26 setembro, 2009

Ando desaparecida, eu sei, e pesa-me a consciência de deixar o sextosentidos abandonado.
Não, não estou em fase de reflexão política (já perdi demasiado tempo com isso e arrependi-me. Agora optei por exercer o meu dever cívico mas sem pensar muito. Estou convencida de que na política nos devemos atirar de cabeça no momento do voto e ir atrás da nossa intuição). Bom, mas isto tudo para dizer que estou sim numa fase introspectiva acompanhada por um regime alimentar, que calha sempre bem nestas alturas. Estou feliz? Acho que sim. Sou feliz? Tenho a certeza. Mas falta qualquer coisinha...
Sei o que é e tenho saudades. Não é dele mas daquilo que ele me faz sentir. Ás vezes tenho vontade de voltar atrás e arriscar. Outras vezes, quando a racionalidade se apodera de mim, a pergunta permanece: Porquê?!

07 setembro, 2009

Os Azeitonas - Quem és tu miúda

É a música que me faz lembrar a Matilde. Só porque o meu pai lhe chama "miúda" e ela começa a rir-se de imediato. Sempre que ouço esta música na rádio lembro-me dela e também sorrio.

É tão real que quero partilhar:

"A razão principal é que já não há muita gente que tenha tempo a perder com o deserto. Não sabem para que serve e, quando me perguntam o que há lá e eu respondo "nada", eles riscam mentalmente essa viagem dos seus projectos. Viajam antes em massa para onde toda a gente vai e todos se encontram. As coisas mudaram muito, Cláudia! Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no Facebook e nas redes sociais da Net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio falam sem cessar; em vez de se encontrarem, contactam-se, para não perder tempo; em vez de se descobrirem, expoem-se logo por inteiro: fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertidos, "leves", disponíveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão. Eis porque já não há ninguém para atravessar o deserto. Ninguém capaz de enfrentar toda aquela solidão. "
Miguel Sousa Tavares, No teu deserto