17 outubro, 2010








Cirque du Soleil

Ontem tive um convite de última hora para ir assistir ao espectáculo Saltibanc do Cirque du Soleil. Era impossível recusar. Nunca fui grande apreciadora do dito circo tradicional mas o conceito deste grupo nada tem a ver com isso. É bailado, é magia, é sonho, é música, é a arte no seu estado mais puro. O espectáculo leva-nos a outra realidade e mostra-nos que o corpo e a alma não têm limites. Fiquei impressionada com o desempenho destas duas raparigas no trapézio. É preciso ter equilíbrio, coragem, e sobretudo muito confiança. Elas estavam a quinze, vinte metros do chão, livres, completamente livres. Não tinham rede nem estavam presas por fios. Nada. O exercício estava nas mãos delas e nos nossos olhos. Arrepiante. Arriscar a vida também é entregarmo-nos ao que amamos com a consciência e a confiança de que vamos dar o nosso melhor.
Muito obrigada, querida Z.

Cirque du Soleil Duo Trapeze Saltimbanco Senchihina twins

Creed: "With Arms Wide Open" Acoustic (Stripped)

15 outubro, 2010

AUTO-RETRATO

Hoje estou num dia introspectivo. No meio dos meus pensamentos perguntei-me quem sou, o que quero fazer, quais são os meus sonhos e aquilo que me faz feliz.
Dei por mim a pensar que sou uma mulher com ânsia de viver, de conhecer e aprender. Sou verdadeira e leal mas às vezes tenho dificuldade em dizer não. Sou romântica, fria para quem não conheço, lógica, racional, e cada vez quero ser mais emocional. Sou sonhadora mas quando olho para o chão, sei que os meus pés estão bem presos à terra. Sou criativa, tímida, profunda, sensível, tenho fragilidades mas tenho uma estrutura forte. Sou orgulhosa e teimosa e extremamente paciente. Quando me dou a alguém dou-me por inteiro. Sou serena e odeio conflitos. Sou optimista e ponderada por natureza. Um dos meus maiores desafios é aprender a perdoar. É um caminho longo que tenho de fazer.
O que é que me faz feliz?
Uma bela gargalhada. Um olhar intenso. Flores, campestres, de preferência. Chocolate preto. Um abraço apertado. Uma viagem. Um chá de menta demorado no Inverno e uma morangoska bem fresca no Verão. Um postal (hoje recebi um!). Um jantar prolongado na melhor companhia. Olhar para o mar e encher-me de paz, deixar-me envolver pela música das ondas. Uma surpresa. Escrever. Dançar. Nadar. Ver um bom filme. Ler um bom livro. Reencontros. Deitar-me no relvado com uma manta e contemplar o silêncio. Ajudar alguém que precisa de mim. Todos os momentos à mesa com amigos e família. A minha família. Os meus amigos. Sentir-me especial.
O que é que me entristece?
As desilusões. O medo. A falsidade. O cinismo. O egoísmo e o egocentrismo. A aldrabice. O abuso de poder. O desrespeito e a falta de civismo e educação. A falta de humanidade.
O que quero fazer da minha vida?
Uma passagem inesquecível, mágica, cheia de momentos de afectos, aprendizagem e solidariedade. Sou única e este é o momento e a oportunidade para descobrir o que de melhor há em mim, o que de pior tenho e transformar-me numa pessoa que aos oitenta anos sente que cumpriu a sua missão.
Quero escrever livros, comprar uma casa, escrever filmes e poemas para músicas. Quero prolongar a magia da minha família, encontrar alguém que ame e que me ame e ter filhos. Quero amar e ser amada na mesma medida. Quero admirar e ser admirada. Quero rodear-me de afectos e partilhá-los. Quero conhecer o mundo e preencher-me. Quero investir nas acções sociais, que tanto me preenchem. Quero morrer a aprender. Quero viver a plenitude até ao fim.

13 outubro, 2010

VALE A PENA AMAR

Deixei-o. Deixei-o ir. Desisti. Deixei de o ver projectado no meu futuro. Abdiquei da expectativa, da esperança, da luta por uma vida em comum. Porque saber lutar também é ter noção do momento em que se deve sair de campo. Se dói? Ui! Sinto o meu corpo gelado, um nó no estômago, um vazio que me consome o peito, uma tremura que não dá tréguas.
Desisti de lutar por quem também desistiu de mim. Fica a consciência de que tudo foi feito, de que dei o meu melhor, de que fui uma guerreira que durante o tempo todo batalhou por ele e para que ele construísse o seu caminho (que também era o nosso), encontrasse um sentido para a vida no meio do caos. Só por isso já valeu a pena. Ah! E descobri o amor. Soube dar o que de melhor eu tenho e descobri o quanto tenho para dar. Arrisquei e amei-o incondicionalmente. Se me arrependo? Nem um bocadinho. Faria tudo outra vez. Quando se está apaixonado a entrega é total e tudo é possível, até o impossível. O céu é mais perto, o sol mais quente e radiante, e as estrelas iluminam os caminhos até nos cegarem.
Antes de sair, olhei-o pela última vez com um sorriso. Foi assim que o conheci e que o deixei entrar na minha vida – com o meu sorriso. Era assim que me queria despedir. Entreguei num abraço apertado o meu amor. Ficou lá com ele, colado nos poros da pele. Talvez por isso tenha voltado para casa mais leve.
Os timings são tramados e podem condicionar o percurso por onde a vida nos leva. Mas eu prefiro continuar a acreditar que quando se está apaixonado, quando se ama, então tudo faz mais sentido e é o amor que condiciona o tempo e nunca o contrário. O amor é mais que tudo na vida. O nosso só não foi suficiente.
Esta caminhada chegou ao fim sem ter chegado à meta. Depois de tanto esforço a meta devia ter chegado até nós – merecíamos.
Por mais dor que possa provocar, vale a pena amar.

08 outubro, 2010

“If you love something let it go. If it comes back to you it's yours. If it doesn't, it never was.”





E AGORA???
É magia, sim! Uma inexplicável magia.

"Reza a minha história que o reencontro de Almas não pressupõe lógica e muito menos hora marcada. Por vezes basta um dedo tocado, uma palavra perdida, uma fotografia ao longe, um silêncio ou a cumplicidade de um sorriso para despoletar a magia em que acreditávamos quando éramos crianças. O Amor é logo ali..." (Gustavo Santos)

05 outubro, 2010

Amanhã faz um ano que mudei de empresa e que deixei outra para trás. Foi a decisão mais rápida de sempre. Tive de dar resposta ao convite no mesmo dia em que o recebi. Na altura não me senti bem por não ficar onde estava até ao final do projecto. Hoje, com a distância de um ano, percebo que foi o melhor que fiz. Segui mais uma vez a minha intuição e o coração e acabei por ir parar ao sítio certo para crescer profissional e emocionalmente.
Entrei logo da melhor maneira! Com um acidente de percurso: um camião partiu o espelho retrovisor do meu carro, ainda nem tinha chegado à cancela da empresa. O condutor pirou-se e eu, ainda hoje, tenho o espelho preso por tape...
Já lá estava a minha amiga A, que me apresentou aos outros colegas e que hoje, alguns deles, considero amigos. Gosto do meu trabalho mas já me senti melhor por aqueles lados. Encaro esta fase como passageira, sei que melhores energias virão. Sei e sinto. Neste ano que passou cresci como guionista, aprendi muito, mas sobretudo cresci como pessoa. Vivi experiências que me ensinaram a ver a vida de outra forma, conheci pessoas que vão ficar para sempre na minha vida, presas no “passador da nata da nata”! Mudei. física e psicologicamente. Entrei de cabelo pelos ombros, preto, com uns belos quilos a mais e sorridente, sedenta de novas histórias. Hoje tenho menos catorze quilos, uso o cabelo curto e com um tom dourado. Continuo a sorrir, ainda não tanto como antes mas faz parte de uma caminhada. Sinto-me mais madura, mais leal, mais frontal. Não tenho medo de dizer o que sinto, sou mais Catarina do que era. Menos ingénua, menos sonhadora, menos racional. Mas continuo a ser a Catarina…

04 outubro, 2010


Férias marcadas, hotel reservado! Estou ansiosa, mas já não falta muito!
Quero descansar, respirar a maresia, sentir a areia nos pés, deixar-me embalar pelas ondas e pela música. Comer bem, dormir bem... encher-me e preencher-me! Vou mimar-me... E MUITO!


29 setembro, 2010

HOJE vai ser um dia MUITO importante.
Mais um passo num longo caminho que ainda tenho pela frente. Estou feliz.

25 setembro, 2010

WAVES
(Holly Miranda)

I've watched you walk so many times
Of all the years that made us blind
Why you, why you let it all
Be like some prison in your mind
It doesn't need to be
It doesn't need to be

So where do the waves go, my love
Where do the waves go, my love
Sonic or liquid, I don't know
Sonic or liquid, I don't know

You must speak your life into existence
This intent is so much more
That just a means to
End all of this suffering
This needless pain that stains your face
It doesn't need to be
It doesn't need to be

So where do the waves go, my love
Where do the waves go, my love
Sonic or liquid, I don't know
Sonic or liquid, I don't know

Oooo we wait so long babe
To become just one heart

Here's the truth: love isn't enough.

23 setembro, 2010

Hoje começou uma nova fase da minha vida. Não faço ideia do que aí vem. Por enquanto dói que se farta! Mas sei que vai passar, "como uma onda no mar". Ninguém morreu e a morte é de facto a única perda real, irreversível.
É um vazio no peito, um silêncio estranho... mas vou habituar-me, como sempre me habituei. Vou abrir horizontes, abrir o coração ao mundo e cuidar de mim.
Um amigo meu enviou-me hoje umas palavras que quero reproduzir aqui para que se perpetuem no tempo e nunca me esqueça delas:
"És uma mulher muito inteligente, extremamente sensível, com um sorriso hipnótico, uma beleza deslumbrante e que sabe ser sensual todos os dias. Por estas coisas e por outras mais, tu mereces ser feliz, sozinha ou com alguém. No mínimo mereces alguém que quando se cruzar contigo, que pare e que te olhe nos olhos. Pode não dizer nada, até porque o silêncio é a única língua que se entende, mas tenho a certeza que vais perceber que para ele… existes."
De que interessa ser amada se não posso ser feliz?
Vamos lá andar com a vidinha para a frente que o futuro vai sorrir!




19 setembro, 2010

Tive um dia em cheio, já há algum tempo que não me sentia assim. Dei uma volta, apanhei ar, li, cozinhei, falei ao telefone para matar saudades de quem está quase sempre longe mas bem perto, brinquei com a criançada toda na relva, fiz planos e jantei com a minha família. Hoje dei conta de que está a aumentar "assustadoramente"! Agora estou aqui deitada na cama a escrever e ao meu lado está a minha afilhada, que quis ficar comigo. Olho para o lado e reparo que o sono de uma criança talvez seja a maior sensação de paz. Ela está tranquila, de braços abertos como se quisesse agarrar o mundo. Reparo como está crescida. Aos quatro anos está alta, muito gira, independente, com uma personalidade muito vincada, ou não fosse ela escorpião!

E agora é melhor ir dormir porque amanhã a alvorada é cedo! Parece que já estou a ouvi-la: "Inha, tenho fome, quero chocapic! Inha, posso ver o Panda? Inha, quando é que vamos ao parque?"


18 setembro, 2010


Acabei de chegar de um jantar inesquecível. Três amigas, um belo restaurante, um risotto de cogumelos frescos, três horas de conversa e muitos risos. Depois de pormos as novidades em dia, de relativizarmos os dramas da vida e até de nos rirmos deles, de avivarmos memórias recentes e de trocarmos experiências, a sobremesa e o chá foram acompanhados por uma banda sonora que me ficou retida nos ouvidos. Uma conversa de dois casais de swingers, que se sentaram mesmo atrás de nós. Pois que era o primeiro encontro deles. Mas, pela conversa, já eram batidos na experiência das trocas. O meu primeiro pensamento foi: que matrafões... troca por troca, ao menos que seja com alguém que valha a pena. Aquelas alminhas tiravam o desejo a qualquer pessoa, excepto a elas próprias.
A conversa ia aquecendo com as experiências anteriores que os tinham ofendido. Uma delas dizia: "Passado dois minutos ele já me estava a beijar". A outra questionava o companheiro: "Lembras-te daquele que começou a pôr logo as pernas em cima de mim?" E ele, muito indignado, confirmava. Todos concordaram que só estavam "naquilo" enquanto se sentissem bem. E pelos os olhares que iam trocando, estavam doidinhos para sair dali. Resumindo, fiquei um bocado decepcionada com este mundo. Imaginava um universo de glamour, secretismo e desejo. Não é que alguma vez me tenha interessado por esta experiência (eu cá sou um bocadinho selectiva e acho que duas pessoas são suficientes para uma relação funcionar) mas confesso que fiquei realmente desiludida!

15 setembro, 2010

É impressionante. Parece que os homens têm um sensor que os informa de que estamos sozinhas. Não perdem tempo...
Abriu a época de caça!

13 setembro, 2010




Quando um ciclo se fecha há outro que se abre. É tempo de começar de novo.
Hoje é o dia!

04 setembro, 2010

Nada melhor que uma bela desilusão para perder peso. Hoje fui à balança e já foram mais quatro quilos. Em menos de um ano, perdi 14. É a alegria do dia!

31 agosto, 2010

Fim.

Dói. Dói muito mas vai passar. A razão tem de se sobrepor ao coração para que a paz me invada novamente. Há momentos em que o egoísmo emerge das minhas profundezas mais obscuras e desumanas. Quero harmonia, equilíbrio (com desequilíbrio moderado, senão a vida é uma chatice) e serenidade. Quero o que sempre tive e que me foi resgatado sem sequer ter tempo para reagir ou pensar.
O livro fecha-se e guardo-o dentro de uma caixa. Daquelas impermeáveis à humidade e ao esquecimento. Porque as memórias têm aromas, imagens, texturas, paladares e sons que nos aconchegam a alma e nos fazem sorrir. Sim, porque são essas que quero conservar. As outras podem ir com as lágrimas, que não fazem falta. As boas quero mantê-las vivas até que o coração se lembre de as apagar.
A frustração é infinita e a desilusão também. Sempre pensei que o amor chegasse. Talvez não fosse amor… e a paixão é levada pelas estações. Arde no Verão e aninha-se no Inverno. São poucas as que se deixam ficar para sempre. Sossegadas.
As mãos soltam-se uma da outra, os olhos deixam-se de olhar, os caminhos tornam-se paralelos. As almas separam-se e o vazio apodera-se de todos os espaços que sobram. O percurso parece agora mais longo. A solidão aumenta as distâncias e atrasa o tempo. Pode ser mais duro, pode parecer assustador, mas eu hei-de chegar lá. Sozinha, para não me perder.

30 agosto, 2010

24 agosto, 2010

Papas da Lingua- Eu sei

Este blog anda muito sugadito. É que a dona tinha tanta coisa para partilhar mas foi acumulando. Resultado: vários meses de interregno e logo na silly season! NÃO!
Resumindo: meses de altos e baixos, de stress, de apaziguamento, de tudo um pouco, como a roda alimentar mas em quantidades excessivas.
Quando a tampa da panela de pressão estava prestes a explorir lembrei-me de mim e da serenidade que sempre me caracterizou. Queria reconquistá-la a todo o custo. Parti rumo ao sul, ao aconchego da família, da areia e do mar. Absorvi a energia do sol e da água. Respirei a brisa quente, caminhei por desertos, ouvi o silêncio e voltei revigorada.
Aos poucos sou eu outra vez e que saudades tinha de me sentir.
Nos últimos tempos a ansiedade pregou-me uns sustos. Ai, a maladra! Resolvi, a pedido da mamã, ir ao cardiologista. Lá fui e adorei a médica. Ainda estou a fazer exames mas em princípio o coração aos pulos não passou de ansiedade. É de estar tão cheio de vocês. :) Confesso que estou mais descansada mas apetecia-me ir de férias outra vez. Só assim, para ficar mais uns dias em modo "dolce fare niente".
Sôdades d'ocês!

21 agosto, 2010

04 junho, 2010

PARABÉNS!

Há um ano que sou uma pessoa mais feliz. Há um ano que me tornei numa pessoa melhor. Há mais de um ano que acompanho o crescimento de uma das pessoas mais importantes da minha vida: a Matilde. O tempo passa depressa e ver a minha sobrinha crescer a cada dia que passa é um privilégio. A primeira vez que olhei para ela, quando lhe peguei ao colo, quando a vi sorrir, quando lhe dei o primeiro biberão, lhe mudei a fralda… quando desesperei por ouvi-la chorar, quando percebi a tranquilidade dos seus sonos e a sinceridade do sorriso. Depois a primeira papa, a sopa, as massagens com creme Mustela, o banho em que me escorregava dos braços como uma enguia, os movimentos ritmados que lhe invadem o corpo cada vez que ouve música, a primeira turra, o primeiro abraço, as primeiras palavras… e agora os primeiros passos. Tenho assistido a tudo, de perto. A Matilde é uma inspiração, um motivo constante para encarar a vida com optimismo…
É uma bebé calma mas já tem uma personalidade muito vincada. É inteligente, despachada, e o narizinho arrebitado já sabe o que quer, quando quer. Simpática e comunicativa, a princesa desfaz-se em sorrisos. O brilho das azeitonas que ela tem nos olhos é a certeza de um futuro risonho.
Sou uma tia profundamente babada. Venham mais sobrinhos, que no meu coração cabe sempre mais um.


A vida é como um salto no trapézio. Umas vezes estamos preparados para cair. Outras não. O importante é sabermos levantar-nos depois de cada queda. Mas vale sempre a pena arriscar e voar no trapézio.
Sinto-me amada e sinto que amo. Sei que sou importante para algumas pessoas. È o equilíbrio perfeito entre o ser cativada e o conseguir cativar. Relações que perduram no tempo e que sobrevivem a qualquer obstáculo, porque são demasiado verdadeiras. Tenho alguns amigos. A família também faz parte desse leque de pessoas com quem posso contar. SEMPRE e para TUDO. Basta um olhar, um telefonema, uma conversa, que eles largam tudo para vir ter comigo, esteja onde estiver.
Estou a passar por uma fase mais dura e tenho sentido um apoio incondicional dos que me são mais próximos. Uma preocupação constante com o meu estado de espírito. Uma força brutal que me eleva e me faz acreditar que a mudança está prestes a chegar. Todos os dias insistem em lembrar-me da pessoa que sou, do que me torna especial, da minha capacidade para amar os outros. Lembram-me que mereço o melhor e só o melhor. Lembram-me que o meu sorriso é contagiante e que também precisam dele.
Obrigada, meus queridos. Obrigada por estarem aí em baixo, a segurar a rede.

03 junho, 2010

Hoje tenho de pensar em coisas boas, que me fazem sorrir, daqueles sorrisos abertos, que cavam as rugas dos olhos e que aconchegam a alma:

- Um sorriso da Matilde;
- Um beijo da minha mãe;
- A voz do meu pai quando me trata por “miúda”;
- Um abraço apertado da minha irmã;
- Um telefonema longo de quem esperamos;
- Um postal inesperado;
- Um ramo de margaridas;

- Uma visita surpresa;
- Uma chávena de chá de menta;
- O cheiro a protector solar;
- A brisa do mar que levanta o cabelo;
- O silêncio da praia no Inverno;
- Aquela música, naquele momento;
- O barulho das ondas que rompe o silêncio da noite;
- Criar na cozinha;
- Ver fotografias antigas (as dos casamentos são as melhores);
- Recordar aqueles momentos inesquecíveis.

31 maio, 2010

23 maio, 2010

"Roubei" este texto ao Guaxinim. E que belo texto sobre o PODER DO AMOR.


Sempre acreditei que a força maior é o amor. Que é por amor que se fazem as mais grandiosas acções, mas também os maiores disparates. Só que no fim de tudo, quando se procuram os porquês, a resposta está lá, é natural para todos, óbvia para todos, foi por amor. E por amor vale tudo, e aceita-se tudo.

Já falei por diversas vezes das fases evolutivas de um amor por outra pessoa, sim, porque o amor não é um estádio constante, não é um "agora ama-se e pronto, já está, tenho amor eterno". O amor alapa-se a nós mas também pode ser desgrudado, porque há acções que estragam tudo, que corroem os alicerces do amor e atiram com a ponte abaixo. Quando acaba a confiança, a admiração, o respeito, então, dificilmente se conseguirá amar e ser amado por uma pessoa.

Se nos últimos tempos tenho sido assaltado por inseguranças e tristezas nada disso é, seguramente, por ter dúvidas do que sinto, do que o meu coração me diz - e di-lo todos os dias. E ele diz-me que eu amo, que eu amo como sempre amei.
E é porque amo que sei que irei em frente, porque o amor faz-me acreditar, porque o amor dá-me força e porque acredito que não amamos assim tantas vezes ao longo da vida.
No fim de tudo, quando olhar para trás, e se for feliz, erguerei uma estátua ao amor, porque me deu o alento de que precisava, porque me levou até ao caminho certo. Se tudo tiver corrido mal, se atingir a miserabilidade e decidir trilhar outros caminhos, então, olharei para trás e direi: fiz asneira, mas fi-la por amor. E todos entenderão.
LADO ESQUERDO

O meu lado esquerdo
é mais forte do que o outro
é o lado da intuição
É o lado onde mora o coração

O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto

Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo

O meu lado esquerdo não sabe o que é a razão
É ele que me faz sonhar
É ele que tantas vezes diz não

Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo


(Poema de Carlos Tê, música dos Clã)

19 maio, 2010

A minha TIA
Faz sessenta anos amanhã. É a minha única tia mas mesmo que não fosse seria a minha preferida. Tenho a certeza. Perco a conta das vezes que falo da minha tia Nini mas nunca escrevi sobre a mulher maravilhosa que é. Chegou o momento.
A minha tia tem um coração gigantesco, onde cabe o mundo inteiro.Um openspace, porque o amor que distribui é igual para todos. Não é de abraços, nem de beijos, mas é uma mulher de afectos, que cativa e que se deixa cativar. Está sempre lá, de braços abertos para acudir os que precisam, genuinamente. Sem esperar nada em troca. Está lá mesmo sem estar.
Tem a casa sempre cheia. Ora de filhos, nora, genro, ora de netos. Cuidar da família é uma das suas grandes missões. Aquele quinto andar onde ainda se avista o Tejo é um entra e sai que a faz sentir preenchida. Tachos ao lume, mesa para pôr, cartas para jogar, bola para comentar. Sportinguista ferranha e profissional na análise dos jogos de futebol. Gosta de uma boa conversa mas tem alergia ao telefone.
Uma mulher bonita, que gosta de se arranjar e que tem pregado várias rasteiras ao tempo que não passa por aquela pele de menina.
Todas as palavras são poucas comparando com aquilo que a minha tia é. Resta-me dizer que a Nininha é uma GRANDE MULHER.

12 maio, 2010



Hoje na Caderneta de Cromos da Rádio Comercial falou-se de um dos mais badalados filmes dos anos 80, Dirty Dancing, e nas consequências que a película teve naquela geração de jovens. Lembro-me bem do filme, vi-o várias vezes, a par do Flashdance. Dancei ao som das bandas sonoras.
No programa, o Pedro Ribeiro chamou a atenção para o facto da protagonista, Jennifer Grey ter mudado de cara. Fui verificar e é verdade! Facto comprovado. A Baby já não é a mesma, graças ao botox. As cirurgias plásticas tranformam indiscutivelmente as pessoas. E de que maneira! Se para melhor ou para pior, fica ao critério de cada um.

08 maio, 2010




When you try your best but you don't succeed

When you get what you want but not what you need

When you feel so tired but you can't sleep

Stuck in reverse



And the tears come streaming down your face

When you lose something you can't replace

When you love someone but it goes to waste

Could it be worse?


LIGHTS WILL GUIDE YOU HOME

AND IGNITE YOUR BONES

AND I WILL TRY TO FIX YOU

01 maio, 2010



TRÊS MESES. De encantamento. De partilha. De paixão e de amor. De complexidade. De entrega. De expectativas. De espera. De resistência. De harmonia. De sossego e desassossego. De esperança. De abraços, de beijos, de corpos entrelaçados. De olhares. De saudades. De risos, sorrisos e de lágrimas.
De amor.
Três meses a cativar e a ser cativada. Três meses de sonhos, de projectos, de futuro. Não sei o que está reservado para mim. Não faço ideia do que a minha vida vai ser daqui para a frente. Deixei de a controlar. Só tenho a certeza do que quero, do que desejo. Cada vez que penso nisso, fecho os olhos com muita força porque quero que se realize.
O Anónimo é ELE, minhas amigas e meus amigos. É ELE...
Se existem almas gémeas... eu encontrei a minha!

25 abril, 2010

Só a minha amiga Sara para me fazer sorrir hoje. "Diz que" o hotel em que vamos ficar em Nova Iorque tem este espacinho tão agradável...

http://www.mad46.com/default.aspx?pg=home

Já me estou a imaginar à tardinha com um martino rosso na mão, estendida naquele sofá!

20 abril, 2010

Já vos contei que vou a Nova Iorque em Junho? Ah, pois é! Uma semana instalada na cidade que nunca dorme com duas grandes amigas: A Van e a Sarita. Já nos estou a imaginar a passear no Central Park, a ir a museus, a ver um espectáculo na Broadway, a andar com uns sacos de compras nas mãos, a espreitar a China Town e a Little Italy, a vislumbrar a Estátua da Liberdade, a sossegar numa pastelaria, qual protagonistas do Sexo e a Cidade.
Esperemos que até lá os vulcões sosseguem. É que é uma das viagens dos meus sonhos e quero aproveitá-la ao máximo. Está tudo marcado, viagem e hotel. Agora é juntar uns trocos, que aquela cidade implora por isso!
Tenho tantas saudades do meu avô Augusto. Hoje fazia 89 anos e já partiu há dois. Ás vezes penso na felicidade que o meu avô iria sentir se tivesse assistido ao casamento do Nuno, se conhecesse a Matilde, se soubesse que a Li está grávida de uma Sofia. E ia gostar de conhecer o meu Anónimo, tenho a certeza.
Nem o meu avô nem a minha avó tiveram a oportunidade de viver esses momentos mas imagino o sorriso e a emoção estampados no rosto. Se imagino...

14 março, 2010


A chuva teimava em não parar. As nuvens carregadas e negras aproximavam-se a toda a velocidade. A estrada transformava-se num ribeiro com correntes fortes. Por momentos cheguei a pensar que o fim-de-semana tão aguardado ia saltar nas páginas do calendário. Mas a vontade de ir para longe era tanta que a intempérie resolveu dar tréguas. Pelo menos por umas horas. Correu tudo bem até sairmos da A2. Beja/Ferreira, indicava o croqui. O meu sentido de orientação nunca foi muito apurado mas parece que o do Anónimo também não é melhor que o meu! Ou seja, uma piloto e um co-piloto com mau sentido de orientação só podia dar um resultado: quase cinco horas para chegar ao destino! Não havia placas, luzes nas estradas nacionais também são apenas miragens, e pessoas sóbrias no Alentejo (depois da hora de jantar) para nos tirarem dúvidas sobre o itinerário também é raro encontrar! Mas num golpe de sorte, encontrámos um alentejano pouco sóbrio que nos indicou o caminho certo. Lá tivemos de voltar para trás. Mais uma aventura por estradas que fazem lembrar um cenário de guerra, com a gravilha a sobrepor-se ao alcatrão e a esconder verdadeiras tocas. As histórias, os risos e a boa disposição marcaram aquele longo percurso.

Bom, eram quase dez e tal da noite quando chegámos à Quinta do Chocalhinho, em Odemira. O céu do Alentejo é sempre mais estrelado e as nuvens parecem mais vaporosas. A quinta fica num monte, onde o silêncio impera. Só é interrompido pela agitação nocturna das rãs que vivem no riacho e pelos passarinhos que anunciam o amanhecer. Sente-se uma paz inexplicável, parece que estamos noutra dimensão. O amor também ajuda, é verdade. É uma quinta tipicamente alentejana, composta por dez quartos e a decoração é rústica mas muito confortável. Faz-nos sentir em casa.

Foram dois dias em pleno, em comunhão, em sintonia. Uma partilha diária, intensa e ao mesmo tempo serena. Sossegou-me. Sossegou-nos.

Conversámos muito, passeámos, respirámos ar puro, descansámos, namorámos, ficámos na ronha...vivemos! A cumplicidade acompanhou-nos sempre - e que grande companheira! Nós e a cumplicidade. Nós. Foi mesmo muito especial.

O que sinto pelo meu Anónimo vai ganhando mais força, vai crescendo, a cada dia que passa. Quanto mais o conheço mais gosto dele.É impressionante.

O pior foi o regresso, a ressaca dos dias intensos, a vontade de ficar por lá mais tempo, as saudades...

O fim-de-semana perfeito, um refúgio para voltar - com GPS, claro!

26 fevereiro, 2010

O meu Anónimo oferece-me coisas giras! Tem tão bom gosto!

21 fevereiro, 2010

Encontrei o amor. Quando menos esperava, vindo de quem não esperava, atingindo quem não esperava. Uma sintonia perfeita, uma cumplicidade que julguei inexistente, uma partilha constante. As borboletas no estômago, o desejo de estar por perto, de o ter junto a mim, as saudades, a vontade de o ouvir, de aprender com ele, de o cativar.
O amor acontece mesmo. Hoje tenho a certeza porque o sinto. Pela primeira vez, encontrei-o. É difícil definir o sentimento que me liga a ele. Que NOS liga. Mas vou tentar porque vale a pena pelo menos o esforço. Porque quero que os mais cépticos encontrem nesta história uma realidade que se pode aproximar a qualquer momento. Sobretudo quando menos esperamos. É uma sensação que me preenche, que me completa. Uma pertença que avassala qualquer tipo de lógica, de racionalidade.
Foi destino ou acaso? Foi... estranho! Conhecemo-nos há mais de dois anos e cruzávamos-nos diariamente. O "olá! Tudo bem?" foi a nossa primeira linguagem. Depois circunstâncias da vida fizeram com que nos deixássemos de cruzar durante nove meses até que o aquilo que nos separou voltou a juntar-nos. Sempre simpatizei com ele, confesso. Mas nunca tínhamos contactado muito. Ele espreitou-me e eu espreitei-o. Descobri um blog com uma escrita crua e intensa e tive de lhe dizer quando o voltei a encontrar. Não sei o que me fez espreitar o blog, não sei o que me levou a revelar que tinha ido ler os textos dele, não fazia a mínima ideia do que ia acontecer. Depois fui surpreendida com um mail e a partir desse momento a anarquia cibernauta instalou-se! Invertemos a lógica e descobrimo-nos nas palavras escritas. Testamentos que desvendavam meros conhecidos e que nos aproximavam a cada linha. De repente, entrámos na vida um do outro com uma naturalidade assustadora. Mas os mails começaram a saber a pouco e um chá ao fim da tarde dissipou qualquer tipo de dúvida. Ele era o mesmo dos textos. Eu era a mesma. Nenhum de nós ficou defraudado e sentimos vontade de repetir o encontro. E foi o que aconteceu. Estava a ser cativada e isso assustava-me. Aos poucos o controlo e a indisponibilidade deixavam de fazer sentido. Sabia o que me esperava, tinha perfeita consciência e decidi acreditar nele e no que me liga a ele. O que nos liga. É intenso, é genuíno, é verdadeiro. A calma do amor dissolvida no fervor da paixão é um equilíbrio perfeito. É tão bom sentir aquilo que não se consegue explicar. Mas sobre ele as palavras não me faltam. É um homem cheio de personalidade. Determinado, inteligente, frontal, sincero, com um olhar meigo e um sorriso doce. Giro! Olha com verdade, vê com verdade e sente de verdade. Romântico, sensível, criativo, que gosta de me surpreender. É uma pessoa generosa, com uma dimensão humana extraordinária. Está sempre disponível e apesar de ter crescido depressa nunca deixou fugir o reflexo de miúdo. É muito especial e eu sinto-me tão feliz por ter entrado no lado esquerdo dele e ele no meu.
2010 começou da melhor maneira. Perdi o controlo das emoções e sabe tão bem. Encontrei-o. Reencontrei-o. Finalmente conheci o amor.

10 janeiro, 2010

FRIO. CHUVA. VENTO. É oficial: estamos no Inverno.
Um domingo que pede lareira, um bule a fumegar e uma manta.

03 janeiro, 2010

Chegámos a 2010. Depois de um ano lento, arrastado, cheio de desafios (superados) lá me encontro no início da agenda com páginas vazias. Depois dos momentos melancólicos do pós-festas sabe bem sentir que algo de novo se aproxima. 2009 trouxe-me a Matilde por isso será sempre um ano inesquecível, em que despertei o amor profundo de ser tia.
As festas correram bem, o Natal é um momento vivido intensamente na nossa família.
A passagem de ano foi calminha. Afinal, pela primeira vez, o meu pai estava internado no Egas Moniz. Custou-me muito saber que ia despedir-se de 2009 numa cama de hospital mas senti-me aliviada por saber que estava bem. Jantámos calmamente em casa da mana, brindámos ao pai, engolimos as passas e o champanhe e lá fomos para casa, a pressa de o receber no dia seguinte fez-nos adormecer num instante.
E assim foi. No primeiro dia do ano estávamos a almoçar com o pai, que esteve sempre bem disposto, radiante por estar com a família.
2010 vai ser um dia especial. Sinto-o.

19 dezembro, 2009


Não me canso de dizer que o Natal é a minha época do ano favorita porque me lembra a sorte que tenho em ter uma família unida.

O Natal é adorado por muitos e odiado por tantos outros. Esta quadra não tem meio termo. Funciona como uma lupa: aumenta a intensidade daquilo que vemos, sentimos e desejamos. As coisas boas e as coisas más.



Ontem estivemos a falar sobre a sorte que tivemos na infância, sobre o sabor da liberdade saudável que acompanhou o nosso crescimento.
O tempo era nosso e andava devagar, como o sopro quente dos dias de Verão. Eu cresci a brincar na rua. Quando chegava da escola queria despachar os trabalhos de casa para ir ter com os meus amigos. Andávamos de bicicleta, desenhávamos a cirumba e a macaca com pedras de cal no alcatrão, fazíamos gincanas e íamos para o pinhal lanchar - eram os nossos piqueniques. Se estivesse a chover as tropas reuniam na casa de um de nós e era a tarde toda na galhofa.
Aguardávamos ansiosos pelas férias de Verão – aqueles dias quentes e longos permitiam-nos estar na rua à noite. A escuridão do céu tornava o jogo das escondidas mais emocionante. Sujávamos a roupa, caíamos no chão, brincávamos na terra, rasgávamos as calças… e sim, ficávamos doentes de vez em quando, mas éramos felizes e desenrascados (tínhamos de ser, naquela altura não havia telemóveis).
Lembro-me de fazer sopas de água com farinha e cascas de cenoura que fingia dar às bonecas. A minha avó ajudava-me a prepará-las. Nessa altura os avós tinham tempo para brincar e tomar conta dos netos. Agora têm de trabalhar até ao momento em que alguém vai ter de tomar conta deles.
A velocidade do tempo, a rapidez e a facilidade com que a informação nos chega acaba por nos esmagar. As solicitações não acabam.
Hoje a maioria das crianças/adolescentes considera que os amigos que tem são aqueles quinhentos que pertencem à lista das redes sociais. Hoje é mais fácil comunicar através da Internet do que encontrarmos um dia compatível para nos reunirmos com os amigos. Hoje os pais têm pouco tempo para estar com os filhos e quando chegam a casa é natural que os queiram compensar pela ausência e tornam-se exageradamente permissivos. O tempo escorrega-nos entre os dedos. Eu sei que a vida devia ser feita de prioridades mas o ritmo dos ponteiros do relógio submete-nos a uma ditadura à qual é difícil escapar. É assustador…

16 novembro, 2009

Yann Tiersen - Esther

Para sentir. Apenas.

06 novembro, 2009

ESTOU EM PAUSA...

26 outubro, 2009

GRANDE REPORTAGEM
Levei um soco no estômago. Não daqueles secos e rápidos mas num movimento lento e agonizante que durou cerca de quarenta minutos. De quem é a culpa? Da grande jornalista Cândida Pinto que continua com a mesma capacidade de contar uma história que nos envolve do princípio ao fim. A jornalista consegue transmitir, de uma forma natural, a dor, a alegria, a miséria, a fome, a inquietação que os temas envolvem usando um único recurso:o ângulo da humanidade.
Hoje a Grande Reportagem retratou um dos maiores flagelos de África: as crianças orfãs, cujos pais morreram vítimas de SIDA (das complicações que o vírus provoca). Milhares e milhares de crianças ficam entregues a si próprias ou, com sorte, aos irmãos mais velhos, que também ainda são crianças. O programa levou-nos a Moçambique, onde o drama atinge uma grande parte da população. De repente, vi uma família de quatro irmãos que viram os pais morrer num espaço de três ou quatro anos. O mais velho, que na altura tinha apenas 16 anos transformou-se no homem da casa. Fugiram da terra onde viviam e construiram duas cabanas onde vivem até hoje. Os mais pequenos frequentam a escola enquanto os mais velhos lutam pela sobrevivência da família. a sua maior preocupação é arranjar comida para o almoço: a única refeição que fazem. O mais extraordinário é que o irmão mais velho, agora com 19 anos, diz que não precisa de nada. Com um sorriso, responde que para ele a vida é boa, "está bom". Dou por mim alapada num sofá, a ver televisão, coberta com uma manta polar, a comer uma maçã assada. Tenho TUDO: uma família unida, saúde, conforto, uma casa, um carro, um curso, trabalho, dinheiro, roupa. Mas às vezes chego à conclusão de que preciso de um casaco novo ou de um creme hidrantante. Perante aquelas histórias sinto-me envergonhada.
Aquele rapaz que nada tem - os pais morreram, foi obrigado a crescer depressa, foi-lhe roubada a juventude, teve de construir a própria casa, os armários, a mesa, as cadeiras, os brinquedos de lata, tem de cultivar os cereais, subir aos coqueiros para se alimentar, não tem sapatos e usa uma roupa rota, cheia de pó- diz que "está bom", não se revolta com o estatuto de sobrevivente que a vida lhe entregou. Até sorri. Consegue ser feliz com a miséria que o rodeia.
Esta foi apenas uma das famílias orfãs que apareceu na reportagem. Talvez a que me tenha tocado mais.
Aqueles miúdos, sim, são heróis. Verdadeiros heróis.

17 outubro, 2009

Dores de garganta, dores de ouvidos, nariz entupido, tosse, dores de cabeça, espirros e olhos inflamados é o resultado de dois dias a sair de casa com o cabelo molhado, a levar com o ar condicionado no máximo e a sair para a rua com 27º. Só fiquei mais descansada quando percebi que não tinha febre. Ainda assim, quando fui ver a minha sobrinha lá meti a bela da máscara cirúrgica. É desconfortável. Mais uma razão para eu não ter enveredado pela Medicina.
Fiquei desapontada com o Miguel Sousa Tavares. Gosto do senhor, mesmo com aquela arrogância toda acho-lhe muita graça. Mas confesso que não lhe ficou nada bem sair em defesa da sô dona Maitê. Muito menos usando aquele tipo de argumento de que Portugal é um país sem sentido de humor, provinciano, repleto de ignorantes. Ora, eu, tal como milhares de pessoas, vi o vídeo. Não me chocaria se fosse um Jô Soares a fazê-lo, um Miguel Falabella, ou uma outra personalidade cómica. Mas a verdade é que esses senhores são suficientemente inteligentes para perceberem que aquele vídeo amador foi de mau tom e de uma ignorância que ofende o próprio Brasil. É uma peça completamente desenquadrada do estilo da actriz. Sinceramente, acho que os brasileiros devem ter ficado mais chocados que os portugueses. E depois aquele vídeo de pedido de desculpas... só me vem uma palavra à cabeça: ridículo! Chocou-me sobretudo o momento em que a senhora entra no Mosteiro dos Jerónimos e imita a estátua da fonte, cuspindo para a água. Já para não falar da conversa descabida sobre os túmulos de Camões e de Vasco da Gama. Aquilo não é humor. É puro mau gosto, só revela uma grande falta de respeito para com a cultura portuguesa, para além de uma tremenda ignorância.
Os portugueses até têm um grande sentido de humor. Temos a capacidade de rir daquilo que somos e fazemos. Sem preconceitos. Basta olhar para as audiências dos programas humorísticos como Os Contemporâneos e os Gato Fedorento. Nós conhecemos as limitações e os defeitos do nosso país e sabemos rir-nos deles.
É uma pena, até simpatizava com a senhora. Lembro-me dela a fazer de Helena na novela Felicidade e de professora do Sassá Mutema.
O melhor mesmo é a Maitê dedicar-se às personagens de teatro e novela. O que este vídeo veio provar é que a senhora sem guião é um verdadeiro desastre. Inconveniente, mesmo.
Depois disto, devia fazer um pedido de desculpas a todos os brasileiros. Eles foram os principais lesados com aquele vídeo. Foi uma pena a actriz não ter entrevistado os imigrantes brasileiros que vivem em Portugal. Perdeu a oportunidade de lhes perguntar o que é que os leva a viver neste país tão atrasado, mesquinho, e com pessoas tacanhas e ignorantes... que nem sequer têm a capacidade de perceber o humor inteligente, quase erudito, de Maitê Proença.
Quase um mês depois volto a dar notícias.

Mais uma volta na montanha russa, mais uma mudança. Precisamente numa altura em que menos esperava. Sabem aqueles momentos em que temos de fazer uma escolha de um dia para o outro, como se uma simples palavra ganhasse um poder mágico de transformar a nossa vida? Mudar ou não mudar de empresa- eis a questão! Decidi ir em frente, seguir a minha vontade. Atirei-me da prancha de dez metros. Logo eu, que tenho vertigens. Passadas duas semanas devo dizer que o saldo é positivo. Estou a gostar muito. Sinto-me incentivada com o projecto e com o conceito da empresa. Estou contente. Além disso, pode parecer um argumento estúpido, mas estou a quinze minutos de casa, o que faz com que consiga aproveitar muito melhor as horas. Tenho tempo para fazer o que me apetece e para estar com quem quero. É tão bom. Reencontrei algumas pessoas e conheci outras tantas. Há uma boa energia por aqueles lados.
A minha vida precisava de uma mudança. Tinha plena consciência disso mas não esperava que fosse tão cedo. Talvez seja o início de um novo ciclo. Com muito sol, espero!

26 setembro, 2009

Ando desaparecida, eu sei, e pesa-me a consciência de deixar o sextosentidos abandonado.
Não, não estou em fase de reflexão política (já perdi demasiado tempo com isso e arrependi-me. Agora optei por exercer o meu dever cívico mas sem pensar muito. Estou convencida de que na política nos devemos atirar de cabeça no momento do voto e ir atrás da nossa intuição). Bom, mas isto tudo para dizer que estou sim numa fase introspectiva acompanhada por um regime alimentar, que calha sempre bem nestas alturas. Estou feliz? Acho que sim. Sou feliz? Tenho a certeza. Mas falta qualquer coisinha...
Sei o que é e tenho saudades. Não é dele mas daquilo que ele me faz sentir. Ás vezes tenho vontade de voltar atrás e arriscar. Outras vezes, quando a racionalidade se apodera de mim, a pergunta permanece: Porquê?!

07 setembro, 2009

Os Azeitonas - Quem és tu miúda

É a música que me faz lembrar a Matilde. Só porque o meu pai lhe chama "miúda" e ela começa a rir-se de imediato. Sempre que ouço esta música na rádio lembro-me dela e também sorrio.

É tão real que quero partilhar:

"A razão principal é que já não há muita gente que tenha tempo a perder com o deserto. Não sabem para que serve e, quando me perguntam o que há lá e eu respondo "nada", eles riscam mentalmente essa viagem dos seus projectos. Viajam antes em massa para onde toda a gente vai e todos se encontram. As coisas mudaram muito, Cláudia! Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no Facebook e nas redes sociais da Net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio falam sem cessar; em vez de se encontrarem, contactam-se, para não perder tempo; em vez de se descobrirem, expoem-se logo por inteiro: fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertidos, "leves", disponíveis, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo aos pés, não aguentam nem um dia de solidão. Eis porque já não há ninguém para atravessar o deserto. Ninguém capaz de enfrentar toda aquela solidão. "
Miguel Sousa Tavares, No teu deserto

30 agosto, 2009

Meus queridos 27

Comecei os 27 da melhor maneira. Rodeada por muitas das peças que completam o puzzle da minha vida. Jantar maravilhoso, cheiro a maresia, fogo de artifício, uma lua descomunal, uma noite quente, muita música e dança. Beijos, abraços e sorrisos. Os 27 vão ser qualquer coisa de bom. Sinto!

24 agosto, 2009

Praia de S. Pedro. Centenas de pessoas espalhadas pelo areal. Não havia um metro quatrado de areia à vista. Deitei-me à beira-mar. Primeiro, eu e o último livro do Miguel Sousa Tavares. O "No teu deserto" a ser consumido numa praia que de deserta tinha pouco. Mais tarde, a Sarita juntou-se num cenário que como um rapaz dizia: parece aqueles documentários da National Geographic, onde se vê as plataformas de gelo cobertas de focas.
Ainda assim soube-me mesmo bem!

23 agosto, 2009


Estou com o cabelo escuro - castanho muito escuro - um tom que o marketing prefere chamar "chocolate preto". Pintei-o. Nunca o tinha pintado de um tom tão escuro... cheguei a pôr em hipótese o preto mas tive medo de me arrepender. Ia ficar com um ar mais carregado e se quisesse atenuar o resultado seria mais difícil. Além disso, o preto pede sempre um corte ousado, fashion, irreverente. Não é o caso do corte que tenho (se é que ainda se pode chamar corte). A simpática senhora do supermercado é que o escolheu: "Leve este, que vai ficar lindamente com a cor da sua pele" e eu obedeci - talvez influencidada pelo nome do tom. Soava bem.

Estava farta das diversas tonalidades que coabitavam no meu cabelo: madeixas ruivas e loiras, secas do sol e do mar e o castanho natural que anda a crescer rapidamente. Resolvi o problema. A uma semana de fazer 27 anos apeteceu-me mudar de visual. Gosto de o fazer várias vezes durante o ano, gosto de descobrir novas Catarinas (umas mais do que outras). Sinto que é sempre uma nova fase, ainda que muitas vezes não o seja na realidade. Mas pelo menos eu gostava que fosse e imagino sempre que seja.

Vamos ver o que é que os 27 anos e os meus cabelos escuros me trazem de novo.

30 julho, 2009

Regresso à CC
Regressei à Casa, agora no Chiado. É um dos meus locais de eleição em Lisboa e apesar de ser longe de Cascais, gosto de trabalhar ali. Aproveito a viagem de comboio para pensar, para ler, para ouvir música... ando sempre a pé - todos os dias subo e desço a Rua do Alecrim.
Esta mudança é uma espécie de regresso ao passado, às origens. Foi naquela empresa que o meu percurso profissional começou, há quatro anos.
Há duas semanas fui surpreendida por um telefonema inesperado e dois dias depois já estava a escrever um projecto de ficção. Foi precisamente no momento em que tinha decidido aproveitar um pouco para pensar na minha vida. É sempre assim! Estava prestes a aventurar-me lá fora... tinha falado sobre isso com a Rak na véspera. Até agora estou a gostar; a minha equipa é porreira e... yes, voltei à ficção! :)))))))
Estou feliz. Pelo menos até Janeiro estou a respirar o charme do Chiado!
Acho que a estrelinha está comigo!

29 julho, 2009

Surpresa
Nunca me tinham feito tal surpresa. E logo eu, que adoro boas surpresas. Depois de umas mensagens inquisitórias... eis que ele me aparece de mochila às costas, carregado com gelado de morango, frutas, sumo de maçã e água das pedras... para irmos "piquenicar" ao pôr-do-sol. E lá fomos nós ver o sol a descer até ao mar num fim-de-tarde onde o barulho do mar rompia o silêncio, a par das nossas gargalhadas. O vento tinha parado no Guincho e o tempo também. As horas perderam-se no sabor de histórias intermináveis. Eu e ele. Nós e o pôr-do-sol. Ele faz-me sentir especial.

15 julho, 2009

Ontem fomos ver o World Press Photo, no Museu da Electricidade (recomendo vivamente! Está até ao dia 19 de Julho, próximo domingo). Depois de um belo passeio junto ao rio fomos "esplanar" para o bar do CCB. Digam lá se o rapaz não tem bom gosto?
PARABÉNS, VAN!


Hoje é um dia especial, pois a minha querida amiga Vanessa faz 27 anos. Falar da Vanessa é fácil, muito fácil. Ela é das melhores pessoas que conheço, é uma amiga plena, inteira, verdadeira. A Vanessa também carrega o mundo ás costas, está sempre disponível para tudo e para todos, e nunca se cansa de ajudar. Sabe ouvir, sabe aconselhar, sabe dar colo, sabe ralhar quando preciso de ouvir a verdade, sabe rir-se comigo mas também sabe chorar. É uma caranguejinha pura. Tem o sentido de família bem apurado e envolve-se facilmente em tudo o que entra. É uma excelente profissional por isso sei que a estrelinha vai estar sempre com ela - independentemente das voltas que a vida dá.
A Vanessa é um doce de pessoa. Um daqueles petit gateau que saem quentinhos do forno e que derretem qualquer gelado de nata.
Tenho uma grande sorte por a vida dela se ter cruzado com a minha há quase dez anos. Uma grande sorte!

13 julho, 2009

Arcade Fire - Neighborhood #2 (Laika) - 2005/08/25

ADORO!

Ando com uma vontade de conhecer esta cidade... espero que seja em breve!

António Zambujo e Roberta Sá

Dia 15 de Julho o António Zambujo vai subir ao palco com o meu adorado Ivan Lins, às 22h00 no Parque Marechal Carmona. O concerto promete e eu prometo que depois conto tudo!
Obrigada querida Jagunça por seres sempre a manager! :)

Ele era um cromo daqueles que só aparecem uma vez na vida - pelo menos era o que ela pedia com toda a esperança do mundo. Ele tinha mais segurança que o sistema ABS de um carro topo de gama, tinha um ego três vezes maior que o planeta Terra e um sorriso, um maldito sorriso de D. Juan que a enfeitiçava. Ele representava duas coisas que ela detestava nos homens: presunção e arrogância. Até era inteligente, ou pelo menos aparentava, mas faltava-lhe um plano, uma estratégia. Provavelmente nunca tinha pensado nisso porque precisava de pouco para conquistar as mulheres. Bastava sorrir, bastava convencê-las de que era bom: e disso ele tinha a certeza. Mas ela que sempre tinha sido uma mulher exigente queria mais, precisava mais do que um sorriso e uma total disponibilidade. Até porque as facilidades a enjoavam, ela gostava mesmo de um bom desafio, de uma boa surpresa e ele não estava preparado para isso. Para ele os preliminares eram uma perda de tempo. Os cafezinhos também. Mas ela desejava uma boa conversa ao sabor de um café expresso, longo, com um pau de canela, acompanhada de bossanova. Logo ele que odiava música brasileira...
Deixaram de se ver até que o destino os voltou a juntar. Ele insitia, queria tê-la, oferecia-se a toda a hora porque o orgulho não engolia a rejeição. Simplesmente. Ela lembrava-se dele às vezes. Ele não desejava conhecê-la nem sequer cativá-la, queria apenas tê-la nem que fosse por um instante. Houve uma noite em que se encontraram no meio da multidão. Ele ia para casa e ela estava a fazer tempo para ir também. Ele foi embora com aquele maldito sorriso. Tinha mesmo de sair porque nesse dia ela ia encontrar alguém que a queria conhecer tal como ela era. E assim foi. Sentou-se num sofá, sozinha, e momentos depois ele sentou-se ao lado dela. Refilou porque a noite estava caótica, porque a viagem tinha sido desgastante, prometia que nunca mais voltava. Ela ouviu-o e ele também quis ouvi-la. Finalmente.

09 julho, 2009

Carminho- A Bia da Mouraria

E uma marchinha!

Carminho- Escrevi Teu Nome no Vento

Acabei de sair de um concerto da Carminho. Foi a primeira vez que a ouvi e fiquei muito surpreendida. Para mim fadistas há muitos, mas fadistas que sentem o fado e que o conseguem transmitir aos outros há poucos. Gosto de fado, acho que aprendi a gostar com a idade. Das mulheres, a minha voz favorita continua a ser a de Amália. Depois, nos outros lugares do pódio, ficam a Mariza e a Mafalda Arnauth. Hoje junta-se a Carminho, que no meu pódio há sempre espaço para quatro. Dos homens, Carlos do Carmo, Camané e António Zambujo. Sete músicos cheios de talento, que representam aquilo que o fado tem de melhor. O despertar dos sentimentos.

08 julho, 2009

A MATILDE JÁ TEM UM MÊS!
É impressionante como o tempo passa a correr... ainda ontem chegou a casa toda cor de rosa, ainda com o rosto inchado, enroladinha. Agora a Matilde já tem um mês, está cada vez mais crescida, mais atenta e já aprendeu algumas manhas. E está também cada vez mais bonita - não é por ser minha sobrinha, a sério, mas é uma bebé lindíssima. Ganho horas a olhar para ela, à espera de algum gesto enquanto dorme; ganho horas a apreciar o momento do banho, que ela adora; ganho horas quando pego nela ao colo e sinto aquela paz que só os bebés têm.
Não faço ideia do que é ser mãe (mas quero saber) mas ser tia tem sido uma experiência maravilhosa e tem tendência a melhorar.

Estou muito contente com a minha nova aquisição. Partilho com ele algumas horas por dia. Tem-se portado muito bem!


03 julho, 2009


Depois do processo criativo estou prontinha para dormir.


- Cama com roupa lavada;

- Banho nocturno;

- Creme hidratante;

-Pijama lavado;
Resta-me esperar pelos bons sonhos.

02 julho, 2009

"Latika's Theme"

Porque hoje preciso mesmo de inspiração.

01 julho, 2009

Os amigos escolhem-se e as amizades constroem-se. Exactamente, Tita. Exactamente.

30 junho, 2009



Aqui entre nós, que ninguém nos ouve (especialmente o Doutor Póvoas) esta semana matei saudades da infância. Mas fiz a papa com água - não é a mesma coisa, devo dizer. Para a próxima experimento com leite de soja. Sounds good!
Hoje reparei que estou cheia de cabelos brancos. Estão espalhados por toda a cabeleira! Já não é apenas aquela madeixa, mesmo à frente, do lado esquerdo. Aquela madeixa que me acompanha há dez anos e que se vê só quando eu quero, quando mudo o lado do risco - o que é raro, extremamente raro. Agora não há solução, é deixar os cabelos brancos à vista; para além dos já existentes, há uma data de novos a nascerem, fios brancos por todo o lado e não há tinta que pegue. Tendo em conta que tenho 26 anos o panorama não é animador...
O que é que o pavão diz? Ó p'ra mim, sou tão bom!
Cuidado, eles andam a fugir dos jardins...

29 junho, 2009

Outras andanças
A vida dá muitas voltas, mesmo. Há uns meses atrás achava que seria impossível . É estranho. Ando a aprender a ser jornalista. Tenho tanto para aprender...
A experiência tem sido boa, muito boa até. Sinto-me uma grande sortuda por trabalhar com pessoas fantásticas, mais uma vez. Nasci mesmo com o rabinho virado para a lua!
Duas das peças que fiz vão ser exibidas na RTP, no dia 2 de Julho,assinalando a luta contra a leucemia, inseridas no programa "Solidários até à Medula". Foi psicologicamente duro fazer estas peças. Mas por outro lado, foi muito enriquecedor conhecer miúdos de dezassete, dezoito e dezanove anos, que são rostos de esperança. Uns por terem feito um projecto extraordinário na escola, um projecto que por ser tão sério e com resultados tão positivos ultrapassou os limites escolares; e a D., que é uma rapariga que aos 13 anos fez um transplante de medula e que foi obrigada a crescer enquanto lutava pela vida. A D. continua a lutar, vive cada dia com toda a intensidade, sem planos a longo-prazo; tem um brilho intenso no olhar, cheio de vida. A força daquela miúda é contagiante. Nunca vou esquecer.
Apesar destas andanças que nos enchem de experiências os tubos de ensaio, continuo a querer escrever ficção. Esta semana vai ser dedicada a isso, ao meu projecto. O deadline é segunda-feira. Portanto, vai ser trabalhar, trabalhar, trabalhar. Com muito prazer!

19 junho, 2009

Porque hoje foi um dia especial, interiorizei que:

- vou aprender a dizer não;

- vou deixar de carregar o mundo às costas;

- vou ter tempo para mim, para me conhecer melhor;

- vou dizer/exteriorizar o que penso;

- vou pedir ajuda sempre que precisar;

- vou mostrar o que sinto e "baixar a guarda";

- vou conquistar o meu caminho;

- vou fazer as MINHAS escolhas;

- vou descobrir o que me faz feliz;

Parece que iniciei um período de auto-descoberta e que os próximos dois anos vão ser decisivos nesta transformação interior. A nova Catarina está a nascer!

18 junho, 2009





Hoje era miúda para me meter num avião e só parar ali!

17 junho, 2009







HOJE É DIA DE TEATRO!
Depois de um mês intenso nas Marchas e de o trabalho ter corrido bem está na altura de mergulhar novamente no guião do filme. Agora que já passou algum tempo o desafio é voltar a olhar para ele e perceber o que tenho de alterar e adaptar, tendo em conta as indicações que recebi da produtora. Vai ser um grande desafio e vou dar tudo o que tenho e o que não tenho para tornar este sonho realidade. Estou muito feliz, com um frio na barriga (confesso), mas ansiosa por agarrar no texto.
Sexta-feira vai ser um dia muito especial. Espero descobrir aquilo de que ando à procura. Ou pelo menos conseguir ter algumas luzes. Já não era mau!
Adoro tê-la nos braços e ficar simplesmente a olhar para ela. É tão bom observar cada movimento, cada expressão no rosto rosado e perfeito, esperar que ela abra os olhos e esboce um sorriso involuntário.
Ai o relógio biológico a trabalhar!
Chapéus há muitos... e homens também!
Mas é preciso é saber escolhê-los. Quem me conhece sabe que a Margarida Rebelo Pinto me faz uma certa comichão na garganta... e no resto do corpo, provoca-me urticária - mesmo. Não é inveja pelo facto de ela ganhar a vida como escritora mas confesso que me faz confusão a senhora escrever um livro enquanto eu bebo uma chávena de chá... e aquela arrogância não lhe fica nada bem - mas gostos não se discutem. Ela vende livros, muitos livros - essa é que é essa!
Bom, mas esta semana folheei uma revista daquelas que adoro levar para a praia, a Activa, e encontrei um artigo escrito por ela que se chama "A verdade sobre os mitos do amor". Encontrei nalguns pontos alguma verdade. Ora vejamos:
"Há quatro tipos de homem. O sacana profundamente atraente, o doméstico profundamente chato, o sacana que finge que é boa pessoa, e o que não tem a mania de nada, que é o melhor de todos. E não, não está sempre casado. Temos é de o encontrar na idade certa: aos 30. Não se pode levar a sério um homem antes dos 30. Até aos 25 sofrem o primeiro desgosto de amor. Entre os 25 e os 30 percebem o grande poder que têm e ficam entre tornar-se um homem normal ou um sacana, e aos 30 escolhem. E ainda há o eterno indeciso, o gajo mais chato do mundo. É o menino da mamã que nunca cortou o cordão umbilical e quer casar-se com uma rapariga igual à mãe, mas quando ela aparece, fica tão apavorado que não se casa. Está sempre à espera que a vida o leve, mas como diz o José Eduardo Agualusa, "um homem que se encosta às suas circunstâncias pode cair"."
Prefiro chamar ao tipo que não tem manias o homem extraordinário qb. Porque a normalidade também tem pouca graça. Parece que é difícil encontrá-lo antes dos 30 mas eu conheço excepções - juro que conheço. Homens que antes dos 30 perceberam que queriam ser extraordinários e são. Simplesmente.

06 junho, 2009

MATILDE
4 de Junho de 2009. CUF Descobertas. Subi o elevador a correr e avistei logo a minha irmã. Estava linda, bronzeada, tranquila, sorridente com o barrigão mais descaído do que o habitual. A Matilde queria nascer. Passados alguns minutos estava no quarto, já de bata. Continuava tranquila e linda. Umas horas mais tarde as contracções começavam a apertar e os exercícios de respiração ajudavam a esquecer a dor. Estive com ela até quando pude. Dez minutos depois de lhe ter sido dada a epidural a Matilde insistia em sair. Não havia tempo a perder. Despedi-me da minha irmã com uma serenidade inexplicável: tinha a certeza de que ia correr tudo bem. O Francisco acompanhou-a naquela horinha que se quer bem curta. E foi assim que aconteceu. Meia hora depois a Matilde chegou. Eram precisamente 21h55. De gorro cor de rosa debruado a azul na cabeça, embrulhada numa manta branca, de olhos bem abertos estava a princesinha, ao colo da enfermeira, no berçário. Fiquei parada a olhar para ela, através do vidro do berçário durante minutos. Era a minha sobrinha, aquela que vi crescer dentro da barriga da minha irmã; aquela bebé por quem sinto um amor inexplicável.
Pela primeira vez depois de tanto tempo senti que o hospital também cheira a vida; aquele aroma forte do desinfectante que tantas vezes me agoniou e me agonizou a dor ontem transmitiu-me esperança, cheirou a vida.
A minha Matilde é uma princesa. É pequenina, tem a pele macia e rosada, os olhos rasgados e escuros como o pai, a boca e o nariz arrebitado como a mãe.
Sou tia. Parece que ainda nem acredito. De repente, a família voltou a crescer. Sinto-me TÃO feliz! Estou muito orgulhosa da minha irmã, que se portou como uma heroína, do meu cunhado, que foi um guerreiro.
A minha sobrinha... a minha sobrinha...

22 maio, 2009

É OFICIAL:
ESTOU A TORNAR-ME NUMA MULHER VODAFONE!

16 maio, 2009









Há relações que só funcionam à distância. É o caso da que mantenho com o despertador. Se ele estiver perto de mim é muito provável que a história acabe mal.

08 maio, 2009

"Por que é que as pessoas que querem ser livres, independentes e tudo o mais, são aquelas que mais mal aguentam a solidão? Porque, para o mal e para o bem, habituaram-se a uma companhia constante. Não percebem que as saudades, que os desejos nunca realizados, os sonhos que ficaram suspensos, são a melhor companhia (embora também a mais triste) que se pode ter?"

E agora pergunto eu: Por que é que o Miguel Esteves Cardoso tem sempre razão?!
Pagar o seguro do carro e a revisão dos 40 000 km no mesmo dia é tramado!Dá logo vontade de o vender!

Maio começou muito bem. Os primeiros raios de sol abrasador mudaram os meus dias. Estou a fazer um trabalho muito enriquecedor ao nível pessoal. É cansativo, tenho chegado a casa estoirada, mas a verdade é que conhecer a face mais popular e mais genuína dos bairros lisboetas tem sido uma experiência única, um grande privilégio. Há histórias de vida fascinantes, há paixões arrebatadoras pelo lugar onde se vive, há miséria mas também há muita união - em muitos casos os vizinhos tornam-se a família. As festas populares que invadem Lisboa no mês de Junho são esperadas com entusiasmo por todos. É a festa por excelência, aquela que é feita por todos e para todos.
Tem sido bom encontrar o equilíbrio entre a escrita criativa e o jornalismo.