30 dezembro, 2008


RESOLUÇÕES DE ANO NOVO
(Para cumprir):



- Estudar durante 3 a 6 meses em Nova Iorque ou Los Angeles ou Londres (já está definido como prioridade e já ando a pesquisar cursos);

- Organizar melhor o meu tempo;

- Fazer o curso de reiki;

- Organizar jantares mensais com os amigos para não ficar tanto tempo sem os ver;

- Viajar (sempre que possível);

- Regressar às aulas de ténis ou encontrar uma aula de dança de que goste;

- Entrar na linha (o Natal foi o caos);

- Estar mais disponível (muitos brilhos e purpurinas!).

29 dezembro, 2008

Foi a minha amiga Van que me fez descobrir este texto maravilhoso de uma das minhas séries preferidas: Anatomia de Grey.


Fresh starts. Thanks to the calendar, they happen every year.
Just set your watch to January.
Our reward for surviving the holiday season is a new year.
Bringing on the tradition of New Year’s resolutions.
Put your past behind you and start over.

It’s hard to resist the chance at a new beginning.
A chance to put the problems of last year to bed.

But who gets to determine when the old ends and the new begins?
Actually, it’s not a day on the calendar, not a birthday, not a new year.
It’s an event. Big or small. Something that changes us.
Ideally, it gives us hope.

A new way of living and looking at the world.

Letting go of old habits, old memories...
What’s important is that we never stop believing,
we can have a new beginning.
But it’s also important to remember that amid all the crap
are a few things really worth holding on to.
avó


A vela está com uma chama que se tenta impor perante os movimentos bruscos do ar. É injusto morrer-se numa cama de hospital. É injusto partir doente, debilitada, cansada. É injusto deixar-nos quando ainda nos faz tanta falta. É terrivelmente injusto vê-la partir aos poucos. Mais do que isso, é injusto a minha avó ter noção de que vai partir em breve. Foi uma pneumonia que a atirou à cama, depois de se ter começado a render ao cansaço do coração e à tristeza de ter perdido o meu avô. A minha avó é a matriarca. Nasceu princesa em S. Miguel. O pai era farmacêutico e morreu quando a filha Olga tinha apenas três anos. Três meses depois morria a minha bisavó com um filho ainda no ventre, que também não sobreviveu. Era diabética e depois da morte do marido, que lhe controlava a comida, os níveis de açúcar no sangue acabaríam por se descontrolar. A minha avó foi assim criada pelo avô, um grande pianista, a madrinha, e as primas. Cresceram todas juntas, como irmãs. Contou-me tantas aventuras que viveu na ilha e nunca se cansou de revelar o episódio em que conheceu o meu avô, que entretanto tinha ido fazer a tropa para S. Miguel. Eram lindíssimos. A minha avó continua a ser. Loira, com cachos largos e brilhantes e a pele branca acetinada. Os olhos eram duas estrelas cintilantes, cheias de vida, mas agora parecem vazios, desorientados e opacos. O meu avô parecia um galã de cinema. Olharam-se e apaixonaram-se. Primeiro o meu avô apaixonou-se pelos tornozelos da minha avó. A minha avó casou-se por procuração na ilha para ter uma grande festa, com tudo a que tinha direito sem a presença do meu avô que estava cá no continente. Depois veio ter com ele e a vida de princesa chegava ao fim. Augusto, comunista de gema, recusou-se a colaborar com o regime de Salazar e ficou desempregado durante sete anos já a minha avó tinha três crianças seguidas. Passaram fome, trabalharam muito para ganhar uns tostões. A minha avó sempre teve muito jeito para as artes e começou a fazer bonecas feitas de conchas para vender aos turistas. O meu pai e o meu tio corriam as praias para apanhar o material de que a minha avó precisava. Com o fim da Ditadura o meu avô conseguiu arranjar emprego e a vida melhorou substancialmente. Mas a Maria Olga nunca mais voltaria a ter a vida de princesa. Se bem que sempre achei que a minha avó tem um ar aristocrata, de senhora- talvez seja por isso que me custe tanto a vê-la ali, deitada na cama, sem colares, sem brincos, sem baton, sem verniz nas unhas, com o cabelo branco a sobrepor-se ao loiro, triste, rendida à doença e ao cansaço. Hoje apertou-me a mão e disse-me numa voz quase imperceptível que eu era muito querida. Fiquei com um nó na garganta, tive de fazer um enorme esforço para não deixar cair as lágrimas que estavam a romper dos meus olhos. Limitei-me a sorrir e transmiti-lhe toda a força que tinha, que já começa a ser pouca. Queria dizer-lhe que vem para casa amanhã, queria ir buscar-lhe a roupa e os sapatos para irmos embora, queria convidá-la para almoçarmos no restaurante. Faço um enorme esforço para acreditar que isso ainda é possível, que ainda vou ter a minha avó por perto durante mais algum tempo. Mas são 87 anos e o coração está cansado. Ainda não estou preparada mas tenho de começar a pensar na despedida.

21 dezembro, 2008

Pó de Arroz - Tributo a Carlos Paião

Gosto desta versão. Gosto.

20 dezembro, 2008

Ás treze semanas e cinco dias... parece que vem aí uma Matilde.

Arcade Fire - No Cars Go

EM DIA SIM! Esta música dá mesmo pica!

16 dezembro, 2008

CANDIDATO À CÂMARA DE LISBOA


Estamos mesmo na fase de ouro do humor! Ouro não, diamante!

Salvem os ricos - OS CONTEMPORÂNEOS

Em 2008 eles esforçam-se por salvar os ricos.
Digam lá se não metem o Live Aid num chinelo?! Perante a crise valha-nos o humor, que parece estar ao mais alto nível. GENIAL!

Do they know it's christmas -LIVE AID

Em 1984 eles tentaram salvar os pobres...

15 dezembro, 2008

Mariah Carey - All I Want For Christmas Is You

Ele há com cada música mais pirosa... do teledisco prefiro nem falar!Mas é daquelas músicas que não prescindo no Natal! Faz-me tão bem aos ouvidos e ao espírito! ALL I WANT FOR CHRISTMAS IS YOU!!!ADORO!

14 dezembro, 2008

Tenho tido a sorte de conhecer pessoas de Leste incrivéis, de uma generosidade arrepiante. O O. e a L. fazem parte delas. A L. recebe-me sempre na sua casa com a maior simpatia. Tem trinta e cinco anos e uma filha de dezassete. Veio para Portugal para acompanhar o marido, que já cá estava há alguns anos. Deixou a família, a dança e nunca chegou a exercer o curso de Realização que tirou. Veio atrás do amor, que havia de acabar uns anos mais tarde. Ficou com a filha a seu cargo e sem casa. Teve de arregaçar as mangas. Como mulher de armas que é, alugou uma casa e começou a trabalhar ainda mais, a limpar casas. Depois percebeu que podia fazer um curso que lhe permitisse arranjar outro tipo de emprego. Decidiu-se pela estética e pela cosmo-dermatologia. Como o curso é bastante caro pediu dinheiro emprestado e hoje faz o sacrifício de trabalhar nas limpezas durante o dia e estudar à noite. Ontem fui à nova casa dela. Alugou-a a um conhecido. É uma casa linda, luminosa, confortável - é a cara dela. Percebi que a L. está a arrumar a vida dando um passo de cada vez. Convidou-me para um chá e insistiu que comesse um pastel de nata. Conversámos bastante. Admiro imenso aquela mulher cheia de garra. Tudo o que tem conquistado é fruto do seu trabalho e da sua generosidade. É mesmo boa pessoa, sente-se logo! Fiquei muito feliz por vê-la na casa nova, com um brilho diferente. Ela merece tudo o que está a construir.
O O. hoje ofereceu-me um bolo, depois da massagem. Fê-lo para mim. Normalmente sou eu que faço para os outros. Adoro cozinhar e faço-o sempre que posso. Mas desta vez fizeram um bolo especialmente para mim. Um bolo, de maçã - deve ser uma receita russa, presumo. Da última vez que o encontrei levei-lhen um bocado de bolo de iogurte que tinha feito para os meus colegas. Ele disse-me que depois me entregava a boleira com recheio. Pensei que estivesse a brincar mas pelos vistos não estava. Lá vim eu para casa com um bolo de maçã só para mim! Eu não mereço! ;) Sou mesmo uma sortuda em estar rodeada por pessoas assim.

"Os ossos partem-se. Os orgãos rebentam. A carne rasga."

In "Anatomia de Grey"

11 dezembro, 2008

Quem conta um conto acrescenta um ponto...


Foi esse o desafio lançado pela revista Actua. Nesta edição fui convidada a acrescentar "um ponto" ao conto da edição anterior. Aqui vai:



O despertador tocou num tom grave, violento, estridente, quase ameaçador. Os raios de sol entravam timidamente pelo picotado das portadas majestosas de ferro verde. Uma mão engelhada empurrou o despertador para fora da mesa-de-cabeceira de verga, fazendo com que se calasse. O estrondo que a queda do relógio provocou arrancou Hércules - um cão de porte pequeno, rafeiro, com orelhas compridas e pêlo manchado de negro, que fazia lembrar uma vaca - da cama fofa forrada por uma manta de xadrez vermelho, em fazenda. Maria acordou com a língua áspera de Hércules a passar-lhe pelo rosto, em movimentos bruscos. A cauda do cão chicoteava alegremente os braços de Maria. Depois de abrir os olhos cumprimentou Hércules com festas e beijos no focinho peludo. Vestiu o roupão de lã cor de framboesa e lavou a cara na casa de banho ao fundo do corredor. Caminhou até à cozinha, em passos preguiçosos e arrastados, e pôs a água ao lume, para fazer um chá de cidreira. Sentia-se só, mais só do que nunca. No peito ecoava um vazio sufocante. Olhava em redor e a angústia da solidão deixava-a deprimida. Aos quarenta anos sobrava-lhe a companhia de Hércules, o único que nunca a desiludira, que nunca a traíra, que nunca a abandonara. Tirou o púcaro do lume e viu a sua imagem reflectida no inox envelhecido. O cabelo estava desalinhado, o castanho-escuro mesclado de um tom chocolate estava a perder terreno para os fios brancos rebeldes, que rompiam desordenadamente pela raiz. Os olhos estavam baços e pareciam mais pequenos. Os dentes outrora de uma brancura imaculada ganharam manchas, provavelmente um efeito da nicotina acumulada nos últimos anos. O sorriso tinha-se evaporado, como as lágrimas que lhe acabaram por secar a alma. Maria nem se lembrava do último dia em que as lágrimas lhe desceram do rosto, a pique. Simplesmente já não conseguia chorar. Preparou a infusão de cidreira fresca e deixou-se cair na cadeira estilizada. Trincou quatro biscoitos de canela e acendeu um cigarro. Hércules tinha-se aninhado nas pantufas felpudas de Maria. Pegou no jornal do dia anterior, cuja capa apresentava em destaque uma enorme fotografia de Obama, o recém-eleito Presidente dos Estados Unidos da América. Ele esboçava um sorriso contagiante. Por cima da fotografia de Obama uma frase ocupava a largura do jornal: Chegou a hora de mudar. Maria fixou os olhos naquela frase, palavra a palavra, durante dois minutos. Ouviu a sua voz interior repeti-la centenas de vezes. Sentia um calor a invadir-lhe o corpo. Não sabia se era um dos efeitos do chá ou se era outra coisa qualquer. Depois abriu o jornal exactamente na página dos classificados. Deslizou o dedo indicador pela página como se procurasse um número de telefone nas Páginas Amarelas. Prendeu-lhe a atenção um anúncio que tinha um fundo verde brilhante. Um fundo de esperança. Maria abriu uma gaveta junto ao fogão e pegou na tesoura de arranjar peixe. Com todo o cuidado recordou o anúncio. Dobrou-o e guardou-o no bolso das calças do pijama. Hércules ladrava numa histeria incompreensível. Seguia os passos da dona, transformando-se na própria sombra dela. Depois de tomar um duche bem quente, Maria vestiu uns jeans claros, uma camisola de gola alta justa, preta, que lhe fazia sobressair o volumoso peito. Olhou-se ao espelho e percebeu que estava viva. Escovou o cabelo e prendeu-o com força num elástico. Maquilhou-se de uma forma suave e discreta e envolveu-se numa chuva miudinha de perfume francês. Calçou as botas de cano alto e tirou do armário o casaco de fazenda. Hércules dava saltos, piruetas, parecia um cão de circo. Maria embrulhou-se no casaco e numa écharpe vermelha. Ia deitar o maço de cigarros no lixo mas resolveu guardar dois dentro da mala preta. O resto voou direitinho para o balde de metal que se apoiava num canto da cozinha. O telemóvel de Maria tocou. Ela olhou para o visor e ignorou a chamada, despreocupada. Fez uma festa a Hércules e despediu-se dele com um “até já”. Fechou a porta com segurança. O vento soprava sobre os cabelos de Maria. A temperatura na rua estava fria. O termómetro junto aos semáforos marcava 7 graus. A calçada era longa e o caminho ainda maior. Os saltos das botas de Maria de vez em quando ficavam presos nos defeitos da calçada. Os passos apressados corriam contra o tempo. A lembrança doce confundia-se com o aroma a bolos acabados de sair do forno da pastelaria central. A música que lhe entrava pelos ouvidos era aquela que nunca tinha chegado a sair. A frase. A frase mágica: Chegou a hora de mudar. Chegou a hora de mudar. A sinfonia das palavras provocava um sorriso discreto na expressão de Maria. Ele vinha distraído, a falar ao telemóvel. Levava debaixo do braço vários jornais e revistas. Exaltava-se a cada palavra. Negócios, provavelmente. Preocupações, problemas. De certeza. Era alto, moreno, com os olhos escuros mas brilhantes. Os seus lábios eram perfeitamente desenhados. O cabelo tinha o tom de avelã. Usava uma samarra azul-escura, de fazenda. O cachecol bege enrolava no pescoço e caía sobre a samarra. As calças de bombazina castanhas estavam-lhe largas. Ele não tinha mais de trinta anos. Maria tinha ascendido à lua e parecia flutuar no universo. Ele estava preso à terra, demasiado preso até. Caminhava rapidamente pela calçada íngreme. Um carro buzinou e ele fixou o olhar naquele trânsito infernal enquanto continuava a discutir ao telefone. Maria deu um passo em falso e o tacão das botas prendeu-se numa folga entre duas pedras da calçada. Quando se preparava para avançar, ele deparou-se com Maria ali mesmo à sua frente. Não deram um encontrão porque ele resolveu apoiar-se num candeeiro. Mas escorregaram-lhe todos os jornais, que foram direitinhos para o chão. Houve um que caiu mesmo aos pés de Maria. Era igual ao que ela tinha em casa. Ficaram os dois a olhar para Obama a sorrir. Tinha chegado a hora de mudar.


02 dezembro, 2008

Amália - trailer do filme

ESTOU CURIOSA...

Ter tempo é :

Relaxar. Passear. Estar com as pessoas de quem gostamos mais vezes, sem olhar para o relógio. Ler. Devorar séries. Ver filmes. Ouvir música. Lanches e jantares intermináveis. Dormir. Pensar e repensar. Ter ideias. Escrever. Observar. Recordar. Descobrir. Ter tempo é viver.

Caetano Veloso - Cucurrucucu Paloma

Caetano. Almodovar. Uma música linda num filme perfeito. Foi esta versão que me fez comprar este fim-de-semana a banda sonora dos filmes do realizador espanhol. O tema é arrepiante!

Em tempo de crise um fim-de-semana prolongado significa:


- excursões a centros comerciais;

- caixas multibanco sem dinheiro;

- viagens para a Europa esgotadas;

- ir a correr para a Serra da Estrela brincar com a neve, mesmo com as estradas intransitáveis (afinal o preço da gasolina está mais baixo);

Alternativa: ir ao Congresso do PCP;

A primeira ecografia
Vi-o enroscadinho, aninhado, com as mãozinhas a esconder a cara. Dez semanas, quatro centímetros e um coração a palpitar a toda a velocidade. É incrível como a vida vai ganhando força dentro de uma barriga. É incrível o poder da primeira imagem, a sedução, a conquista, o amor que me agarrou de imediato ao meu/minha sobrinho/a. Uma vida que nasce de outras, a extensão de duas pessoas que eu adoro: a minha irmã e o meu cunhado.
Nunca mais chega Junho...

01 dezembro, 2008

Chegou a minha ÉPOCA FAVORITA!








18 novembro, 2008

Querido PAI NATAL:
Este ano portei-me tão bem...




As Time Goes By

17 novembro, 2008


Seminário STORY, com Robert Mckee...

Podia começar por dizer que foi intenso e cansativo. Afinal três dias enfiada no auditório da ESCS desde as 9h00 às 20h30 é... DIFÍCIL e DESCONFORTÁVEL (houve momentos em que pensei estar dentro de um avião na classe económica, sentada numa daquelas cadeirinhas que parecem de cimento e onde pura e simplesmente os movimentos dos membros inferiores é proibido). Logo eu, que descobri há pouco tempo que a minha perna esquerda tem insuficiência venosa... enfim!Tudo pelo Mr. Mckee! A verdade é que o senhor percebe mesmo como criar uma história para cinema, televisão ou literatura. Escusava era de ser tão arrogante e de se assumir como o SENHOR-TODO-O-PODEROSO do guionismo. Mas o guru de Hollywood também tem qualidades extra teóricas: é um óptimo show man e tem sentido de humor. Sabe exactamente como cativar o público. Esse é, sem dúvida, o seu grande desafio: conseguir que as pessoas se mantenham tantas horas a ouvi-lo.
Fui para lá de espírito aberto, queria absorver ao máximo o que aquele senhor tem para ensinar. Tem muito. Pelo menos a mim, que só estou na área há quase cinco anos. Recordei algumas regras que no dia-a-dia tento aplicar ao meu trabalho e aprendi outras tantas.
Acho que o curso é um complemento da leitura da obra-prima do senhor, sinceramente. É pena ser caro. Se fosse mais acessível tenho a certeza de que havia mais gente na sala. Ainda assim, vi pessoas que nunca imaginei que tivessem interesse em fazer aquele curso. Só revela que têm humildade para aprender, apesar da carreira que já construíram.
Fiquei a pensar que as boas histórias podem levar-nos bem longe. Basta ter uma ideia genial e saber contá-la. Saber escrevê-la muitíssimo bem. Humanidade e qualidade é o que o público exige! A nossa história é para o mundo, diz o senhor Mckee. "O sonho comanda a vida", não é?! Nunca se sabe...
Apesar do cansaço valeu a pena! Valeu muito a pena! Se Mckee vier novamente a Portugal com outro curso e se eu tiver possibilidade de o pagar... lá estarei!

03 novembro, 2008

Finalmente posso publicar uma grande notícia: VOU SER TIA! Daquelas bem babadas!
Estou TÃO feliz! A ervilhinha ainda nem o tamanho de uma formiga tem mas já sinto um amor por ela inexplicável. A minha irmã e o Francisco estão muito felizes, ansiosos por verem a barriga crescer. Tal como eu!
Tive o feeling de que a minha irmã estava grávida e de facto acertei! Dois dias depois das minhas suspeitas o teste deu positivo e as análises confirmaram! E acho que é uma menina... Daqui a uns meses logo se verá. Agora o mais importante é que corra tudo muito bem. E vai correr! :)))

"Não sentimos saudades das pessoas que amamos. Do que sentimos saudades é da parte de nós que levam com elas".
(Lucía Etxebarría, in "Amor, Curiosidade, Prozac e Dúvidas)

Soa um pouco a egoísmo mas acho que é verdade. Temos saudades daquilo que as pessoas nos fazem sentir quando estamos com elas.

15 outubro, 2008


QUE SAUDADES...
Falta garra na selecção nacional. Os jogos estão uma seca. Os resultados piores do que nunca. Não temos equipa, apenas jogadores (óptimos, por sinal). Falta estratégia e falta um treinador que grite, que puxe por eles, que se emocione, que puxe pelo público.
É por estas e por outras que continuo a adorar o Scolari. Digam o que disserem.



09 outubro, 2008

Antonio Zambujo

Roberta Sá - Ensaio - A Vizinha do Lado

Lembra de mim | Ivan Lins

Uma noite inesquecível
Motivos profissionais levaram-me à Gala Luso-Brasileira no Casino Estoril. Fiquei nos bastidores para entrevistar algumas pessoas cujo contributo pudesse dar ainda mais força ao projecto.
Tive a sorte de me cruzar com um dos gigantes da música brasileira. Provavelmente o meu músico preferido - Ivan Lins. Senti-me uma adolescente quando o vi. Surpreendeu-me a sua timidez. Tinha ideia que era humilde e pude confirmar. Afinal a humildade faz parte das grandes pessoas. Foi com ternura que me respondeu às perguntas que lhe coloquei. Reforçou que é apaixonado por Portugal, adora Lisboa: as ruas, as casas, as janelas. A sensibilidade com que me respondeu é a mesma que Ivan oferece à sua arte. É emotivo. Apaixonado. Transparente. Exactamente como as músicas que compõe e canta. No final, não resisti a tirar uma fotografia com ele e a ficar com um autógrafo, que está guardado religiosamente.
Consegui falar um pouco com um senhor do fado: Carlos do Carmo, que cantou no mesmo palco com Ivan Lins. É extremamente bem disposto, com um sentido de humor apurado. Fiquei rendida.
Outros dois cantores que quero salientar é Roberta Sá e António Zambujo. Conhecia apenas uma música da cantora brasileira mas a verdade é que para mim era uma voz sem rosto, até à passada terça-feira. Uma jovem com um sorriso aberto, com uma voz cristalina (que me faz lembrar a da Mariza Monte). Fala da música com paixão, com garra. Talvez a mesma que a levou a conquistar um lugar ao sol num mercado onde a concorrência asfixia. Roberta Sá é uma lutadora, que acredita na sua força e no poder do espírito solidário, da união. É doce, doce, doce. Rendeu-se à voz de António Zambujo, um fadista cuja voz se veste de um ritmo que lembra Bossa Nova. Têm trabalhado juntos e o resultado é perfeito!
Depois da gala houve um jantar com algumas pessoas em Cascais. Foi num simpático e acolhedor restaurante japonês que estivemos a conviver até de madrugada. De repente, estavam onze pessoas reunidas que tinham uma coisa em comum: a boa energia. Entre músicos, agentes, produtores, apresentadores de televisão e amigos a boa disposição imperou - a par de sakés e vinho tinto. Música improvisada, risos, abraços, cumplicidades que se criaram num espaço de horas. De repente, apercebi-me de que estava no meio de artistas que passeiam dentro do porta-luvas do meu carro, em CDs. Estavam ali a sorrir, a cantar, a conversar. Não consegui deixar de pensar: realmente a simplicidade, a genuinidade, e a humildade levam as pessoas bem longe. Ah, e a boa energia também! Fundamental!
AVÓ
OUTRA VEZ. O cheiro a hospital. A álcool e a comida de cantina. A desinfectante e a doença. O sofrimento. A esperança. A ESPERANÇA QUE ATÉ NO HOSPITAL É A ÚLTIMA A MORRER.

28 setembro, 2008





Ontem não resisti a comprar ovomaltine. Estava num topo de um corredor do supermercado e olhou para mim como se fosse um íman. Desde que vi uma embalagem no armário da cozinha da minha amiga Ana que as lembranças da casa da minha avó não me saíram da cabeça. Havia sempre ovomaltine naquela casa. Quando queríamos leite com chocolate lá ia a minha avó preparar ovomaltine, ao qual os meus primos adicionavam açúcar. Isso nunca fui capaz de fazer. Hoje, ao pequeno-almoço, misturei o cérebre pó achocolatado com o leite de soja. Resultado: ficou divinal e consegui matar saudades!

PAUL NEWMAN: mais uma estrela no céu

Ontem, dia 27 de Setembro de 2008, uma das estrelas da sétima arte juntou-se a tantas outras para colorir o céu.
Paul Newman não era um simples actor mas sim um actor simples, cujo olhar encantou o mundo.
Para mim Paul Newman não era apenas um dos melhores actores de sempre era também o mais bonito do cinema, mesmo aos 83 anos. Trazia no olhar uma força arrebatadora. Os seus grandes olhos azuis tinham um sorriso e uma ternura constantes.
Ganhou um óscar como actor no filme "A cor do dinheiro" e arrecadou um globo de ouro como melhor realizador com o filme "Rachel, Rachel". Newman nunca escondeu a sua cor política e envolveu-se sempre nas causas em que acreditou. Era um homem frontal, digno, que sempre se interessou por ajudar os outros, fazendo generosas doações a instituições de solidariedade social.
Era um apaixonado por velocidade e por automobilismo e chegou mesmo a participar em diversas corridas, conseguindo ficar bem classificado nalgumas. Também se lançou como empresário criando uma fábrica de molhos e condimentos - que teve bastante êxito.
Um cancro no pulmão fê-lo sair de cena mais cedo do que o previsto. Mas Newman nunca desistiu e resolveu partir junto da família. Sabia que estava prestes a deixá-la por isso resolveu passar as últimas semanas em casa, perto da sua eterna companheira - Joanne Woodward - com quem esteve casado mais de cinquenta anos.
Ontem o cinema perdeu um dos melhores actores de sempre. Ficam o os olhos azuis ímpares, o sorriso e a serenidade de Paul. Inesquecíveis.

Mesmo a preto e branco os olhos são azuis




Aquele olhar




Com a mulher da sua vida, Joanne Woodward




O charme dos quarenta







O seu grande amor até ao fim











27 setembro, 2008

23 setembro, 2008

FÉRIAS "NO STRESS"

O pior das férias é o momento em que nos apercebemos de que chegaram ao fim. O melhor é quando sentimos que as vivemos. Foi o que aconteceu! Hoje, dia 20 de Setembro de 2008, cheguei a casa vinda directamente da Ilha do Sal. Como acontece todas as vezes que viajo, a chegada ao aeroporto embrulha-se numa melancolia e na saudade polvilhadas com o prazer de regressar a casa. Se por um lado as férias chegaram ao fim, por outro, a minha vida vai sofrer algumas mudanças – objectivos que estabeleci nos quentes e reconfortantes dias que passei na ilha.
Foram oito dias mergulhados em banhos mornos de um mar azul-turquesa que parece resistir aos efeitos do photoshop, um calor peganhento mas ao mesmo tempo delicioso que se prende na pele levado por uma brisa quente, e entre a cumplicidade de três amigas que quiseram partilhar os dias com toda a intensidade do sabor das férias.
A simpatia dos cabo-verdianos e o seu espírito “NO STRESS” é cativante. Conhecemos pessoas que nos enchem de esperança em cada palavra que dizem, em cada olhar que lançam, em cada sorriso que esboçam. Vivem na riqueza de uma vida simples. O que é pouco para eles mesmo que não chegue tem de sobrar. Os olhos deles falam, explicam-se, sentem-se, contagiam. Têm uma verdade maior. Os olhos do Alex irradiavam um brilho diferente. A maturidade daquele miúdo de onze anos arrepiou-me. Quer estudar mas o seu sonho é ser jogador de futebol, como o Cristiano Ronaldo. Foi a bola que o trouxe a Portugal, para jogar num torneio. É o único dos meninos da praia que sabe o que é o Mc Donnalds e o Pingo Doce. O Alex já percebeu que o Sal é uma ilha demasiado pequena para o tamanho dos seus sonhos. Acredito que aquele menino vá longe, muito longe mesmo.
O hotel onde ficámos, o Novorizonte, estende-se num aglomerado de chalés rústicos, bem simpáticos, virados para a praia. O 531 foi aquele que nos recebeu e que ouviu muitas histórias, muitos desabafos, muitos risos…
Foi naquele recinto que conhecemos muitas pessoas que dificilmente esquecerei. O Hélio, um dos animadores do hotel, é uma delas. Irradia simpatia com aquele sorriso pepsodente. Mulato de olhos verdes, “primo” do Pacman, é o RP do sítio e arredores. Deu para perceber que é genuíno, uma das qualidades que mais aprecio nas pessoas. Brindou-nos os dias com a sua boa onda. Foi um verdadeiro “gentleman”! Também fiquei fascinada com o olhar doce do Sid. Tem uns olhos negros que fazem lembrar duas azeitonas pretas e brilhantes e um sorriso aberto de uma brancura imaculada que contrasta com o seu tom de pele. Tem dificuldade em ficar parado e várias vezes pudemos vê-lo a treinar capoeira na praia, em movimentos elegantes e seguros. Gostei particularmente da sua postura discreta, misteriosa, que desperta muita curiosidade. Com tantas qualidades se ficasse lá mais um tempo de certeza que me apaixonava por ele!
Também não me esqueço do “sô” Fernando, um empregado do bar do hotel cujo bigode recorta a sua expressão marota e o seu sorriso infantil. A sua simpatia actuou como um chá de digestão fácil durante as refeições. Ajudou-nos a resistir aos “there’s no tomorrow” da vida!
Outra personagem que conhecemos na vila foi “o cubano”. É um artista que torna simples pedras em obras de arte e simples folhas de palmeira em pássaros. De lenço embrulhado na cabeça e com uns calções curtos, feitos a partir de umas calças de ganga gastas pelo tempo, aproximou-se de nós. Trazia as esculturas para nos oferecer. Apreciámos as obras e agradecemos-lhe. Mas “o cubano não vive de obrigadas”, respondeu prontamente. Olhámos umas para as outras, estupefactas com a sinceridade dele. Depois tirámos uns escudos do bolso para pagar o presente e o cubano lá continuou a trabalhar nas ofertas!
A música africana invade todos os espaços, o corpo mexe-se mesmo que seja involuntariamente, quer seja ao ritmo da kizomba, do funaná ou até da morna cabo-verdiana. Até os pezinhos de chumbo sentem-se obrigados a dançar! O movimento dos corpos transpira sensualidade e o poder de comunicação da dança impera naquela ilha. Dançámos com autênticos bailarinos profissionais. Confesso que pisei alguns… falta de prática! Fiquei impressionada com o talento deles, os corpos irradiam música e movimento, traços desenhados de uma forma perfeita, equilibrada e suave como a brisa morna do fim de tarde. As noites prolongavam-se no Pirata e no Birimbau entre danças e minis. Numa das noites em que saímos de madrugada do Birimbau, exaustas com a dança, decidimos mergulhar o corpo no mar. A água estava quente e a lua cheia abraçava-nos na sua imensidão. O corpo apaziguou-se naquela noite que parecia digna de uma tela de cinema. O cheiro a maresia, o barulho calmo das ondas, que caminhavam sobre nós, em bicos dos pés, embalava-nos. A transparência do mar denunciava os nossos gestos. Houve uns que ficaram na água e outros que saíram. Os que ficaram apreciaram as estrelas certamente. O universo estava a nosso favor naquela noite mágica. Eu estava na areia, embrulhada na toalha a conversar com ele. Ambos sabíamos que o poder do mar era forte e que aquela lua fazia promessas. Mas eu vejo mal ao longe e ele ouve mal. Além disso, o que acontece naquela ilha fica ali, naquele silêncio, como toda a gente sabe. Se aconteceu alguma coisa só o mar poderá saber…
Só as moscas e os mosquitos é que interrompiam o sossego que nos hipnotizava em cada momento de repouso. Mas o disoderme e as vitaminas não cederam (pelo menos na minha pele). Tinha chovido na semana passada e as poças gigantescas que cercaram a vila chamaram os famosos mosquitos para chatear os turistas. Felizmente a Vanessa pensa em tudo e levou o Ezzalo! A cada saída tínhamos de nos bezuntar com repelente. Só tenho pena que aquele líquido não tenha afastado os melgas dos senagaleses que nos queriam impingir tudo e mais alguma coisa.
Embora tenha ficado fascinada com a viagem e com a cultura cabo-verdiana houve coisas que me impressionaram pela negativa. Primeiro, o lixo na vila e na praia (provocado pelos dias de festival), depois a miséria que se vê, sobretudo crianças descalças, com roupas sujas e rotas a percorrerem as ruas ou a brincar no areal da praia. E a prostituição. Fez-me sobretudo confusão ver miúdos de catorze, dezasseis anos, a venderem-se a turistas. Talvez sejam movidos pela esperança de saírem da ilha em busca de um futuro melhor.
Para quem odeia despedidas a hora do adeus é complicada. Para não variar custou-me despedir das pessoas. Para apaziguar a melancolia costumo pensar: volto daqui a uns tempos. Mas a verdade é que até posso voltar mas não vou viver as mesmas coisas, não sentir o mesmo nem sei se aqueles que gostaria de rever vão lá estar. Mas como o nosso amigo Hélio diz, as fotografias são recordações e recordar é viver! E nós as três vivemos estas férias como queríamos. Com descanso, sossego, festa, paz, praia, animação… sem stress! Umas mais que as outras. Mas também nem toda a gente aprecia After Eight. Eu cá prefiro Côte D’or (negro com avelãs). Por falar em comida, houve abusos e isso trouxe consequências. Deve ter sido do chocolate. Houve quem mudasse de cor durante a viagem. O bronzeado deu lugar ao branco pálido… mas enfim, faz parte! O mais importante é que as férias foram maravilhosas. Fomos nós que as tornámos assim. Para o ano há mais!
Sôdade…

SPACE GIRLS!!!


Va benne?!


IT'S OH SO QUIET...




TRANSPARENTE...


O MEU ALEX


GRANDE SÔ FERNANDO!


Ó P'RA ELAS!


O NOSSO AP...


O PONTÃO


A PRAIA...


30 agosto, 2008

Os 25 trouxeram-me muitas coisas boas:

- 100 rosas brancas;
- uma festa surpresa com pessoas que eu adoro;
- um livro;
- um novo projecto de trabalho;
- uma viagem ao Brasil;
- muitos jantares;
- menos dez quilos;
- o casamento da minha irmã;
- a descoberta de que não há mesmo coincidências;
- encontros imediatos;
- muitos momentos de cumplicidade e felicidade!
- ah... e menos 3 centímetros (ao renovar o BI a senhora tirou-me 3 centímetros - passei de 1, 72 m para 1, 69 m !!!) Enfim, estou a mirrar!

E uma coisa má... a despedida do meu avô. Vou sentir muita falta dele neste dia.

Só quero que os 26 anos sejam tão bons como os 25 e que ninguém parta porque as saudades sufocam.

I'm Yours

É bom começar os 26 com esta música que me dá muita paz.
:)

16 agosto, 2008

Manel: O Justiceiro!

REBELDE WAY - Estreia este mês!

Nunca fui de fazer promoção aqui no blog aos projectos em que estou envolvida mas desta vez apeteceu-me. Estas imagens deixam-me muito orgulhosa e muito ansiosa pela estreia!

LISA: A irreverente contestatária!

PEDRO: O menino rebelde!

MIA: a glamourosa super fashion!

REBELDE WAY em Agosto!

Sinto orgulho nestas imagens! Agora é a ansiedade da estreia!

05 agosto, 2008

Tenho tantas saudades. Parece que ainda nem acredito... Há uma semana foi o dia em que mais gostei de o ver, desde que partiu para o hospital. Falámos sobre muitas coisas, fez uma grande festa quando me viu, tinha os olhos cheios de vida. Repetiu o meu nome várias vezes, deu-me bejinhos e abraços e disse à enfermeira que tinha a melhor família do mundo, que era por ela que estava vivo, terminou numa voz bem colocada. Foi com muita paciência que a minha tia conseguiu dar-lhe umas colheradas de sopa enquanto o entretínhamos. Refilou com uma auxiliar e queria ir-se embora do hospital, estava farto daquele quarto. O meu avô nunca foi de ficar fechado, muito menos amarrado a uma cama. Era um homem de liberdade, sacrificou-se muito para a alcançar. Viveu com alegria o 25 de Abril.
Foi um homem de luta, de garra, de determinação. Lutou por um partido, por um clube, pela honestidade e por uma família. Conseguiu unir filhos, irmãos, cunhados, primos, netos, bisnetos com um amor incondicional. Partiu com essa missão cumprida. Esperou que a minha avó fizesse os 87 anos para não lhe azedar as memórias de um dia que devia ser de festa. Mas a 1 de Agosto partiu. Dói muito perder quem gostamos, pensar que nunca mais vamos ver aquela pessoa (pelo menos aqui). Mas as memórias doces suavizam a perda. Quando quem parte já vive dentro de nós, de alguma forma mantém-se vivo porque aquilo que nos alimenta, que nos liga àquela pessoa é o amor. Esse sentimento é indestrutível. Podemos desapaixonar-nos mas quando se ama alguém nunca deixa de se amar. É para a vida... que apesar de tudo, continua. Sobrevive-se da perda e vivem-se as memórias. E depois continuamos porque a vida é como a estrada, " é feita para seguir". Não é, avô?

24 julho, 2008

As últimas semanas foram um desafio. Ensinaram-me tantas coisas...

ESTOU A VIVER. VIVER. VIVER.

16 julho, 2008

15 julho, 2008

Parabéns a uma das “OKUPAS” do meu coração!

Se eu pudesse oferecia-te hoje mesmo aquilo que mais queres neste momento. É única coisa que te tornaria feliz, muito feliz. Mas não posso. Infelizmente não depende de mim… Nem de ti. Se tivesse o poder de transformar os teus desejos em realidade, ele já estava contigo há tanto tempo. Resta-me confiar no poder do amor e esperar que ele mereça estar ao teu lado. Porque és muito melhor que ele, Vanessa. Nunca te esqueças disso. Nunca.

Para mim nada acontece por acaso. O mais difícil é saber interpretar os sinais que a vida nos oferece… mas vamos aprendendo. A isso chamamos experiência, às vezes dói um bocadinho mas depois passa. Porque aquilo que não nos destrói torna-nos mais fortes, não é? É isso que temos aprendido, desde que as nossas vidas se juntaram para nunca mais se separar - tenho a certeza.

Foi na faculdade, quando ainda todos os sonhos eram possíveis, que nos conhecemos. Entre trabalhos de grupo, jantares e muitas galas na Kapital (umas mais insólitas do que outras) que a nossa amizade ganhou corpo. Não me lembro exactamente do dia em que te conheci mas não me esqueço do momento em que te tranquei no meu coração. Se hoje sei o significado da palavra amizade incondicional és uma das pessoas a quem tenho de agradecer. Nestes anos tens estado sempre comigo, quer seja para festejarmos e para nos divertirmos, quer seja para chorarmos e rirmos dos obstáculos que vão aparecendo no nosso caminho. Temos passado por esses momentos juntas e é isso que faz com que a nossa vida nessas alturas não seja tão carregada. Crescemos, amadurecemos e tornámo-nos mulheres, Van. Às vezes é assustador ver a pressa com que o tempo passa. Atropela-nos! Hoje fazes 26 anos e eu sigo as mesmas pisadas. Ainda outro dia andávamos a comer croissants de chocolate no bar da SIC, a dançar forró na viagem de Finalistas, a caminhar pelas ruas gélidas de Londres… a beber água de coco, em Araçaípe … Para mim, viajar é viver. É uma das experiências mais enriquecedoras que podemos ter. E encontrei em ti, para além de uma grande amiga, uma óptima companheira de viagem! Por falar nisso, temos de pensar na próxima! É desta que vamos a Nova Iorque?! Também ando com vontade de conhecer as ilhas gregas…

Acho que nos conhecemos muito bem e que vamos continuar a partilhar este caminho que muitas vezes nos faz rir outras chorar… Faz parte. O mais importante é viver! Espero que os 26 anos consigam oferecer-te aquilo que eu não consigo… e que o tempo te traga todas as respostas de que tanto precisas. Entretanto, não penses muito (olha quem fala!). Hoje é dia de te atirares de cabeça e se ficares sem pé… apoia-te na beira da piscina! E se de repente te apetecer gelado com batatas fritas… FORÇA! Hoje é o teu dia! Preenche-te!

ADORO-TE.

Beijinhos grandes, Cata

12 julho, 2008

Para mim a melhor versão de "Beatriz". ARREPIA!

Ontem foi o meu último dia na TDN. Saí à pressa, a correr. Queria fugir da despedida (que é uma palavra que me provoca desconforto) é verdade - mas nem tive tempo para isso. O telefone tocou e tive de sair disparada para o hospital, porque queria ver o meu avô - mesmo que fosse pela última vez. Não queria ter chorado mas chorei.
Sempre encarei esta despedida do projecto como uma simples mudança de rotina. O resto continua, passem os anos que passarem. Porque a amizade que criei com o Pete vai ser para o resto da vida. Quando formos velhinhos vamos estar a babar-nos para cima de um teclado qualquer, a escrever grandes projectos de ficção para o mundo! O Pete é um excelente profissional, que me ensinou muito, sobre guião e televisão mas sobretudo sobre a vida. Tenho uma grande admiração por ele. É das melhores pessoas que conheço. É GENEROSO! MUITO! Aprendeu a encarar os problemas com humor - nunca o ouvi a lamentar-se da vida - por mais problemas que lhe tenham aparecido. Apesar de ser pessimista (porque lhe dá sorte, claro), é no riso e no sorriso que vai buscar as sua defesas. Carrega a casa e a família às costas e orgulha-se disso - é o que o faz mais feliz. Tenho pena de não ter irmãos mais velhos mas se tivesse tido e se pudesse escolher queria que fosse o Pedro. Sei que posso contar com ele sempre, para tudo - nem que seja para partilhar um bocado de "carni"! Eu, que acredito que nada acontece por acaso, acho que um dos objectivos da minha passagem pela empresa foi conhecer o Pedro. Desejo-lhe a maior sorte do mundo- ele merece tanto... - e espero voltar a trabalhar com ele brevemente.
E a Ana... também vou ter tantas saudades dela. Somos parecidas, no trabalho e fora dele. Talvez por sermos do mesmo signo e termos exactamente o mesmo ascendente (tanta terra, Ana!). Encontrei na Ana uma amiga e sinto que algumas vezes lhe consegui transmitir a serenidade de que ela tanto precisava.É uma miúda cheia de talento, vai ser a perfeitinha II. Sim, porque não abdico do meu título! ; )
VOU TER MUITAS SAUDADES DE PARTILHAR A MINHA ROTINA COM ELES... TANTAS, TANTAS...

Ontem apertei-lhe a mão com força para que ele não se fosse embora. Ele apertou a minha... com força também - talvez a única que lhe reste.

08 julho, 2008







Continuo à sua espera para dançar, AVÔ.

01 julho, 2008

JUNHO: UM MÊS DE MUDANÇAS…


No meio é que está a virtude, sempre ouvi dizer. Talvez seja por isso que o sexto mês do ano me tenha trazido tantas coisas boas. De repente, fui confrontada com surpresas atrás de surpresas. Das boas, que é dessas que eu gosto!
Uma amiga. Um aniversário. Um jantar. O primeiro jogo da Selecção no Euro e… um desconhecido que se sentou ao meu lado. Uma conversa que puxou outras conversas. Misturem os ingredientes todos e preparem-se porque os resultados podem ser surpreendentes. Eu, que nunca gostei de seguir as receitas pelos livros - gosto sempre de inventar um ou outro pormenor – dei por mim a render-me à magia da Bimby e da comida instantânea. Foi assim que ele entrou na minha vida. De repente, sem aviso, quando menos esperava. Eu, que racionalizo sempre tudo, que penso e repenso o que me rodeia, que observo e estudo as pessoas e os seus comportamentos, que analiso, analiso, analiso… fui genuinamente conquistada pela espontaneidade dele. Pela sinceridade e generosidade. Por tudo aquilo que sinto quando estamos juntos e mesmo quando não estamos. Pela capacidade que ele tem de me fazer sentir especial. Por aquilo que sou quando estou com ele. A distância dos dias traz-me lembranças, saudades. A semana torna-se uma imagem de uma massa a levedar, a ganhar corpo, consistência… a preparar-se para mergulhar no óleo a ferver, de modo a tornar a receita perfeita. As saudades acabam por ser saborosas.
O muro de independência que eu própria construí à minha volta começa a ruir… mas por incrível que pareça não estou assustada – pela primeira vez. Nunca fui de me atirar de cabeça mas de vez em quando sinto vontade de arriscar e acabo por fazê-lo. Estou feliz e quem me conhece sabe disso. Será que é assim tão evidente?! Não ando com cartazes e palavras escritas na testa. Juro!
A vida é feita de timmings… e o fim do mês trouxe-me uma oportunidade de começar a trabalhar numa outra empresa. No fundo é uma espécie de reencontro com o passado com um aroma forte de futuro. E muda o décor! Novos desafios… acho que já estava a precisar ao fim de três anos. É bom voltar a trabalhar com pessoas de quem gosto muito e ao mesmo tempo ter a esperança de que aquelas que vou deixar (momentaneamente, acredito) vão continuar a fazer parte da minha vida. É bom “ganhar” colegas mas é ainda melhor “ganhar” amigos.
Achei piada quando li o horóscopo semanal:

30 a 6 de Julho de 2008

Pajem de Paus

"Coragem contém genialidade, poder e magia" (Goethe)
Mas demonstrar coragem não tem que ser em grandes feitos. Coragem é viver as pequenas, e aparentemente insignificantes, coisas da vida como se fossem as mais importantes. É dar valor aos gestos, aos sorrisos, às cores, ao brilho dos olhos dos outros resultante das nossas atitudes amorosas… É tão bom fazer os outros felizes, não é? É tão bom surpreendê-los! Não importa se eles pensam que somos meio loucos, o que importa é sentirmos a liberdade de fazer algumas loucuras e nós, virginianos, precisamos de fazer loucuras.

É tempo de arriscar, diz o Pajem de Paus, que traz uma energia fogosa ao nosso signo. É preciso ter coragem de dar saltos no escuro. Nunca se pode ter a certeza absoluta de nada, então, há que nos atirarmos para a frente. É tempo de mostrar à vida, ao Universo, a sua disponibilidade e boa disposição, seja no trabalho, seja fora dele. Só assim novos desafios podem surgir, e esta carta promete momentos especiais, especialmente nos amores, mas lembra-se que nada acontece senão estiver disponível.

27 junho, 2008

MIRANDA?!!

Tinha esperança em ser mais parecida com a alegre Carrie ou até com a carinhosa Charlotte... mas a Miranda?! Aqui fica o resultado do teste:





23 junho, 2008

Já não escrevo há mais de um mês mas queria que soubessem que estou


FELIZ. MUITO FELIZ.

04 maio, 2008

Feliz Dia da MÃE!
"Mãe é quem cria", é muito frequente ouvir esta frase. Para mim, apesar de (ainda) não ter sido brindada com um filho, Mãe é quem ama incondicionalmente um filho (seja ele biológico ou não). Mãe é a mulher que trata do seu filho ou dos seus filhos da melhor forma que sabe, que se dedica a eles, que os educa, que quer passar o máximo de tempo com eles apesar do cansaço e do desgaste que o trabalho provoca. Mãe é aquela que ouve o filho, que se preocupa com ele, que está disposta a ouvi-lo chorar (por mais que a berraria incomode), que lhe dá atenção, que o abrala e mima mas que ralha com ele quando é preciso. Mãe é a mulher que é capaz de fazer tudo por um filho, que o ama acima de tudo, que o vê como a sua grande prioridade.
Ainda não sou mãe mas é um dos meus projectos de vida. Haverá melhor sensação do que ter alguém que cresce dentro de nós durante nove meses (ou menos), que faz parte do nosso corpo e que quando dele sai continua a ser uma extensão daquilo que somos? Calculo que só a adopção de uma criança, por vontade própria, proporcione o mesmo sentimento maternal. Suponho que o amor que uma mãe que teve um filho biológico desejado seja exactamente o mesmo de uma mãe que adopta conscientemente uma criança. O amor tem de ser igual, só pode.
A responsabilidade de ser mãe implica esforços e cedências. Deve ser a maior mudança na vida de uma mulher. Mas não tenho a menor dúvida de que deve ser a melhor sensação do mundo.
Parabéns a todas as Mães e especialmente à minha, que despertou em mim o desejo da maternidade.

03 maio, 2008

Amy Winehouse - Valerie

Adoro esta versão.

LIFE GOES ON...

O SEXTOSENTIDOS precisava de uma mudança de visual. O preto deu lugar ao branco. GOSTO!

A EMPRESA ONDE ESPERAR É O LEMA!

Sou paciente. Muito mesmo. Mas este ano os trânsitos de Plutão trouxeram-me vários desafios, um deles é certamente a prova à minha paciência. Já surpreendi algumas pessoas que me conhecem com uma postura mais exaltada que culminou numa saída imediata da sala onde trabalho porque posso perder a paciência mas evito perder a razão. Além disso, confesso que a gritaria não me seduz. Mas agora vamos ao que interessa. A essa bela empresa que há tempos se chamava apenas TV Cabo e agora é a ZON Multimédia. Infelizmente há cerca de quinze dias que os canais da Fox começaram a dar problemas. A imagem fica tremida e depois freeza literalmente. O meu pai decidiu ligar para o serviço de apoio ao cliente no sentido de que um técnico viesse solucionar o problema. Lá marcaram um dia e uma hora (aliás, período de tempo alargado, porque nunca há uma hora certa para a visita do técnico; é surpresa! Temos de contar com um intervalo de duas horas e meia – que dá imenso jeito para quem trabalha!). Bom, o técnico não apareceu embora o meu pai tenha recebido uma sms a confirmar a sua presença no horário estabelecido. Depois de várias horas à espera, de telefonemas que nunca mais acabam e de problemas que não se conseguem resolver decidi poupar os nervos ao meu pai e ser eu a tratar da situação. Liguei para o número (que finalmente é gratuito!!!) e lá me atendeu um operador. Expliquei a situação que se arrasta há mais de quinze dias e ele disse logo que ia resolver o assunto. As chamadas normalmente são longas (é preciso esperar que nos atendam, ouvir aquela música que nos aguça os nervos, dar o número de cliente, depois explicar a situação, depois esperar que o senhor veja o processo, depois esperar que o senhor fale com a equipa técnica, depois esperar que ele peça desculpa por tudo e voltar a esperar que o técnico nos telefone e contar tudo outra vez!). É um autêntico massacre! Aconselho a tomarem uma xanax antes de ligarem para o serviço de apoio técnico. O cenário já é horrível, não é? Mas não desanimem porque ainda pode piorar. Foi o que aconteceu comigo. Estamos numa semana de sorte!!! Ora multipliquem o que me aconteceu naquele dia, terça-feira, por cinco. SIM! Nem mais nem menos! Foram cinco as vezes que tive de ligar porque os técnicos teimam em mandar sms a confirmar que vêm cá a casa e depois não aparecem. É um processo bastante desgastante: esperar/reclamar/explicar/reclamar/esperar! Devo estar a um passo de um AVC mas tudo bem, eu aguento! E a minha paciência também. Pelo menos até segunda-feira.

Feitas as contas, ao telefone devo ter gasto à volta de duzentos minutos, tive de levar com aquela música irritante durante uma hora ou mais, devo ter ouvido a palavra “desculpe” mais de dez vezes, e o meu pai perdeu cerca de dois dias à espera que aqueles génios da tecnologia TV Cabo viessem. Resultado: ontem, depois de ter dito no último telefonema ao senhor que se não aparecessem no próprio dia cancelaria todos os contratos que tenho com a empresa (TV, telefone e Internet) ao que ele respondeu que de facto a situação era gravíssima e que iam resolver o mais depressa possível e que acompanhariam a operação, uma espécie de Missão Impossível, que iria ser resolvida ontem, com toda a certeza. Pois é, mas o prazo acabou e a minha paciência chegou ao fim. Ontem disse ao tal senhor (que coitado, não tem culpa nenhuma de trabalhar numa empresa completamente desgovernada, que se limita a pedir desculpas em vez de resolver os problemas) que a tal Zon deve ser a empresa responsável pelo maior número de ataques cardíacos em Portugal e pelo aumento de consumo de calmantes nos últimos anos. Argumentei que finalmente já havia concorrência e que eles não vão longe se continuarem com aquele tipo de atendimento ao cliente, ao que o senhor me respondeu: “Mas isto não costuma ser assim”. Tive de soltar uma gargalhada. Deve ser estagiário, só pode! Porque se fosse assim, caramba, sou brindada pelo azar cada vez que telefono para aquele raio de serviço! É sempre o mesmo filme. Sempre!

Portanto, meus amigos, este post serve apenas para partilhar a minha experiência convosco e alertar-vos para os efeitos secundários de um simples telefonema para a TV Cabo. É um caso de Saúde Pública! Desconfio que eles estão ligados a uma farmacêutica qualquer…

Eu não vou tomar comprimidos. Vou escrever uma cartinha para lá (como já fiz uma vez) a reclamar e a cancelar o serviço. ESTOU FARTA! A minha paciência também tem limites!




Há quase um mês que não escrevo aqui. Preguiça, esse grande pecado mortal, que me atinge algumas vezes por ano.

Depois de ter gozado uns belos dias no sul do país, num apartamento com uma vista sobre o mar (tinha sede dele, de sentir o seu cheiro, de ouvir o barulho das ondas que depressa me embalavam o sono, de mergulhar na água fria e de me encher de areia), na companhia da Vanessa atirei-me à gastronomia algarvia (não, amiga, desta vez não vou denunciar aquilo que ingeriste à sobremesa!) e de ter percorrido quilómetros pelas simpáticas e pitorescas ruelas de Armação de Pêra eis que voltei à realidade. Lisboa – Cascais. Foi um descanso maravilhoso. Descansei, relaxei, aproveitei aquilo que o sul do país tem de melhor, sobretudo num mês mais calmo. Falei e desabafei com a Vanessa, a minha querida amiga e companheira de viagens. Mas como tudo o que é bom acaba depressa a viagem para Lisboa trouxe-me de volta ao trabalho e ás más notícias. Entre uma sopa de agriões e uma taça de gelatina de ananás um simples telefonema parou-me a digestão. Ele disse-me que se ia embora. Eu já sabia mas não queria pensar nisso, mesmo sem esperança tentei iludir-me. A voz dele anunciava aquilo que os meus ouvidos recusavam ouvir. Ia mesmo embora.

Os vidros da empresa começam a ficar desembaciados. O calor da amizade que trepava num vapor pegajoso foi invadido por uma corrente de ar fria, que os tornaram transparentes, pouco vividos, tristes. Para mim as mudanças nunca são fáceis mas sinto que isso é um dos desafios que tenho de ultrapassar. Por mim.

Trabalho em equipa. Dependemos uns dos outros e o trabalho final é o fruto dessa ligação. A saída da S. e da M. custaram-me bastante. A da R. também, embora tivesse sempre aquela ideia de que ela iria voltar. Mantive sempre essa esperança. Agora chegou a vez do J. – era inevitável. Gosto muito dele. Como chefe, como colega, como pessoa e principalmente como amigo. Os amigos não se substituem, acrescentam-se e acrescentam-nos. Eles acrescentaram-me. Sou uma pessoa melhor do que era há quatro anos atrás. Estou mais preenchida – disso tenho a certeza. Vou ter saudades da rotina e da cumplicidade que existia entre nós. A nossa equipa, a nossa alegria, o nosso empenho em fazer mais e melhor. Só porque acreditamos nas coisas que fazemos. Acredito que a mudança deles vai reaver-lhes o sonho que lhes foi roubado por instantes. Acredito que a nossa equipa vai continuar a manter os princípios que eles nos ensinaram. O silêncio é muitas vezes a minha palavra, o meu refúgio, a minha defesa. Nestes últimos dias o meu sorriso mal consegue disfarçar o vazio que sinto. As lágrimas que já fugiram nesta última semana têm-me aliviado. Sossegado. Este é o início de um novo ciclo. Tenho de enfrentá-lo, por mais difícil que seja. Os projectos mudam, as empresas mudam, as pessoas mudam… A amizade é como a natureza. Nunca se perde, transforma-se apenas.

09 abril, 2008

RAP no seu melhor!
Mais uma crónica do Ricardo Araújo Pereira... funcionalmente divertida! Juntem as peças e riam da desgraça em que todos caímos!
Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros.
Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia». As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias. É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada. Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece--me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem. Idiossincrasias do comércio moderno. Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro. E os suecos que montem tudo, se quiserem receber.