!

04 fevereiro, 2009

Quando a racionalidade é usada em excesso...

Nem tudo na vida tem de ter lógica, nem tudo na vida tem uma explicação racional. Mentaliza-te disso, Cata. Aliás, pratica! Pratica!

03 fevereiro, 2009

Em ponto de rebuçado!

"Há meia dúzia de coisinhas que eu tenho para te dizer"

28 janeiro, 2009


Vim de Cuba revitalizada. Sinto-me cheia de energia, cheia de ideias e de projectos. Estes dois meses de paragem estão a fazer-me mesmo bem em termos criativos. Sinto que tenho tempo para pensar, para ver filmes e séries, para ler, para desenvolver ideias. Na semana que passei em Cuba foram dias a falar de mim, daquilo que penso, do que sinto, das mudanças que preciso e quero fazer na minha vida, dos meus receios, dos meus sonhos. Normalmente sou melhor “ouvido”. A Van também. Foi bom, acho que funcionou como uma espécie de terapia conjunta. Vim mais leve, mais serena, com mais certezas e mais esperança num ano maravilhoso. Se já me sentia assim, na sexta-feira passada fiquei ainda mais entusiasmada com a vida que tenho e com aquela que quero construir. Estive a entrevistar uma das pessoas que mais admiro por muitas razões. Já o admirava e confesso que ele ainda conseguiu superar as minhas expectativas. Percebe-se logo que é genuíno, despretensioso, inteligente, educado (gentleman, mesmo!), descontraído, íntegro, low profile qb, simpático, tem sentido de humor e aquele toque misterioso que tanto me agrada. E profissionalmente, para mim, é o melhor dos melhores da geração dele. Como se não bastasse ainda é giro, muito giro. E aquele sorriso… bem, é melhor parar por aqui. Também gosto da voz e do cabelo. Mas isto tudo para dizer que me fez bem olhar para aquela pessoa e ver que conseguiu tudo o que tem não apenas com o seu talento (inato) mas com dedicação, com muito trabalho. Acreditou nele e seguiu em frente, sem medos. Tem apenas 30 anos e já fez tantas coisas, tantas, tantas. É um dos maiores da geração dele. Para mim O MAIOR, repito. O. Aquelas horas de conversa transformaram-se, de facto, numa inspiração. Só espero que dê frutos! Ideias não faltam.

23 janeiro, 2009

AMOR E MORTE

Li há uma semana esta crónica, que me deixou arrepiada pelas verdades que emana. É de uma brutalidade impressionante, crua. Talvez seja isso que tanto me fascina nela. Mal a acabei de ler não hesitei. Arranquei-a da revista e guardei-a na mala. Hoje descobri-a, outra vez.
"Não vais fazer nenhuma lista de coisas para fazer este ano. As listas consecutivas esfregam-te a cara, todos os anos, o que deixaste de fazer, mostram-te que não cumpres promessas, da mais simples à mais idílica. Ou talvez nem seja por isso, por esse receio de falhar uma e outra vez, perante ti, só perante ti, que mais ninguém as lê ou sabe que existem, porque há-de te importar tanto? Mas talvez nem seja por isso, mas porque as listas são desejos apressados, uma vez que cada ano te esfrega que os terás cada vez menos. Lá estás tu a fazer contas aos mortos. Tétrico, tu, na saison do amor e da bonomia. Contas aos mortos morridos, mais contas de cabeça a tentar antecipar quem não há-de viver outro Natal, já sem contar com os imponderáveis, aqueles que vão desaparecer sem que nada o anuncie, gente nova, acidentes, ou gente mais velha que ainda respira saúde, ou pensavas que sim mas vai-se a ver e também eles, tu pões-te logo a pensar se era assim que previa partir, daquela maneira, num dia assim, e ainda não chegaste a nenhuma conclusão quando pensas no teu caso, tétrico, tu, na época da festa, da paz entre os homens, na alvorada de um ano novo, e a palavra novo deveria encher-te o peito com uma qualquer esperança, porque pensas nisso agora? Será porque morreu aquele que não esperavas, e que era um homem bom, e perguntaste mais de mil vezes, seu ingénuo indignado, porque é que morrem homens bons, ou será também porque aquele outro que admiras já só responde que anda a negociar com a morte mais um bocadinho, e esfrega-te assim na cara que também ele, um dia destes. É só isto, afinal, cada Natal que passa traz outro já agarrado, o próximo, que já percebeste que vai chegar num instantinho, é só isto afinal, amor e morte. Lembras-te que é o que ocorre. Não só a primeira coisa que te ocorre, mas agora a única resposta que te aparece, a única, quando te perguntam o que te motiva a escrever, onde vais buscar inspiração, de que procuras falar nos romances, essas histórias aparentemente diferentes com que os escritores pintam sempre e sempre o mesmo quadro, amor e morte. O que mais desejas e o que mais odeias. Será isto envelhecer? Perceber que a vida, retirada toda a gordura das pequenas insignificâncias inconsequentes, será esta dança entre as duas palavras, a agarrarmo-nos com um feliz desespero a uma para tentarmos (ingénuos) fugir à outra. Lembras-te, de quando em vez, de uma mulher, a quem a desgraça fez companheira uma vida inteira, que te afirmou sem hesitar, baixinho, que não temia a morte porque a morte já não lhe podia fazer mal. O que te pareceu absurdo pois eras jovem, e já não te parece tanto agora, será isto envelhecer, quando faz sentido que se encolha os ombros perante o desaparecimento inevitável. Ou porque sabes hoje, o que só podes saber em virtude teres envelhecido, que a morte só não pode fazer mal a quem o amor não apareceu, ou a quem o amor apareceu disfarçado de outra coisa, e arranhou e magoou. O que te chateia na morte é uma coisa simples: saudades de amar e ser amado. Por isso, aproveita, estúpido, esta circunstância de acordares todos dias. Não me perguntem mais onde vão os escritores buscar ideias, só há duas, quando escrevemos sobre os ossos da existência e não nos limitamos ao era uma vez da carochinha. Amor e morte, sempre, porque não há mistério que se lhe compare. E eu quero escritores que perguntam. E que não ousam ter respostas."
Rodrigo Guedes de Carvalho