30 agosto, 2007
27 agosto, 2007
Não sei quem era a mulher mas imagino-a loura, com o cabelo apanhado por um gancho e com a pele branca, mas dourada pelo quente sol de Verão. Imagino-a a vestir os filhos à pressa, a guardar na mala um pacote de bolachas e uma garrafa de água e a puxá-los para dentro do carro. Tossia com a nuvem de fumo negro que continua a assolar o país e suava em bica enquanto sentava os filhos no banco de trás do carro cinza metalizado. Os vizinhos gritavam para não ir, os bombeiros estariam prestes a salvar-lhes a casa e as vidas. Mas ela não os ouviu, ignorou-os e disse que o fogo lhe podia levar a casa, os móveis, os electrodomésticos e todo o dinheiro mas que não lhe havia de roubar os filhos. Acenou um adeus à pressa e sentou-se ao volante. Os olhos choravam, vermelhos, brilhantes. Perto da retina ainda se avistava uma sombra de esperança. O céu era uma mistura de cinza escuro com laranja forte. As chamas e o fogo fundiam-se num só, com uma força de Adamastor, devorava pinhais, estradas, carris e tudo o que apanhava pela frente, a uma velocidade impressionante.
Ela ligou o motor do opel corsa e os filhos começaram a chorar. Eles olharam para trás e viram os vizinhos a dizer-lhes adeus, a chorar. As mais velhas olharam para o céu e rezaram ao ver o carro a afastar-se. Ela viu a casa, pela última vez, através do espelho retrovisor do corsa. A imagem já estava desfocada, o espelho perdera o brilho desde que o incêndio começara. As paredes estavam manchadas e o jardim coberto por uma camada fina de cinzas. Ela conduziu devagar pelas estradas apagadas e ligou a rádio. Ouvia-se a informação de que várias famílias estavam a abandonar as suas casas e as suas propriedades. O trânsito acumulava-se lentamente, numa luta cruel pela sobrevivência. As crianças choravam, gritavam e ela resolveu mudar a estação da rádio. O barulho dos aviões, das chamas, das sirenes dos bombeiros, das buzinas dos automóveis, contrastava com a serenidade e a doçura da voz de Corinne Bailey Ray a cantar “Like a Star”. O choro dos filhos começou a diminuir de tom. Ela olhou-os através do espelho retrovisor e sorriu. Disse-lhes que ia correr tudo bem. No sentido contrário da estrada vinha um carro a toda a velocidade e o homem que o conduzia esbracejava, gritava para que ela voltasse para trás. A estrada estava a ficar cercada pela fogo. Ela olhou em redor e viu as chamas a aproximarem-se, a devorarem o pinhal e as casas à volta a um ritmo alucinante. O homem acelerou o carro e desapareceu no meio do fumo. Ela olhou para os filhos e eles sorriram. Estavam calmos. Ela olhou mais uma vez em redor e viu o fumo a cercar o carro. A temperatura começou a aumentar muito depressa. O suor misturou-se com as lágrimas que lhe caiam do rosto. Desligou o motor do carro e aumentou o volume da rádio. Tirou o cinto e saltou para o banco de trás, para estar mais perto dos filhos. Sabia que ia morrer. Sabia que eles iam morrer. Tirou da mala o pacote de bolachas e os três comeram-nas. O mais novo pediu-lhe água e ela deu-lha. O mais velho perguntou o que é que estavam a fazer ali. Ela disse que iam fazer um piquenique dentro do carro, para variar. Eles riram-se e acharam boa ideia. Depois queixaram-se do fumo e do calor. Pediram à mãe para ir para a praia. Enquanto tossia começou a sentir-se tonta. Eles queixaram-se com sono. Ela fechou-os num abraço e pediu-lhes que adormecessem. No sonho iam os três para a praia. Ouviam-se as ondas do mar e o cheiro a maresia subia-lhes pelas narinas acima e perfumava-lhes o corpo. À voz de Corinne Bailey Ray sobrepuseram-se os risos das crianças, descalças, na praia, a brincar numa poça, junto à beira-mar. A mãe abraçou-as, apertou-as contra o peito. Depois fechou os olhos com toda a força. Beijou-as na testa e sorriu. A praia era linda.
11 agosto, 2007
Ainda consegue surpreender!
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
07 agosto, 2007
21 julho, 2007
The Fray - How to Save a Life (new music video version)
HOW TO SAVE A LIFE (The Fray)
A melhor música que ouvi nos últimos tempos... ARREPIANTES, a música e o vídeo.
Faz-me lembrar as emoções por que passei no laboratório de Karma - Impressionante!
Pertence à banda sonora da série Grey's Anatomy.
17 julho, 2007
(Ivan Lins e Victor Martins)
Começar de novo e contar comigo
07 julho, 2007
26 junho, 2007

Ela vem cá! Ainda para mais o concerto vai ser no Coliseu de Lisboa, dia 25 de Julho.
Para quem não a conhece pelo nome, Aimee Mann é a responsável pela banda sonora do filme Magnolia. Alguém alinha no concerto?
Aqui fica uma das minhas músicas preferidas dela:
http://www.youtube.com/watch?v=bNbTC6xLVg0
25 junho, 2007
Reencontro de S.João M.
Cada vez mais me convenço de que entre a realidade e a ficção há um espaço bastante ténue. No passado fim-de-semana aconteceu-me um episódio digno de ser contado e que vem a comprovar a minha ideia inicial.
S. João, rumo à Invicta. Três horas no Intercidades, eu, a Pat e a Ana fizemos a festa. Ficamos num hotel simpático, bem no centro da cidade. Num sítio bem esquisitinho, segundo os locais. Eu cá não vi nada! Passeámos pela Ribeira, com os ouvidos bem apurados nos palavrões e depois fomos dar um passeio de barco no Douro, qual turistas! O jantar foi em Matosinhos, num arraial improvisado. Caldo verde, chouriço assado, sardinhas, "fêveras", sangria e leite creme queimado - um banquete bastante festivo! Fomos tratadas que nem princesas! Conhecemos pessoas muito divertidas, extrovertidas, simpáticas. Depois seguimos para o arraial, junto à Foz. Num sítio cujo nome é bem difícil pronunciar. Não arrisco. Entre marteladas, caipirinhas, dança e gargalhadas, descobri-o. Não sei como, nem de onde apareceu mas ele estava ali, mesmo ao meu lado. O rapaz do RER de Paris. Tive uma sensação estranha. Ainda hoje tenho dificuldade em perceber onde começa a realidade e onde acaba a ficção. Ele estava mesmo ali, junto a um dos rapazes com quem jantámos. São amigos. O mais interessante é que nesse dia até lhe tinha mandado um mail a dizer-lhe que ia lá passar o S. João, como fiz com outras pessoas do Porto. Mas ele não tinha ido ao mail nesse dia... De qualquer forma, encontrámo-nos. Sem termos combinado. Foi puramente por acaso. Quase dois anos depois de nos termos conhecido em Paris reencontrámo-nos, no meio da multidão. Conversámos aquilo que as circunstâncias permitiram. Foi muito engraçado. Uma grande surpresa. Em Paris, depois de o conhecer, fui eu que andei à procura dele e encontrei-o. No sábado acho que nos encontrámos. Os dois. Por destino ou acaso.
18 junho, 2007
13 junho, 2007
Outro dia tive a sorte de experimentar reiki e depois de receber a energia senti-me mesmo muito bem. Não sei explicar o que senti mas foi qualquer coisa muito forte...
Depois a Filipa emprestou-me um livro que introduz o reiki... O livro instalou-se na minha cómoda
e tenho-o devorado. Tem-me ajudado bastante no auto-conhecimento e cada vez que páro para ler o livro sei que aquele tempo é só para mim, para pensar em mim. Ultimamente tenho-me esquecido do quão importante é dedicarmos algum tempo para pensar na nossa vida. Em nós!
29 maio, 2007
26 maio, 2007

Valeu a pena esperar estes anos todos. Valeu a pena ter comprado o bilhete em Dezembro. Foi dos melhores concertos a que fui! A capacidade de improviso que esta banda tem torna cada um dos concertos uma caixinha de surpresas. ADOREI e tenho a certeza de que eles também gostaram do público português. Tocaram três horas praticamente sem pausas... Mesmo assim soube a pouco!
Espero que eles regressem... DEPRESSA!