17 maio, 2012

A crise a a solidariedade

Ultimamente e, ao contrário das expectativas, tenho notado que anda por aí uma grande onda de solidariedade. Num mundo onde a presença física é cada vez mais substituída pelos telefonemas, pelas redes sociais e por todo o universo virtual, tenho-me apercebido de que as pessoas estão mais solidárias umas com as outras. Talvez o lema "a união faz a força" comece a ser entendido. Que as pessoas precisam umas das outras, isso já toda a gente sabe, mas a passagem da teoria à prática nem sempre é fácil e pacífica. Talvez porque as pessoas estejam a precisar mais de ajuda do que nunca e comecem a deixar de ter vergonha de pedir. E muitas respondem à chamada. Tenho visto pedidos de tudo e de mais alguma coisa, a que muita gente responde de imediato sem receber nada em troca. Mesmo quando não conseguem ajudar directamente, passam a mensagem para que chegue a alguém que consiga. Por exemplo, nesta época de crise fiquei surpreendida com a participação dos portugueses nas campanhas de solidariedade, como por exemplo, a do Banco Alimentar. Pessoas que com duzentos euros de reforma, em que metade vai para a farmácia, contrubuíram nem que fosse com quarenta cêntimos gastos num pacote de massa. Nós precisamos uns dos outros. Por vezes afundamo-nos no egoísmo do conforto e não mexemos uma palha para ajudar o próximo mas acho que numa altura em que o conceito capitalista mostra a sua fragilidade chegou o momento de as pessoas darem valor ao que realmente importa, à Humanidade, e continuarem nesta onda solidária a ajudar o próximo. É verdade que com a crise veio uma onda de revolta, violência e raiva. As pessoas estão sem trabalho, estão a ficar sem tecto e não têm dinheiro para comer. Mas esta mesma crise também trouxe ao de cima o que de melhor o ser humano tem: a capacidade de amar e de ajudar os outros.

Sem comentários: