30 junho, 2009



Aqui entre nós, que ninguém nos ouve (especialmente o Doutor Póvoas) esta semana matei saudades da infância. Mas fiz a papa com água - não é a mesma coisa, devo dizer. Para a próxima experimento com leite de soja. Sounds good!
Hoje reparei que estou cheia de cabelos brancos. Estão espalhados por toda a cabeleira! Já não é apenas aquela madeixa, mesmo à frente, do lado esquerdo. Aquela madeixa que me acompanha há dez anos e que se vê só quando eu quero, quando mudo o lado do risco - o que é raro, extremamente raro. Agora não há solução, é deixar os cabelos brancos à vista; para além dos já existentes, há uma data de novos a nascerem, fios brancos por todo o lado e não há tinta que pegue. Tendo em conta que tenho 26 anos o panorama não é animador...
O que é que o pavão diz? Ó p'ra mim, sou tão bom!
Cuidado, eles andam a fugir dos jardins...

29 junho, 2009

Outras andanças
A vida dá muitas voltas, mesmo. Há uns meses atrás achava que seria impossível . É estranho. Ando a aprender a ser jornalista. Tenho tanto para aprender...
A experiência tem sido boa, muito boa até. Sinto-me uma grande sortuda por trabalhar com pessoas fantásticas, mais uma vez. Nasci mesmo com o rabinho virado para a lua!
Duas das peças que fiz vão ser exibidas na RTP, no dia 2 de Julho,assinalando a luta contra a leucemia, inseridas no programa "Solidários até à Medula". Foi psicologicamente duro fazer estas peças. Mas por outro lado, foi muito enriquecedor conhecer miúdos de dezassete, dezoito e dezanove anos, que são rostos de esperança. Uns por terem feito um projecto extraordinário na escola, um projecto que por ser tão sério e com resultados tão positivos ultrapassou os limites escolares; e a D., que é uma rapariga que aos 13 anos fez um transplante de medula e que foi obrigada a crescer enquanto lutava pela vida. A D. continua a lutar, vive cada dia com toda a intensidade, sem planos a longo-prazo; tem um brilho intenso no olhar, cheio de vida. A força daquela miúda é contagiante. Nunca vou esquecer.
Apesar destas andanças que nos enchem de experiências os tubos de ensaio, continuo a querer escrever ficção. Esta semana vai ser dedicada a isso, ao meu projecto. O deadline é segunda-feira. Portanto, vai ser trabalhar, trabalhar, trabalhar. Com muito prazer!

19 junho, 2009

Porque hoje foi um dia especial, interiorizei que:

- vou aprender a dizer não;

- vou deixar de carregar o mundo às costas;

- vou ter tempo para mim, para me conhecer melhor;

- vou dizer/exteriorizar o que penso;

- vou pedir ajuda sempre que precisar;

- vou mostrar o que sinto e "baixar a guarda";

- vou conquistar o meu caminho;

- vou fazer as MINHAS escolhas;

- vou descobrir o que me faz feliz;

Parece que iniciei um período de auto-descoberta e que os próximos dois anos vão ser decisivos nesta transformação interior. A nova Catarina está a nascer!

18 junho, 2009





Hoje era miúda para me meter num avião e só parar ali!

17 junho, 2009







HOJE É DIA DE TEATRO!
Depois de um mês intenso nas Marchas e de o trabalho ter corrido bem está na altura de mergulhar novamente no guião do filme. Agora que já passou algum tempo o desafio é voltar a olhar para ele e perceber o que tenho de alterar e adaptar, tendo em conta as indicações que recebi da produtora. Vai ser um grande desafio e vou dar tudo o que tenho e o que não tenho para tornar este sonho realidade. Estou muito feliz, com um frio na barriga (confesso), mas ansiosa por agarrar no texto.
Sexta-feira vai ser um dia muito especial. Espero descobrir aquilo de que ando à procura. Ou pelo menos conseguir ter algumas luzes. Já não era mau!
Adoro tê-la nos braços e ficar simplesmente a olhar para ela. É tão bom observar cada movimento, cada expressão no rosto rosado e perfeito, esperar que ela abra os olhos e esboce um sorriso involuntário.
Ai o relógio biológico a trabalhar!
Chapéus há muitos... e homens também!
Mas é preciso é saber escolhê-los. Quem me conhece sabe que a Margarida Rebelo Pinto me faz uma certa comichão na garganta... e no resto do corpo, provoca-me urticária - mesmo. Não é inveja pelo facto de ela ganhar a vida como escritora mas confesso que me faz confusão a senhora escrever um livro enquanto eu bebo uma chávena de chá... e aquela arrogância não lhe fica nada bem - mas gostos não se discutem. Ela vende livros, muitos livros - essa é que é essa!
Bom, mas esta semana folheei uma revista daquelas que adoro levar para a praia, a Activa, e encontrei um artigo escrito por ela que se chama "A verdade sobre os mitos do amor". Encontrei nalguns pontos alguma verdade. Ora vejamos:
"Há quatro tipos de homem. O sacana profundamente atraente, o doméstico profundamente chato, o sacana que finge que é boa pessoa, e o que não tem a mania de nada, que é o melhor de todos. E não, não está sempre casado. Temos é de o encontrar na idade certa: aos 30. Não se pode levar a sério um homem antes dos 30. Até aos 25 sofrem o primeiro desgosto de amor. Entre os 25 e os 30 percebem o grande poder que têm e ficam entre tornar-se um homem normal ou um sacana, e aos 30 escolhem. E ainda há o eterno indeciso, o gajo mais chato do mundo. É o menino da mamã que nunca cortou o cordão umbilical e quer casar-se com uma rapariga igual à mãe, mas quando ela aparece, fica tão apavorado que não se casa. Está sempre à espera que a vida o leve, mas como diz o José Eduardo Agualusa, "um homem que se encosta às suas circunstâncias pode cair"."
Prefiro chamar ao tipo que não tem manias o homem extraordinário qb. Porque a normalidade também tem pouca graça. Parece que é difícil encontrá-lo antes dos 30 mas eu conheço excepções - juro que conheço. Homens que antes dos 30 perceberam que queriam ser extraordinários e são. Simplesmente.

06 junho, 2009

MATILDE
4 de Junho de 2009. CUF Descobertas. Subi o elevador a correr e avistei logo a minha irmã. Estava linda, bronzeada, tranquila, sorridente com o barrigão mais descaído do que o habitual. A Matilde queria nascer. Passados alguns minutos estava no quarto, já de bata. Continuava tranquila e linda. Umas horas mais tarde as contracções começavam a apertar e os exercícios de respiração ajudavam a esquecer a dor. Estive com ela até quando pude. Dez minutos depois de lhe ter sido dada a epidural a Matilde insistia em sair. Não havia tempo a perder. Despedi-me da minha irmã com uma serenidade inexplicável: tinha a certeza de que ia correr tudo bem. O Francisco acompanhou-a naquela horinha que se quer bem curta. E foi assim que aconteceu. Meia hora depois a Matilde chegou. Eram precisamente 21h55. De gorro cor de rosa debruado a azul na cabeça, embrulhada numa manta branca, de olhos bem abertos estava a princesinha, ao colo da enfermeira, no berçário. Fiquei parada a olhar para ela, através do vidro do berçário durante minutos. Era a minha sobrinha, aquela que vi crescer dentro da barriga da minha irmã; aquela bebé por quem sinto um amor inexplicável.
Pela primeira vez depois de tanto tempo senti que o hospital também cheira a vida; aquele aroma forte do desinfectante que tantas vezes me agoniou e me agonizou a dor ontem transmitiu-me esperança, cheirou a vida.
A minha Matilde é uma princesa. É pequenina, tem a pele macia e rosada, os olhos rasgados e escuros como o pai, a boca e o nariz arrebitado como a mãe.
Sou tia. Parece que ainda nem acredito. De repente, a família voltou a crescer. Sinto-me TÃO feliz! Estou muito orgulhosa da minha irmã, que se portou como uma heroína, do meu cunhado, que foi um guerreiro.
A minha sobrinha... a minha sobrinha...

22 maio, 2009

É OFICIAL:
ESTOU A TORNAR-ME NUMA MULHER VODAFONE!

16 maio, 2009









Há relações que só funcionam à distância. É o caso da que mantenho com o despertador. Se ele estiver perto de mim é muito provável que a história acabe mal.

08 maio, 2009

"Por que é que as pessoas que querem ser livres, independentes e tudo o mais, são aquelas que mais mal aguentam a solidão? Porque, para o mal e para o bem, habituaram-se a uma companhia constante. Não percebem que as saudades, que os desejos nunca realizados, os sonhos que ficaram suspensos, são a melhor companhia (embora também a mais triste) que se pode ter?"

E agora pergunto eu: Por que é que o Miguel Esteves Cardoso tem sempre razão?!
Pagar o seguro do carro e a revisão dos 40 000 km no mesmo dia é tramado!Dá logo vontade de o vender!

Maio começou muito bem. Os primeiros raios de sol abrasador mudaram os meus dias. Estou a fazer um trabalho muito enriquecedor ao nível pessoal. É cansativo, tenho chegado a casa estoirada, mas a verdade é que conhecer a face mais popular e mais genuína dos bairros lisboetas tem sido uma experiência única, um grande privilégio. Há histórias de vida fascinantes, há paixões arrebatadoras pelo lugar onde se vive, há miséria mas também há muita união - em muitos casos os vizinhos tornam-se a família. As festas populares que invadem Lisboa no mês de Junho são esperadas com entusiasmo por todos. É a festa por excelência, aquela que é feita por todos e para todos.
Tem sido bom encontrar o equilíbrio entre a escrita criativa e o jornalismo.

24 abril, 2009


Pertenço a uma geração que nasceu em liberdade. Para mim o 25 de Abril de 1974 é um episódio que tem tanto de distante como de encantador. Lembro-me de absorver as aulas de História quando o tema era a Revolução dos Cravos. Os tempos de Ditadura eram tão diferentes da realidade que conhecia que ficava fascinada a ouvir o quotidiano dos portugueses daquela época. Pertenço a uma geração que nasceu com a "papinha toda feita", que nunca teve de lutar por nada, que tem uma grande dificuldade em valorizar o que a rodeia. Pertenço à geração da descrença na política, do "deixa andar", do "não me choca".

Cresci em democracia, em liberdade. Não tive uma educação católica, posso sair do país quando quero e quando me apetece, tenho o dever de ir às urnas mas também tenho o direito de não votar, posso trabalhar no que quiser e com quem quiser, emito opiniões sobre tudo, quando quero e como quero, posso expressar as minhas convicções... talvez seja por isto que a Ditadura me pareça uma época tão distante. Mas nunca me esqueço de que foram os nossos avós que fizeram a Revolução, que ofereceram ao país a Democracia. Foram esses soldados, guerreiros sem armas, que lutaram para que a sociedade portuguesa se transformasse, para que nos dessem um país melhor para crescermos e vivermos mais felizes do que eles foram. Para que tivessemos mais oportunidades do que eles tiveram. E nós o que é que fizemos? O que é que temos andado a fazer? Nada. Rigorosamente nada.
Depois de ter mandado o currículo para vinte empresas eis que passado duas horas recebo um telefonema de uma delas. Do outro lado a voz rouca e enérgica atropelava-se nas palavras. Depois de uma breve conversa marcou logo uma reunião para o dia seguinte, ontem portanto. Gostei imenso de o conhecer. Primeiro porque mostrou ser uma pessoa prática, que tem uma filosofia muito própria em relação à área que domina; depois porque fiquei impressionada com a forma como falou daquilo que o move (vê-se mesmo que tem conhecimento da área em que trabalha, que tem os horizontes bem abertos, fruto das experiências que tem tido fora do país); terceiro porque revelou interesse e respeito pelos projectos que lhe apresentei. Ficou de me contactar daqui a duas semanas. Vamos ver como é que corre. Até lá... pensamento positivo!!!

22 abril, 2009

ESTÁ DECIDIDO! Amanhã vou começar a mandar currículos. Ser freelance é jogar ao ataque. Televisão, cinema e publicidade são as áreas a explorar - tanto aqui como lá fora.
Tenho andado desaparecida - literalmente. Não gosto de ter o blogue desactualizado, muito menos nas fases em que preciso desta espécie de terapia que é escrever. Sinto-me numa viagem introspectiva, acho que nunca pensei tanto na minha vida - é o que faz ter tempo. Precisava de o ter, provavelmente. Precisava que todas as questões que agora penso e repenso fossem colocadas. Mas custa um bocadinho... nestas últimas semanas acho que estou a viver numa montanha russa de sentimentos. Ora estou lá em cima a apreciar a vista deslumbrante , ora desco a pique e aterro no chão, com os pés bem assentes, por sinal. Mas é uma fase e há-de passar. Eu sei.
Ontem acabei de escrever o guião da minha primeira longa-metragem. O meu primeiro "filho"! Estou muito feliz por ter conseguido, por ter acreditado que devia seguir aquela vontade. E precisamente por ter terminado no dia em que o meu avô fazia 88 anos. Este projecto tem sido construído numa base de coincidências - para quem acredita que elas existem. Eu não. Acho que é mais do que isso... tem de ter um significado maior.
Gosto do resultado final mas sinto que podia estar melhor. Por isso é que gosto de lhe chamar primeira versão. Quanto mais leio mais dúvidas tenho! Mas isso é o caminho para o progresso, certo?! Questionar para melhorar!