31 outubro, 2006

Chovia torrencialmente.
O céu nublado pairava sobre a cabeça, pesado. Ele entrou no metro, descalço. Trazia um sobretudo de fazenda, preto, e um jornal na mão. Sacudiu a chuva que lhe molhou o cabelo e sentou-se num lugar lá à frente. Tirou os óculos do bolso descosido pelo tempo e começou a ler o jornal, cujas letras já estavam esbatidas. Na paragem seguinte entrou ela. Sentou-se deliberadamente ao lado dele, no meio da multidão. Sentiu um cheiro nauseabundo e nem por um segundo desviou o olhar daqueles olhos castanhos, cor de mel, gastos pelas lágrimas. Ela tinha vinte anos e um ar discreto, usava um cabelo escortanhado, da cor de corvo, com uma franja comprida, que quase lhe escondia as sobrancelhas. Usava uns sapatos bicudos, com o salto muito alto, que enganava o seu metro e sessenta. Ela pediu-lhe lume e ele nem lhe respondeu. Levantou-se do lugar e foi procurar outro, mais atrás. Ela levantou-se e seguiu-o. Tocou-lhe delicadamente no braço e pediu-lhe com mais gentileza. Ele olhou-a de uma forma rude e grunhiu que não fumava. E se estavam no metro ela não podia mesmo fumar. Ela riu-se na cara dele, com gozo e desprezo. Ele sentiu-se humilhado e atirou-lhe com o jornal. Amaldiçoou-a. Ela riu-se ainda mais alto e ele correu para fora do metro. Ela seguiu-o outra vez. Ele começou a caminhar muito depressa, quase a correr, mas o chão da estação estava escorregadio e os pés dele também. Ela puxou-lhe o casaco e agarrou-o com determinação. Ele foi vencido pelo cansaço de uma vida infeliz. Olharam-se nos olhos. Ela sorriu em vez de rir. Ele não percebeu e recusou-se a perceber. Ela chamou-o pelo nome: Leonardo. Os olhos dele brilharam de imediato. Nunca ninguém o tinha chamado pelo nome. Ficou confuso, mas sobretudo assustado. Ela pegou-lhe na mão. Disse-lhe que ia tratar dele. Prometeu-lhe que não o ia abandonar… Como ele um dia abandonou a mãe dela. Ele começou a chorar, como uma criança indefesa, deixou-se cair lentamente no chão, ficando em posição fetal... “Isabel”, gritou ele, bem alto. Ela sorriu, rendida ao sofrimento do pai, que acabara de conhecer: “Sou eu”.

30 outubro, 2006



Finalmente a fotografia! Quando se tem uma surpresa destas... Como é que é suposto ficar? : ))))))))))))))))))))))))))) Foi assim que fiquei. Falta a fotógrafa - Maninha!

29 outubro, 2006

Postais
Hoje recebi um directamente de Viena de Áustria. É das coisas que mais gosto de receber. Tenho muitos, quase uma colecção (todos escritos, mandados por correio ou entregues pessoalmente) Trazem fotografias, imagens, cheiros, cores, frases que fazem parte de alguém que me conhece bem. Olho para a minha caixa, repleta de postais (de viagens, de aniversário, de ocasiões especiais,pessoais), e sinto que aqueles bocadinhos de papel, de fotografias, são muitos mais do que simples mensagens das pessoas que estão longe... Quem os escreveu gastou algum tempo a pensar em mim. Quis partilhar alguma coisa comigo. Isso deixa-me muito feliz.
Os postais diminuem as saudades.
Adoro ir ao correio e ter um postal à minha espera! Também adoro escrevê-los e surpreender alguém...

26 outubro, 2006

Má sorte ou Azar?

Ontem o computador entrou em colapso...
Hoje a bateria do carro foi ao ar...
Nem quero pensar no que pode acontecer amanhã.

22 outubro, 2006


NOSTALGIA

Outro dia fui a um bar e imaginem o que é que estava a dar nos plasmas? As aventuras do nosso amigo e inesquecível Tom Sawyer!!! Fiquei vidrada no ecrã! Já tinha saudades de ver o rapaz do Mississipi.
Ainda ontem vi um anúncio à colecção de DVD'S do Tom Sawyer... O nosso amigo está de volta! Os produtos bons, de qualidade, nunca passam de moda!
Quando vejo o tipo de desenhos animados que as crianças de agora vêem até fico revoltada... Não há comparação! Voltem Tom Sawyer, Ana dos Cabelos Ruivos, Dartacão, Ursinhos Carinhosos, Bocas...
Aqui fica a recordação de letra da música do genérico de um dos melhores desenhos animados que já passaram na televisão portuguesa:

Vês passar o barco
rumando p’ró o sul
Brincando na proa
gostavas de estar
Voa lá no alto
por cima de ti
um grande falcão
és o rei és feliz
E quando tu
vês o Mississipi
tu saltas pela ponte
e voas com a mente
Nuvens de tormentas
Estão sobre ti
Corre agora corre
e te esconderás
entre aquelas plantas
ou te molharás
E sonharás
que és um pirata
tu... sobre uma fragata
tu... sempre à frente de um bom grupo
de raparigas e rapazes
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
junto ao rio a passear, Tom Sawyer
mil amigos deixarás, aqui e além
descobrir o mundo, viver aventuras

20 outubro, 2006

Os dias cinzentos transcendem-me.
Não nasci para isto.

19 outubro, 2006

Does Mark Darcy exist?

17 outubro, 2006

A felicidade exige valentia.
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não
esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter
medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
(Fernando Pessoa)

Obrigada, Sarita.

16 outubro, 2006

Peter Pan on ice

Ontem fui ver o espectáculo da companhia Holiday on Ice, com a minha irmã... ADOREI! E ela também. Fez-nos recordar a infância. De repente, durante duas horas fui levada pela cor, pela música e pela magia da história do Peter Pan.
Estavam a assistir imensas crianças, muito entusiasmadas, a quererem saber tudo. Quando tiver filhos vou adorar levá-los a ver estas coisas.

14 outubro, 2006


Gosto de ir a casamentos de
apaixonados.
Quando se vê nos olhos que eles se pertenciam. Desde sempre. Que embora tenham andado por caminhos diferentes acabaram por cruzar o mesmo. Porque tinha de ser. Como a força de um íman, atraindo um ao outro.
A Rita e o André casaram-se. E o António e a Vanda também. Fico muito feliz porque gosto muito deles e acho que se encontraram definitivamente. Um ao lado do outro. Pertencem-se, para sempre. De dois passaram a ser um. Um pelo outro. Como já eram, muito antes de se casarem.
Ser testemunha de amores assim é um privilégio. Num mundo tão labriríntico ainda há quem encontre o seu caminho... Sem procurar. Porque é o amor que nos apanha e nos empurra. Não somos nós que o procuramos.
Que os recém casados sejam muito, mas mesmo muito, felizes.
By the way... Quem serão os próximos?
Encontrar.
Foi impossível encontrarmo-nos. Há tanta gente. O mundo é tão grande. Os nossos caminhos são tão difícieis. Tudo está contra nós. Foi impossível encontrarmo-nos. Mas encontrámo-nos. Pela primeira vez. Contra as vezes que estivemos longe de nos conhecermos. E contra as vezesem que nos cruzámos sem nos vermos; se é que alguma vez nos cruzámos. O que interessa isso agora? Contra todos os contras, encontrámo-nos.
"Um dia hei-de encontrar..." assim começam quase todos os sonhos de amor e esperanças de amizade. Quem assim sonha, já está meio derrotado, já está meio desiludido, porque, em vez de esperar pelo encontro que deseja, já está a procurar. Imaginando parcialmente a pessoa que quer encontrar, como se ela já existisse, com as medidas que o coração encomendou, está a fechar-se em si mesmo. E assim se fecha também ao mundo.
Um encontro só pode ser puro e pleno quando é livre e inesperado. Não pode ser condicionado por expectativas. Tem de começar do nada. A pessoa que se encontra tem de ser desconhecida para, a pouco e pouco, se poder conhecer e amar. O encontro de duas pessoas só se torna um encontro de almas se ambas estiverem abertas uma para a outra. Mesmo o maior amor não impede as almas contrárias de se magoarem. É por isso que têm de se conhecer profundamente; para se aceitarem como são, sem exigirem uma à outra o que não têm, nem são, nem querem vir a ser. Duas almas só se dão em amor quando uma e outra aceitam tudo o que a outra lhes dá. Incluindo o que não querem.
O amor é um perpétuo encontro, em que cada encontro quer ser o último; aquele que nunca mais separará os amantes, mas depois não vai além de ser a continuação, pequenina, mas querida do primeiro.
Em cada encontro as almas têm de procurar, sobretudo conhecer-se.
Encontrar é, ao mesmo tempo, juntar e opor, abraçar e empurrar. As contrariedades são essenciais- à curiosidade, à atracção ao desejo (por mais espúrio que seja) de superá-las. É através delas, as diferenças, que se estabelece a distância entre um e outro, sem a qual não pode haver amor. Quem ama alguém ama por quem é.
O amor não é um fim nem um meio - é uma condição. É por isso que o verbo amar é o que mais se parece com encontrar.
(Miguel Esteves Cardoso)
Gosto muito desta crónica. Encontrar é muito mais difícil do que procurar!

12 outubro, 2006


COMEÇARAM OS TREINOS!

E este ano vai ser puxado! O professor é exigente.

09 outubro, 2006


Fim-de-semana maravilha...

Ir. Matar saudades. Conversar. Conversar. Sentir. Ver o mar. Perseguir
as ondas. Petiscar. Rir. Recordar. Viver. Voltar.

06 outubro, 2006

SAVE ME
You look like a perfect fit
For a girl in need of a tourniquet
But can you - save me
Come on and - save me
If you could - save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could never love anyone
'Cause I can tell
You know what it's like
The long farewell
Of the hunger strike
But can you save me
Come on and save me
If you could save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could never love anyone
You struck me down like radium
Like Peter Pan or Superman
You will come to save me
C'mon and save me
If you could save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could never love anyone
'Cept the freaks
Who suspect they could never love anyone
But the freaks
Who suspect they could never love anyone
C'mon and save me
Why don't you save me
If you could save me
From the ranks of the freaks
Who suspect they could never love anyone
Except the freaks
Who suspect they could never love anyone
Except the freaks who could never love anyone
(Amiee Mann)

03 outubro, 2006


ONTEM. Estreei-me esta época em Alvalade. Não podia ter corrido melhor. Vitória do SPORTING e derrota do Porto! Este ano vou ser mais assídua!

01 outubro, 2006


Fazes-me falta


OUTUBRO

Começou da melhor maneira. Nada como sentir o vento do Guincho na
cara. Ai, aquele cheirinho a maresia... Recarrei baterias - estava a precisar.