Ontem a minha sobrinha fez 3 anos. Está tão crescida, no espaço de um ano deixou de ser bebé para passar a ser uma menina. Ela bem diz: "já sou crescida". É um dos meus grandes amores. Tenho uma relação muito especial com ela. Acompanhei a gravidez da minha irmã, passámos muito tempo juntas. Falei imenso com a M. ainda estava ela na barriga. Depois, estive no quarto da maternidade até a obstetra dizer: "vamos para o bloco que já se vêem as trancinhas". E só me lembro de passados vinte minutos aparecer o meu cunhado com ela no colo, acabadinha de nascer. Estava com a pele muito rosada, tinha um gorro azul bebé e cor-de-rosa e estava com os olhos muito abertos, que nos alcançavam através do vidro do berçário. Parecia que já nos conhecia. Aquelas duas azeitonas luminosas sedentas de vida a olhar para nós. Era pequenina, parecia um coelhinho. E linda, linda, linda. Lembro-me da emoção de a pegar pela primeira vez. Lembro-me do conforto de tê-la nos braços. Do amor que nasceu muito antes de ela nascer e que é cada vez maior. Não sou mãe, espero um dia sê-lo. Mas acho que o sentimento que está mais perto desse amor maternal é aquilo que sinto pela minha M. Vê-la crescer é um prazer imenso. Vê-la a tornar-se cada vez mais independente, mais desenvolvida, a descobrir o mundo a cada dia que passa. É um privilégio ser tia e madrinha da M.
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