23 setembro, 2005

"Marcas de Sangue", a não perder!


Já há muito tempo que uma peça de teatro não me prendia tanto à cadeira. "Marcas de Sangue" é a prova de que em Portugal se sabe fazer teatro. E muito bem.
A produção da Escola de Mulheres leva a palco do Teatro da Comuna um texto Judy Upton (encenado por Isabel Medina) que explora temas muito fortes como a solidão e a violência.
É numa residencial, perdida à beira da praia, que cinco personagens vão fazer as suas escolhas (quando podem) num clima tenso e violento. A solidão é o pano de fundo da peça e a angústia passa garantidamente para o público. A complexidade das relações entre as personagens que procuram desesperadamente um caminho para a felicidade, vai-se adensando ao longo da peça. A busca pelo amor e as ilusões e desilusões que ela implica marcam a encruzilhada da vida de cada uma destas personagens.
É de realçar a magnífica interpretação de Albano Jerónimo, Leonor Seixas, José Wallenstein, São José Correia e de Lucinda Loureiro.
A não perder!