19 janeiro, 2009

Cuba Libre?
Alguém escreveu “ Não chores porque acabou, sorri porque aconteceu”. Neste momento estou de sorriso rasgado de orelha a orelha. De facto aconteceu. Estive durante sete dias em Cuba. Primeiro Havana, depois Varadero. Tive a oportunidade de conhecer um pouco do país de Fidel Castro e de toda aquela História e cultura que vestem as ruas de Havana. É uma cidade apaixonante, respira-se História, ouve-se História, vive-se História. Somos empurrados para um misto de géneros de literatura: romance, drama e poesia, muita poesia. Há recantos na cidade que me fazem lembrar telas pintalgadas de cor. Havana é História mas também é música. É ARTE. Mas uma arte que precisa urgentemente de ser restaurada, a todos os níveis. Os edifícios de habitação e o património estão degradados, abandonados. As pessoas vivem em casas que outrora tiveram cores garridas e vivas mas que agora deixam transparecer o tijolo e o cimento. São famílias inteiras a partilhar uma casa que não escolheram mas que lhes foi dada. Crescem os pais, os avós, os filhos, os netos e os bisnetos num cubículo de dez metros quadrados. Não me parece que seja fácil, aliás, a taxa de divórcios no país ronda os 70%. Terá alguma coisa a ver com aquele velho ditado: “quem casa quer casa”?! Vê-se que a maioria das pessoas não vive bem mas sobrevive, com tudo a que o regime acha que têm direito. O essencial, digamos. Por vezes é menos que isso. Tudo é racionado, desde os alimentos aos produtos de higiene. O mais impressionante é que os cubanos vivem uma revolta doce, ao som de uma salsa e ao sabor de um trago de rum. Mas a maioria das pessoas com que falei deposita uma enorme esperança em Obama. Não depositamos todos? De Fidel Castro nada se sabe, nem mesmo se comentou a notícia de que está em coma. Os cubanos querem mudar e precisam de o fazer. É esse o caminho que os pode levar a um futuro mais próspero, a uma vida melhor, com tudo aquilo a que têm direito. Bom, mas estava eu a comentar que Havana é uma cidade maravilhosa e os cubanos são pessoas especiais, de uma simpatia contagiante. Não admira que Hemingway se tenha deixado conquistar por aquele país – os daiquiris e os mojitos também ajudaram.
Ficámos instaladas no hotel Occidental Myramar – é uma zona muito simpática, onde está situada a maioria das embaixadas – faz lembrar o Restelo. O hotel era extremamente confortável. Recomendo! Fica apenas a cinco minutos de táxi do centro de Havana. Foi em Myramar que tivemos o melhor jantar, num Paladar chamado Vista Mar. Tal como o nome indica a sala tinha uma grande varanda de onde se vislumbrava o céu e o mar numa harmonia perfeita, para combinar com a qualidade da cozinha. Rendi-me a um cocktail de camarão, a um “pescado” maravilhoso – um lombo de peixe no forno com ervas, alho e pão ralado em cima, acompanhado por puré de batata caseiro. Para finalizar tive a sorte de comer a melhor tarte de limão da minha vida. A Vanessa deliciou-se com um bife coberto com fiambre e queijo gratinado. Depois dos radiosos dias em Havana chegou a altura de partirmos para Varadero. Mal pusemos os pés no hotel fomos a correr para a praia de areia fina e branca com um imenso mar azul-turquesa cristalino. Aproveitámos ao máximo a tarde. Felizmente que o fizemos porque no dia seguinte Varadero foi palco de uma frente fria, que tornou a praia numa espécie de Guincho. Só houve um dia em que ainda deu para nos estendermos ao sol. O problema de estar em Varadero com mau tempo é pensar no que fazer. É uma cidade simpática, completamente turística. Só tem mesmo praia. Praia e hotéis. Hotéis e praia. Enfim… tivemos de nos atirar à gastronomia e às aulas de salsa – para compensar os gramas acumulados diariamente.
Foram sete dias fantásticos que me aguçaram ainda mais a vontade de viajar. Espero poder regressar a Cuba daqui a uns anos e encontrar um país diferente mas genuíno.

1 comentário:

Mãe Jo disse...

Viajar era mesmo o que estava a precisar agora, mas vou ter de esperar ainda mais uns meses.

Entretanto vou-me entretendo por cá.

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Bejinhos e parabéns pelo blog.