29 janeiro, 2006

HÁ IMAGENS QUE VALEM POR MIL PALAVRAS! DEPENDE DA IMAGINAÇÃO DE CADA UM!

A grande conclusão que retiro do derby é que não se deve susbtimar o adversário!

O SPORTING É DEMASIADO GRANDE!

24 janeiro, 2006

SAUDADES
Sinto que ultimamente não tenho tido muito tempo. As semanas passam a correr e o fim-de-semana é demasiado curto para fazer tudo aquilo que desejo e que tenho planeado. Sinto que já não estou há algum tempo com algumas pessoas que fazem parte da minha vida, dos meus amigos, de mim. E fico triste comigo mesma porque não tenho conseguido organizar-me. Sim, porque trata-se de um problema de organização. Mais do que sociológico. Por isso, vou fazer um grande esforço para arrumar as saudades e apertar-vos num forte abraço.
Pat e Ana, lembro-me todos os dias de vocês, acreditem, apesar de não estarmos há algum tempo juntas. Desculpem-me pela ausência de notícias! Falei hoje com a Sofia... E as saudades aumentaram. Encontro precisa-se. Com urgência!
Joana P., o nosso lanchinho vai mesmo sair. Mas é para esquecer a dieta! Bolinho garantido!
Carol, o jantar do Girl Power vai sair. Provavelmente para o próximo fim-de-semana. Vou tratar de tudo!
Richard... Que saudades! A sério... Preciso mesmo de estar contigo! É uma questão de terapia. Aliás, de sobrevivência! ; )
Tita Xana... Ça va! Obrigada pela sms... Ia já ter contigo, se pudesse!Tu me manques beaucoup!
Luzeta, este fim-de-semana sem ti não foi a mesma coisa! Quero saber as novidades...
Jonhy, Dr. cinéfilo... O que é feito? Tenho saudades das nossas reuniões que tanto nos fazem rir ao lembrarmo-nos do que aconteceu no liceu... E a da Ana, claro! A propósito, tenho de lhe mandar um mail!
Sérgio, rapaz, tenho-me lembrado de ti. Estou com vontade de ir ver o Match Point... E preciso que me dês umas dicas sobre viagens! Ando a planear as próximas férias!
Jaguncinha, minha querida, temos de marcar um almoço numa esplanada a absorver os raios de sol... Ou então fazemos uma caminhada pelo Guincho, para desanuviar! E lembrar os velhos tempos de dolce fare niente!
Joaninha voa voa... Não falo contigo desde domingo. Espero que estejas bem! Muito bem!
Carlinha e Van... Meninas trabalhadoras, meninas da TV! Deves andar doida com os castings, Carla... E tu, querida Vanessa, com as tuas reportagens! Vamos lá combinar uma jantarada. A do Girl Power era boa ideia. Vinham até à linha!O que vale é que vos tenho na parede do meu quarto! Nós nas águas tépidas de Porto de Galinhas! : )
Espero não me ter esquecido de ninguém...
Fica prometido. Já é tempo de me organizar!
Beijinhos para todos. Muitos.

21 janeiro, 2006

ESMAGADOR. FEMININO. DE CORTAR A RESPIRAÇÃO. IMPERDÍVEL. ANGUSTIANTE. FANTÁSTICO. SUFOCANTE. TERNO. PARA REVER. INESQUECÍVEL. ALMODÓVAR.

19 janeiro, 2006


Li uma vez num artigo que só nos apaixonamos verdadeiramente duas vezes na vida. Que só dispomos de duas oportunidades para amar incondicionalmente, como se tratasse de um jogo de computador no qual se morrermos temos direito a uma nova oportunidade, um bónus de uma vida. Se nos enganarmos uma vez, se cometermos algum erro, temos direito a mais uma tentativa. Mas será mesmo assim? Será que só podemos errar uma vez? Quantos créditos ainda temos? Será que devemos fazer o cálculo antes de nos aproximarmos de alguém... Antes de termos a certeza de que os queremos gastar com aquela pessoa. Não sei se é bom ou se é mau mas acho que ainda tenho os dois créditos! Estive prestes a gastar um deles... Gostava de o ter gasto.

17 janeiro, 2006

ELOGIO AO AMOR - by Miguel Esteves Cardoso
Hoje recebi este texto do meu querido cunhadinho especial. E quero partilhá-lo convosco. Obrigada, Sérgio! Há muito tempo que não lia nada tão apaixonante.
"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam"praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso"dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

16 janeiro, 2006

Está frio. Aliás, muito frio. Sinto-o a percorrer-me o corpo, devagarinho, e a apoderar-se dos meus pés. Só me apetece enrolar numa manta junto à lareira e fechar os olhos, ao som da SIC Notícias. Mas antes disso vou encher a banheira e mergulhar num banho de imersão. Não tenho este hábito mas de vez em quando sabe muito bem ficar de molho, em banho maria, a relaxar o corpo e a alma. Sem pensar em nada. Apenas sentir o calor a subir pela pele e o cheiro a maçã verde do gel de banho. E hoje preciso mesmo disso. Comecei a semana a meio gás porque o fim-de-semana foi cansativo mas muito divertido. É uma pena só ter dois dias! Nunca dá para fazer tudo aquilo que gostaríamos nem que planeámos.
Vou para a banheira antes que os meus pés congelem.

15 janeiro, 2006


A vida pode ser uma tragédia ou uma comédia... Depende do ponto de vista!

Domingo à tarde chama mesmo por um filme e hoje rendi-me a Melinda & Melinda, do génio Woody Allen. Gostei muito. É um filme para reflectirmos e tem muito a ver com aquilo que faço. Quando vários guionistas se encontram... O debate é garantido. É engraçado perceber que que somos nós que criamos o percurso dos personagens. Somos nós que lhes damos vida. Somos nós que decidimos por eles. E por isso somos um bocadinho deles. Mas na vida real as coisas são bem diferentes. Ou será que não? Talvez não. Mas por vezes falta-nos a coragem de tomar decisões que projectadas num personagem são muito mais fáceis de tomar. Este filme mostra-nos dois percursos da vida de Melinda. Um pela perspectiva trágica e outro pela cómica. Eu prefiro a segunda! E acho que essa está sempre mais perto de nós! (A maioria das pessoas é que complica!)
Um filme a não perder! Nem que seja para ver a vida de uma outra perspectiva.

13 janeiro, 2006


30 de Dezembro de 2005. Caravana rumo a Vale de Cambra, 40 km da Invicta. Primeira paragem: Estação de Oeiras. Estava frio. Um vento gelado percorria os nossos corpos e agitava os cabelos. Começavam a chegar os carros, que transportavam a emoção e a ansiedade de passar o ano da melhor maneira. Vanda, António e André num carro. Sérgio, Tiago, Elisa e Rita noutro. Eu, maninha e Ana Rita apanhámos boleia do Sr. Jerónimo, que é sempre tão generoso! Deu-se o sinal de partida e a caravana foi avançando. Lisboa foi ficando cada vez mais para trás. E o entusiasmo ultrapassava-nos cada vez mais depressa. Pé delicado no acelerador, que o tempo não estava para brincadeiras. Duas horas de viagem e lá parámos na Mealhada. Houve quem tivesse o estômago a chegar às costas e a sandocha de leitão é sempre bem-vinda. Mesmo que seja frango tipo leitão. A caravana regressou à estrada. Depois de curvas e contra-curvas lá encontrámos a tal casa! Com vista para a cidade. Precisamente numa encosta. Malas, cobertores, edredons, sacos de compras na mão… Lá fomos para dentro de casa. Os anfitriões fizeram uma visita guiada. Com almofadas nas mãos, escolheram-se os quartos. Com a autorização da avó Almeida, claro! Não fosse a bruxinha que estava dentro do pote de vidro lançar algum feitiço. O frio, que tocava nos ossos, foi afastado pelo calor da lareira (acendida pelo Sérgio, o profissional do tarolo). Muito melhor. A temperatura do corpo começava a aquecer. Com ajuda da Quinta de Cabriz, o indispensável suco de uva! O cansaço e o sono de uns contrastava com a energia de outros. Testou-se o som. E as colunas gritavam, prestes a acordar a cidade inteira. Os resistentes ficaram na sala. A dar à língua e ao magnífico vinho. O fogo da lareira apagou-se. O silêncio tomou conta da casa. Só às 12h00 é que a campainha tocou. Mas não houve meio da Preciosa aparecer! Tocou uma e outra vez. ALVORADAAAA!
14H30 Rumo ao snack bar/Restauran Avistada (Casamentos e Baptizados) Belo repasto... Vitela, bacalhau e carne arouquesa, regando com o Tal da lixa!Sobremesas, cafés, chá (com e sem leite) , grojeta, e simpatia pela mósida quantia de 11 euros por pessoas! Ladrões!Saídos do restauran, ao som da banda sonora tosse seca Andy lá entramos para os carros. Curvas, contra-curvas, nevoeiros, lá subimos a serra. Uns mais depressa do que outros. Mas lá chegámos ao cimo. Vista deslumbrante. Com direito a cascatas e tudo. E a piscinas naturais. E a água não era aquecida, que o Vargas comprovou! Feita a digestão lá fomos para casa. Acendeu-se o lume e aqueceu-se o corpo e a alma. Com conversas paralelas. Com batota à mistura e muitos telefones a tocarem. E desta vez não era o da Vanda. Houve quem tentasse soltar o pombo uma e outra vez. Mas quando o pombo não quer sair da gaiola não há nada a fazer. Mas o que importa é a persistência! Preparativos para o Reveillon!!! Tudo para a cozinha! Patés de atum (Com pouca maionese, claro), queijos variados, muitas garrafinhas (Marquês de Borba, Quinta de Cabriz e sumo de morango especialmente para o anfitrião), pão, broa (o bocadinho que a senhora lá tinha, uma desgraça!), mais vitela e salada, que faz sempre bem! Bolinho de chocolate da Rita e salada de fruta da lata! Tchim tchim e uma frase bonita! Todos disseram e até se brindou ao este blog, que é um bocadinho de todos nós! E a muitas jantaradas que aí virão! Família reunida. Oração. Partida! Tudo ao ataque! Risos, sorriso, olhares cruzados... Paixões reveladas, outras mais escondidinhas... Enfim... A vida é feita de paixões e amizades e 2006 estava quase a chegar. Contam-se as passas. Rigorosamente. Não vá faltar um desejo! Pensa-se neles. E volta-se a pensar. Para não nos esquecermos. Lembramo-nos pela última vez de 2006. Sorrio. Vamos em corrida para o R/C. Com a bela da Moet, que as manas levaram. Faz-se a contagem: 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2 , 1!!! 2006 acaba de chegar! Beijos e abraços, que é como se quer que seja o ano! Música no ar. Engolidas as passas e repetidos os desejos brindamos ao novo ano, à felicidade daquele momento que esperemos que possa representar os tempos que se avizinham. O DJ António começa a passar o som! Love Generation abre a pista. Os corpos abanam-se por ali. E os copos também. Até tivemos direito a música brasileira (o milagre do sumo de morango!). Comboio para ali, comboio para aqui. Vamos em direcção aos quartos e às camas, o comboio segue, segue, segue, atropelando tudo e todos e a senhora do quadro lança-nos olhares de reprovação tal era a festança. Mudança de turno. Dj Tó dá lugar a DJ Andrew. Toda a gente a sentir o som. Até chegar ao funeral do emigrante, coitadinho! Na cozinha há quem se tranque. Hora do confessionário. Mas na pista as resistentes vão dançando. A noite espreita-nos. E oferece-nos o brilho das estrelas. Mais uma tentativa de caçada mas a pomba é levada da breca! fecha-se na gaiola. O anfitrião bem pegou na arma para ajudar o outro caçador mas a pomba está com tosse, coitadinha. As horas passam. O silêncio apodera-se das ruas. E começa a invadir a sala. Só a aparelhagem é que resiste. E o lume da lareira. Há noivos que decidem abrir as hostes do novo ano... Outros que se metem nas gaiolas. Quer dizer, nos quartos! E assim terminou a noite de reveillon. Pelo menos foi assim que terminou na minha cabeça. Final feliz. Ou melhor, INÍCIO FELIZ! Bom ano para todos! Obrigada pelos momentos fantásticos que passámos e por aqueles que ainda vamos passar!
P. S.- Quando encontrarem a pomba ou o pombo agarrem-na/o bem! Não a deixem fugir! ; ))

11 janeiro, 2006

PASSAGEM DE ANO! A largada de pombos em Vale de Cambra. Como a crónica ainda não está pronta (Preguicite aguda, confesso) aqui fica a foto-reportagem.
























O SOPRO DO CORAÇÃO


Sim, o amor é vão
É certo e sabido
Mas então (Porque não)
Porque sopra ao ouvido
O sopro do coração
Se o amor é vão
Mera dor mero gozo
Sorvedouro caprichoso
No sopro do coração
No sopro do coração
Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão
Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
isto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras
Corto em dois limão
Chego o ouvido
Ao frescor
Ao barulho
À acidez do mergulho
No sangue do coração
Pulsar em vão
É bem dele
É bem isso
E apesar disso eriça a pele
O sopro do coração
O sopro do coração
Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do
Corpo no turbilhão
Sopra doido
E o que foi do
Corpo alado
Nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas
Raras

(Sérgio Godinho)

PARA OUVIR E CHORAR POR MAIS!

03 janeiro, 2006


Um lugar vazio...
Estou triste. Acabei de saber que o jornalista Carlos Cáceres Monteiro nos deixou esta madrugada. Tive a sorte de o conhecer há quase um ano. E nunca me hei-de esquecer daquele senhor. Nunca. Por mais tempo que passe. Precisava de o entrevistar para a minha tese, que era sobre repórteres de guerra. Mandei-lhe uma carta sem esperança de obter resposta, confesso. Afinal era o director da revista e do grupo, que certamente tinha uma agenda muito ocupada. Uns dias mais tarde fui surpreendida por um telefonema da sua secretária para marcarmos a entrevista. Lembro-me de que no dia em que ia conversar com aquele grande repórter estava um bocadinho assustada. Afinal, ia entrevistar o "monstro" do jornalismo português. Entrei no luminoso edifício da Edimpresa e fiquei à espera, sentada num sofá, com o meu caderninho na mão. A secretária avisou que o Carlos ia chegar um pouco atrasado porque estava numa reunião. Passados alguns minutos lá me disseram para subir. Entrei no elevador e senti-me uma formiguinha. Subi ao primeiro andar e atravessei uma sala. A secretária apresentou-se. Era muito simpática. E levou-me para uma outra sala, onde estava o Cáceres Monteiro. Lembro-me dele como se fosse hoje. Vestia uma camisa de xadrez em tons de azul e creme e trazia umas calças bege de bombazine, a condizer. Naquele dia tinha um penso rápido no rosto. Deu-me dois beijinhos e pediu desculpa pelo atraso. Despiu o blazer e toda a formalidade. Tinha uma postura serena e uma voz doce. Comecei a entrevista, que rapidamente se tornou uma conversa. É incrível a dimensão humana que aquele senhor tinha. E a humildade. Foi talvez o jornalista português que cobriu mais conflitos, mais crises internacionais. Provavelmente o jornalista português com mais experiência mas com uma humildade impressionante. Encarava cada trabalho como uma missão, sem marcas de heroísmo. Foi isso que mais me tocou nele. A sua simplicidade. Conversámos durante algumas horas, que passaram a correr. Porque cada pergunta que lhe fazia ele contava-me uma história. Era um grande contador de histórias. Absorvia tudo. Falou-me da sua passagem pelas guerrilhas de El Salvador, pelas duas Guerras do Golfo, por Timor, pela Indonésia, por Israel, por Angola, a sua presença nas eleições da Rodésia, nos jogos Olímpicos do México... Sempre com um entusiasmo contagiante. Para além do jornalismo Cáceres Monteiro tinha outra paixão: as viagens. De todos os jornalistas que tinha entrevistado para a tese foi aquele que mais me marcou. Depois da entrevista despediu-se de mim, muito amável. Deu-me o seu número de telefone pessoal (para o caso de eu precisar de mais alguma coisa) e disse-me que um dia daqueles podíamos almoçar. Saí daquela sala com um sorriso nos lábios. A admiração que tinha por aquele grande senhor disparou naquelas horas. Fiquei de lhe enviar o trabalho mas como a nota ainda não saiu não fui a tempo... Este Natal quando percorria a minha lista de contactos do telemóvel para enviar mensagens parei no número de telefone dele. Estive quase para lhe enviar os votos de um feliz Natal mas pensei que provavelmente ele não se iria lembrar de mim. Quem me dera ter enviado...
Fico com a recordação de um senhor inteligente, simples, simpático, que um dia me disse que "nós também somos aquilo que vivemos". Portanto, um grande jornalista. Um grande homem.

01 janeiro, 2006

NOVO ANO... VIDA NOVA!

2005 já lá vai... E nesta altura é natural fazermos o balanço do ano que passou. Para mim, 2005 começou de uma forma muito especial, junto de pessoas que eu adoro, longe de tantas outras que são muito importantes na minha vida, mesmo por baixo das estrelas de Pedras d'el Rei (onde o céu é mais brilhante), onde conheci outras tantas... Umas que valeu a pena conhecer... Outras nem tanto. Mas a vida é mesmo assim. E só fica aquilo que realmente é importante.
Tudo isto para dizer que 2005 foi um ano muito especial. Que começou de uma forma muito especial. Por isso, espero que 2006 seja assim. Pelo menos também começou da melhor maneira. Quero desejar a todos um excelente ano! Que façam o favor de perseguir a felicidade. E se não puderem viver o momento... Sigam o que sentem!
P.S- Não, não me esqueci da crónica da passagem de ano. Aqui, brevemente!