11 fevereiro, 2007

SIM... Finalmente!

A despenalização voluntária da gravidez é uma questão de consciência. Extremanente subjectiva. Respeito as várias perpesctivas, excepto a da hipocrisia e a do radicalismo. Fiquei contente com o resultado do referendo (apesar da elevada taxa de abstenção - infelizmente ainda há muitas pessoas a demitirem-se da responsabilidade cívica que tem no Estado). Acho que as mulheres devem ter o poder de decidir se querem ou não querem ter um filho e não podem ser condenadas nem incriminadas por terem tomado a opção de não o ter. Ninguém tem o direito de as julgar. Obviamente que o aborto não pode ser encarado com leviandade. Não pode ser um meio contraceptivo. E é importante, para isso, apostar em campanhas fortes, que mobilizem as pessoas, a favor da prevenção. E é necessário e urgente que o Estado também dê apoio a quem quer, a quem deseja, ter um filho.
Espero que esta mudança na legislação seja encarada com grande seriedade e responsabilidade por todos nós. É um assunto muito sério e deve ser tratado como tal.

2 comentários:

Mãe piolha disse...

Minha querida prima eu não consegui votar SIM... não consegui!! Se calhar faço parte daquela percentagem de pessoas que votaram NÃO e que são chamadas de hipócritas. Eu não me sinto como tal.

Se eu quero que as mulheres que optam pelo aborto vão parar à cadeia? NÂO. Se eu quero que as mulheres que optam pelo aborto sofram lesões irreversiveis, e algumas até que encontrem a morte? NÂO. Mas não fui capaz.

Acho que deveriamos lutar não pela lei do aborto, mas sim por uma lei de incentivo à maternidade: subsidios,acompanhamento, educação sexual, esclarecimento! Essa, a meu ver, é a solução. O aborto, na minha opinião, repito, minha opinião, é o remediar do problema!!

Não sei se sabes, mas na Alemanha dão um subsidio por cada bébé que nasça de 25.000 EUR e o abono de familia é de 300 EUR/mês/filho. Em Portugal a única ajuda que temos é um abono de 15 EUR/mês.

Não, eu não quero ter o direito ao aborto, o que eu quero é ter condições para criar os meus filhos sem ter que passar necessidades!!

Beijos desta que te adora
Rita

PS: A primeira vez que vi o Manel numa ecografia foi às 6 semanas, e se podesses ouvir e sentir a força daquele coração a bater... ali havia vida, disso eu não duvido!!

Sara Rodi disse...

Eu por acaso não fui votar, porque estava doente, mas percebo o que diz a Rita. A minha perspectiva em relação a este assunto também mudou quando vi o coração do meu filho às seis semanas. Será legítimo que as mulheres possam decidir ter ou não aquela vida? Também não sou ninguém para condenar quem o faz, porque imagino que haja situações desesperadas que o motivem, mas também sei que noutros casos esses motivos não existem. Quando estive em Espanha uma amiga minha desconfiou que estava grávida e foi a uma clínica privada, onde lhe perguntaram, logo de chofre, se era para ter ou para tirar. Não houve ninguém que lhe explicasse o que ela tinha no seu interior, as possibilidades que teria, alguém que a aconselhasse a falar com o pai da criança (porque ele também devia, em muitos casos, ter voz nessa decisão)... nada! A solução mais fácil era pagar 30 contos e acabar com o "problema". Por acaso a minha amiga não estava, de facto, grávida, mas se estivesse e tivesse decidido não ter aquele filho, de certeza que ainda hoje pensaria nele.
Eu também prefiro pensar nas alternativas. Acho que isso é que é resolver o problema. Mas vamos esperar que o Estado também pense nelas, apesar da nova lei, e que o dinheiro que vai ser canalizado para umas coisas, também o seja para outras. E vamos acreditar que a mulher portuguesa continue a valer-se da sua consciência, e pense sempre por dois quando tiver de tomar a sua decisão.