10 maio, 2008
04 maio, 2008
Ainda não sou mãe mas é um dos meus projectos de vida. Haverá melhor sensação do que ter alguém que cresce dentro de nós durante nove meses (ou menos), que faz parte do nosso corpo e que quando dele sai continua a ser uma extensão daquilo que somos? Calculo que só a adopção de uma criança, por vontade própria, proporcione o mesmo sentimento maternal. Suponho que o amor que uma mãe que teve um filho biológico desejado seja exactamente o mesmo de uma mãe que adopta conscientemente uma criança. O amor tem de ser igual, só pode.
A responsabilidade de ser mãe implica esforços e cedências. Deve ser a maior mudança na vida de uma mulher. Mas não tenho a menor dúvida de que deve ser a melhor sensação do mundo.
Parabéns a todas as Mães e especialmente à minha, que despertou em mim o desejo da maternidade.
03 maio, 2008
A EMPRESA ONDE ESPERAR É O LEMA!
Sou paciente. Muito mesmo. Mas este ano os trânsitos de Plutão trouxeram-me vários desafios, um deles é certamente a prova à minha paciência. Já surpreendi algumas pessoas que me conhecem com uma postura mais exaltada que culminou numa saída imediata da sala onde trabalho porque posso perder a paciência mas evito perder a razão. Além disso, confesso que a gritaria não me seduz. Mas agora vamos ao que interessa. A essa bela empresa que há tempos se chamava apenas TV Cabo e agora é a ZON Multimédia. Infelizmente há cerca de quinze dias que os canais da Fox começaram a dar problemas. A imagem fica tremida e depois freeza literalmente. O meu pai decidiu ligar para o serviço de apoio ao cliente no sentido de que um técnico viesse solucionar o problema. Lá marcaram um dia e uma hora (aliás, período de tempo alargado, porque nunca há uma hora certa para a visita do técnico; é surpresa! Temos de contar com um intervalo de duas horas e meia – que dá imenso jeito para quem trabalha!). Bom, o técnico não apareceu embora o meu pai tenha recebido uma sms a confirmar a sua presença no horário estabelecido. Depois de várias horas à espera, de telefonemas que nunca mais acabam e de problemas que não se conseguem resolver decidi poupar os nervos ao meu pai e ser eu a tratar da situação. Liguei para o número (que finalmente é gratuito!!!) e lá me atendeu um operador. Expliquei a situação que se arrasta há mais de quinze dias e ele disse logo que ia resolver o assunto. As chamadas normalmente são longas (é preciso esperar que nos atendam, ouvir aquela música que nos aguça os nervos, dar o número de cliente, depois explicar a situação, depois esperar que o senhor veja o processo, depois esperar que o senhor fale com a equipa técnica, depois esperar que ele peça desculpa por tudo e voltar a esperar que o técnico nos telefone e contar tudo outra vez!). É um autêntico massacre! Aconselho a tomarem uma xanax antes de ligarem para o serviço de apoio técnico. O cenário já é horrível, não é? Mas não desanimem porque ainda pode piorar. Foi o que aconteceu comigo. Estamos numa semana de sorte!!! Ora multipliquem o que me aconteceu naquele dia, terça-feira, por cinco. SIM! Nem mais nem menos! Foram cinco as vezes que tive de ligar porque os técnicos teimam em mandar sms a confirmar que vêm cá a casa e depois não aparecem. É um processo bastante desgastante: esperar/reclamar/explicar/reclamar/esperar! Devo estar a um passo de um AVC mas tudo bem, eu aguento! E a minha paciência também. Pelo menos até segunda-feira.
Feitas as contas, ao telefone devo ter gasto à volta de duzentos minutos, tive de levar com aquela música irritante durante uma hora ou mais, devo ter ouvido a palavra “desculpe” mais de dez vezes, e o meu pai perdeu cerca de dois dias à espera que aqueles génios da tecnologia TV Cabo viessem. Resultado: ontem, depois de ter dito no último telefonema ao senhor que se não aparecessem no próprio dia cancelaria todos os contratos que tenho com a empresa (TV, telefone e Internet) ao que ele respondeu que de facto a situação era gravíssima e que iam resolver o mais depressa possível e que acompanhariam a operação, uma espécie de Missão Impossível, que iria ser resolvida ontem, com toda a certeza. Pois é, mas o prazo acabou e a minha paciência chegou ao fim. Ontem disse ao tal senhor (que coitado, não tem culpa nenhuma de trabalhar numa empresa completamente desgovernada, que se limita a pedir desculpas em vez de resolver os problemas) que a tal Zon deve ser a empresa responsável pelo maior número de ataques cardíacos em Portugal e pelo aumento de consumo de calmantes nos últimos anos. Argumentei que finalmente já havia concorrência e que eles não vão longe se continuarem com aquele tipo de atendimento ao cliente, ao que o senhor me respondeu: “Mas isto não costuma ser assim”. Tive de soltar uma gargalhada. Deve ser estagiário, só pode! Porque se fosse assim, caramba, sou brindada pelo azar cada vez que telefono para aquele raio de serviço! É sempre o mesmo filme. Sempre!
Portanto, meus amigos, este post serve apenas para partilhar a minha experiência convosco e alertar-vos para os efeitos secundários de um simples telefonema para a TV Cabo. É um caso de Saúde Pública! Desconfio que eles estão ligados a uma farmacêutica qualquer…
Eu não vou tomar comprimidos. Vou escrever uma cartinha para lá (como já fiz uma vez) a reclamar e a cancelar o serviço. ESTOU FARTA! A minha paciência também tem limites!
Há quase um mês que não escrevo aqui. Preguiça, esse grande pecado mortal, que me atinge algumas vezes por ano.
Depois de ter gozado uns belos dias no sul do país, num apartamento com uma vista sobre o mar (tinha sede dele, de sentir o seu cheiro, de ouvir o barulho das ondas que depressa me embalavam o sono, de mergulhar na água fria e de me encher de areia), na companhia da Vanessa atirei-me à gastronomia algarvia (não, amiga, desta vez não vou denunciar aquilo que ingeriste à sobremesa!) e de ter percorrido quilómetros pelas simpáticas e pitorescas ruelas de Armação de Pêra eis que voltei à realidade. Lisboa – Cascais. Foi um descanso maravilhoso. Descansei, relaxei, aproveitei aquilo que o sul do país tem de melhor, sobretudo num mês mais calmo. Falei e desabafei com a Vanessa, a minha querida amiga e companheira de viagens. Mas como tudo o que é bom acaba depressa a viagem para Lisboa trouxe-me de volta ao trabalho e ás más notícias. Entre uma sopa de agriões e uma taça de gelatina de ananás um simples telefonema parou-me a digestão. Ele disse-me que se ia embora. Eu já sabia mas não queria pensar nisso, mesmo sem esperança tentei iludir-me. A voz dele anunciava aquilo que os meus ouvidos recusavam ouvir. Ia mesmo embora.
Os vidros da empresa começam a ficar desembaciados. O calor da amizade que trepava num vapor pegajoso foi invadido por uma corrente de ar fria, que os tornaram transparentes, pouco vividos, tristes. Para mim as mudanças nunca são fáceis mas sinto que isso é um dos desafios que tenho de ultrapassar. Por mim.
Trabalho