A vida privada de Salazar
Criei algumas expectativas em relação a esta mini-série. Primeiro era sobre Salazar, o ditador que foi e continua a ser odiado por uns e amado por outros. Depois, sobre factos desconhecidos da vida de um homem que esteve mais de trinta anos a governar Portugal, sobre as suas paixões, sobre as suas fragilidades enquanto ser. Queria saber mais, apreender mais. Mas depois de ver o primeiro episódio a única coisa que aprendi foi o facto de Salazar coleccionar canivetes. Depois, ele e as suas apaixonadas em conversas mornas. Assisti ao episódio com atenção e ficou muito aquém do que eu esperava (eu, que sou sempre tão optimista e que tenho sempre esperança que se façam produtos televisivos de grande qualidade). Uma história com pouco sumo, mal arrumada no ecrã, que me causou uma certa sonolência - confesso. Mas terá sido a vida privada de Salazar tão desinteressante? Ora o senhor lê poemas, ora o senhor lá mete uma mãozinha na anca de uma mulher, dá uns beijinhos, ora o senhor come coelho a pensar que é carne de porco, ora o senhor bebe chá porque está calor, ora o senhor estuda. Um primeiro episódio que me entristeceu: lento, mastigado, sem acção, desprovido de emoção. Eu diria mesmo desapaixonado. Apesar de tudo, a série prima pela qualidade da imagem, que é cinematográfica (por isso é que ainda me deixou mais frustrada). Devo dizer que gostei da fotografia, da luz, do guarda roupa, da caracterização e do desempenho das actrizes Maria João Pinho e Catarina Wallenstein. Cheira-me que esta série podia ser perfeitamente um filme, que certamente lhe daria mais acção, mais ritmo, mais vivacidade. Mas mantenho a esperança: pode ser que amanhã fique surpreendida com o segundo episódio - espero! Se não me surpreender pela positiva só me resta esperar que alguém mostre outra perspectiva da vida de Salazar - uma qualquer desde que seja mais interessante!
1 comentário:
Subscrevo o que escreveste. Gostei também muito da fotografia. Mas o inicio sempre foi mais rápido que o do Equador. Acho-o muito lento.
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