08 outubro, 2007

Foi com grande surpresa e muito agrado que recebi o convite do meu amigo Daniel para colaborar com um artigo/crónica na revista ACTUA, que está ligada à Câmara Municipal de Sines. Num mês de tantos casamentos resolvi escrever um hino, um tributo ao Amor.
Visitem o blogue, onde podem consultar a revista e onde podem ficar informados sobre a agenda e os projectos ligados à Juventude, promovidos pela câmara municipal.
Aqui fica o artigo:
O AMOR É PLURAL


O amor chega e sobra. Enche-nos e esvazia-nos. Ultrapassa-nos e faz recuarmos. O amor é mais que tudo. É uma força estranha que nos faz seguir em frente e que nos prende os passos. Preenche-nos e pode desfazer-nos em pedaços, apertar-nos em abraços.
O amor é plural. Sou eu e tu, somos nós. Eles e os outros.
Quem não ama não vive. Não pode viver… Nem mesmo sobreviver. O amor não pode ser indiferente, não tem meio-termo, não tem espaço para o “assim-assim” nem para o talvez. Quando se ama é de verdade. É tudo ou nada. É uma certeza, uma descontrolada certeza. O amor é incondicional. Não se questiona. Não se justifica. Não se testa. O amor existe porque está lá, porque nos persegue, amarra, sufoca, liberta.
Só se ama irracionalmente – o amor não pode ser pensado. Não obedece aos nossos pensamentos, às nossas vontades racionais. O amor é o cúmulo da emoção. É a chama que nos acende o coração, que ateia os nossos sentidos. Ele prova-nos. Ele toca-nos. Ele vê-nos. Ele cheira-nos, inspira-nos, expira-nos. Ele ouve-nos. Ele cala-nos e pode fazer-nos gritar. O amor consome. Consome-nos. Enlouquece-nos, magoa-nos, derruba-nos. Mas também nos aquece, nos fortalece, nos empurra para a felicidade. O amor é uma sombra, tem de ser.
O amor não se esgota. Pode desvanecer, pode transformar-se mas nunca acaba. É imortal e infinito. Corre nas nossas veias, está colado à pele, aos cabelos, ilumina e apaga o olhar. Aumenta e diminui a temperatura do corpo. Varia mas não acaba. Para mim a serenidade é o estado mais puro do amor. É paz. É sossego e aconchego. É sabedoria.
Viver é amar e deixar ser amado. É sinceridade, grandiosidade e generosidade. É entrega. O amor não se discute. Sente-se e consente-se. Não se planta nem se enterra. Tem de ser cuidado, acarinhado, alimentado… As palavras não lhe chegam.
O amor nasce antes mesmo de nascer.

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