25 setembro, 2007

FINALMENTE... A BÔDA!
Depois de meses de preparativos eis que chegou o dia 21 de Setembro de 2007. A noiva passou a noite de 20 para 21 cá em casa, no quarto dela, que agora é o meu (no fundo, continua a ser nosso). Dormimos juntas, partilhei com a minha mana a última noite de solteira da vida dela. Infelizmente não lhe pude dar a atenção que ela merecia porque estivemos a testar a surpresa que preparámos para os noivos (eu e os irmãos do Francisco - a Joana e o António). Quando cheguei ao quarto já ela estava a dormir. Estava tranquila, serena. Fiquei algum tempo a olhar para ela, antes de adormecer. Ainda lhe perguntei se estava tudo bem e ela, a tentar vencer o sono, respondeu que sim. Sorriu e voltou a render-se aos sonhos.
Ainda acordei durante a noite com um nervoso miudinho. Bebi água, li o jornal e voltei a adormecer.
O despertador tocou e descemos até à cozinha para tomar o pequeno-almoço com os meus pais e primos. Ela continuava tranquila, afinal esperava-a um dia muito feliz.
Ainda tratámos de algumas coisas calmamente e fomos para o cabeleiro, tratar dos cabelos e maquilhagem (coisas de mulheres!). A minha mãe despachou-se primeiro e eu também não demorei muito tempo (felizmente).
Cheguei a casa e engoli qualquer coisa, que as horas começavam a aproximar-se. Tratei do material que era preciso levar e ainda falei com o Francisco, cuja voz, aparentemente, estava serena.
Percebi que o meu pai, que é mestre em esconder as emoções por baixo da carapaça, estava ansioso.
Vesti-me e coloquei as coisas que precisava de levar para a Igreja dentro do carro. Quando a minha irmã chegou fiquei deslumbrada com a maquilhagem e o penteado... Estava linda, linda, linda! Subiu a correr para vestir o tal vestido, aquele que escolheu para celebrar o dia mais feliz da vida dela (pelo menos até agora). A Natália, a nossa querida amiga e cabeleireira veio colocar-lhe o véu e acabou por ajudá-la a vestir-se. Quando entrei no quarto, deparei-me com a noiva mais bonita que vi em toda a minha vida (tenho noção de que sou suspeita... Mas ela estava deslumbrante). Enquanto colocava perfume dizia que estava a começar a sentir borboletas no estômago. Quando ela desceu as escadas o meu pai olhou para ela muito emocionado. O fotógrafo e o câmara começaram a trabalhar de imediato. Ainda tive tempo de tirar umas fotos e mal a Joaninha chegou fomos directas para Colares, a trinta à hora (digamos que tivemos um bocadinho de azar ao atravessar a serra atrás de uma caravana). Enfim... Já o noivo me ligava a perguntar pelos missais.
Lá chegámos à Igreja, que estava muito simples mas muito bonita, cheia de rosas brancas. Com a ajuda da Joana e da Joaninha espalhámos os missais no banco. Vi o Ricardo com o quarteto e combinámos um sinal para a entrada da noiva.
As pessoas começavam a juntar-se e o momento tão aguardado estava mesmo prestes a acontecer.
Os meninos das alianças, o Manel, a Leonor e o Diogo, estavam lindos, de azul bebé e branco. Entraram e logo a seguir entrou a Andreia de braço dado ao meu pai, que disfarçava a sua emoção com um sorriso rasgado. O Francisco não tirava os olhos da noiva. A música do quarteto encheu a sala. Quando o meu pai "entregou" a Andreia ao Francisco eles olharam-se com tanta ternura, tanta felicidade, tanto amor.
O padre Nuno Westwood celebrou uma cerimónia muito bonita e sobretudo descontraída. Acho que só um padre como ele era capaz de me aproximar da Igreja pelo seu discurso tão actual, moderno.
Foram feitas as leituras pela Tchi, Ana Rita, Zica e Inês e depois foi celebrado o casamento. O momento foi de muita emoção. Para mim, foi muito especial. Depois da troca de alianças, seguiu-se a oração dos fiéis. Fui ler, com uma voz trémula, quem me conhece, sabe que eu detesto falar assim em público, sou mais "low profile". Fi-lo por eles. Depois foi a vez do António e foi a minha irmã que finalizou com um agradecimento que me tocou em especial, em relação à minha avó Rosa e ao meu avô Manel. Confesso que me emocionei bastante nessa parte.
Depois nós, os padrinhos, fomos assinar a parte burocrática e os noivos saíram da igreja ainda mais felizes do que entraram. Uma chuva de arroz e pétalas voou sobre eles.
Casados de fresco, lá partiram para a quinta. Apesar de algumas pessoas se terem perdido (umas mais do que outras) fomos todos parar à Quinta Velha.
A sala estava muito bem decorada, adorei os candelabros.
As pessoas estavam reunidas, faziam grupos, cumprimentavam-se umas às outras, vi muitos sorrisos, muitos abraços, muitos ajustes de contas com as saudades.
Os noivos, esses, estavam cada vez mais felizes.
Chegou a altura do jantar e lá nos sentámos nas mesas. Fiquei na dos noivos, por causa do estatuto de irmã! : ))
O jantar passou a correr, entre conversas na mesa, nas outras mesas, entre ir espreitar as crianças e matar saudades de pessoas que já não via há muito tempo.
O momento alto do copo de água, foi a abertura do baile, depois de prevaricar no bolo dos noivos (é a facadinha, Doutor Póvoas!). Embora o noivo e a noiva não se tivessem ajeitado muito bem com a valsa (para o ano ofereço-lhes um curso intensivo de dança) o som começou a ligar as pessoas à corrente. A partir do Möet & Chandon tudo mudou... (apesar de eu só ter bebido o néctar muitas horas depois). Na pista de dança, os corpos soltavam-se descontroladamente. Um passinho para aqui, outro passinho para ali, muitos sorrisos, risos, olhares... A diversão dos noivos propagou-se pela sala inteira. Foi lindo! Estava toda a gente feliz, ou pelo menos a maior parte. Ora se brindava a tudo, ora se fazia uma coreografia organizada, ora se brincava, ora se fumava um charuto ou cigarrilha... Ora se bebia! Enfim, houve um momento em que percebi que toda a gente estava na mesma onda, a da boa disposição!
O noivo estava tão descontraído, tão divertido, sempre de copo e charuto na mão (está registado!). A noiva cada vez que dava um passinho era mais um pedaço de véu que ficava no chão.
Chegou a hora da surpresa, que preparámos com tanto carinho. Depois de uma coluna de som ter estoirado e alguns problemas técnicos terem sido resolvidos conseguimos passar a apresentação que fizemos no powerpoint para os noivos. Eles adoraram. A verdade é que ouvi muitos risos e vi lágrimas no rosto da Andreia (para lamechas basto eu!). Tenho de agradecer a todas as pessoas que contribuiram para este projecto ( a Joana e o António, claro, e a todas as outras que forneceram fotografias).
Depois daquele momento, o baile continuou, com menos pessoas, é certo. Só ficaram os resistentes, mas fomos suficientes para manter a festa até às quatro e tal da manhã. Mas a diversão não parou aí. A Li, Nuno, Tchi, Ana Rita e André tinham preparado a noite de núpcias para os noivos (com o pormenor de eles não saberem onde é que iam passar a noite). Portanto, depois de levantarmos acampamento da quinta, o André e a Ana Rita comprometeram-se a levar os noivos até ao hotel e eu e a Joaninha íamos atrás dele, em caravana. Mas combinámos pregar-lhes uma partida. Páramos na IC19, junto ao Motel Requinte e tentámos convencê-los de que ali seria o ninho de amor deles naquela noite tão especial... Coitadinhos! O Francisco já estava por tudo. DE charuto na mão, ia dizendo "bora lá, eu fico em qualquer lado!". A minha irmã recusava-se a sair do carro, estava tão deprimida... A Joaninha era a mais convincente: "vão ficar na melhor suite, é linda, têm uma piscina só para vocês!". Quando saímos todos do carro (menos a Andreia que teimava em recusar aquela realidade) e o vento gelado que vinha da serra começou a invadir-nos as entranhas, resolvemos dizer a verdade: Estávamos a brincar! A expressão da noiva foi de alívio e o noivo só se ria. Seguimos viagem até Cascais. ELa ia de olhos vendados mas o noivo não aguentou o suspense. Foi então que parámos o carro mesmo em frente ao Hotel Miragem, onde a noiva tinha estado no próprio dia a arranjar o cabelo!
Eles ficaram radiantes com a surpresa. Entrámos todos no lobby. Ela com o vestido de noiva que tinha passado do tom champanhe para o cinzento e ele, desgravatado, de charuto na mão. Despedimo-nos deles e voltámos para o carro. No quarto, esperavam-lhes morangos com chocolate, champanhe, pétalas de rosas em cima da cama e uma vista sobre a praia deslumbrante!
Quando cheguei a casa estava de rastos mas adormeci com a certeza de que aquele tinha sido o casamento dos sonhos da minha irmã. Fiquei muito contente por ela. Não só pela cerimónia e pela festa ter corrido bem como, sobretudo, por ela ter encontrado a pessoa certa, que a faz muito feliz. Confesso que adoro o meu cunhado (agora é mesmo oficial!).
Foi um dia inesquecível! Adorei estar com a família mais próxima, com a família que vejo menos vezes, com a família que vive longe mas que consegue estar sempre tão perto, com os amigos (que no fundo, são a família que nós escolhemos). Gostei muito de conhecer outras pessoas, adorei o espírito do casamento! Está guardado no albúm dos melhores momentos. Agora falta o vídeo e as fotos!

Quando chegou a domingo, fiquei com uma sensação de vazio inexplicável. De repente, toda a gente se tinha ido embora e a casa estava vazia. Senti-me invadida por uma melancolia, daquelas pós-Natal, que sinto sempre no dia 26 de Dezembro. Mas já passou!

O casalinho tem dado notícias, a viagem está a correr muito bem. Estão a adorar a lua-de-mel. : ))


2 comentários:

pessoana disse...

E fotos?
Essa da noiva mais linda é que me enche de inveja, mas pronto!:-)

Cata disse...

Não é para ficares com inveja! Também estavas uma noiva lindíssima! (até mostrei fotos à minha mãe que disse:" Está tão bonita").
Beijinhos muito grandes!

p.s- ainda não há fotos (estupidamente não levei a minha máquina e as pessoas que levaram ainda não mandaram... Resta-me esperar pelo fotógrafo!)