24 dezembro, 2007

FELIZ NATAL




23 dezembro, 2007

Esperar

"Quem espera sempre alcança" é mentira. Esperar não chega, como não chega fazer tudo o que está ao nosso alcancepara obter qualquer coisa, mas sem esperança. Aqui tanta coisa se mistura e evoca- a fé, por exemplo, ou a confiança em nós próprios que se torna difícil falar.
Ensinaram-me um verbo cuja beleza demora a compreender: CATIVAR. Não é aprisionar, reter ou enredar. É pôr passo ante passo, cada um mais bem pensado e sentido que o anterior, para conseguir que uma coisa ou alguém se propricie a virar para o que somos, queremos, onde estamos ou precisamos de ir. Pois a verdadeira esperança consiste em cativar, calmamente, o destino.
Não é forçá-lo - é uma insinuação. Se o destino nos dá um encontro, se nos apresenta a possibilidade de um amor, por pessoa ou obra, que nos move e nos faz desejar chegar a ela; é preciso continuá-lo, devagarinho, por nossa própria acção. Não é o destino que precisa de uma ajudinha ou dum empurrão - somos nós.
Esperar é correr o risco de falhar, de tudo perder - mas que importa isso, se se corre o risco de tudo conseguir e de ganhar? Toda a esperança traz dentro dela uma imagem bonita, uma imagem de bem. Seja de um amor perfeito ou dum país feliz. Não se pode traí-la, despachando-a ou escondendo-a. É preciso persegui-la. Muito. Devagar. Como se essa imagem, à imagem da nossa esperança existisse.
Miguel Esteves Cardoso (Explicações de Português)
O Natal encurta as distâncias
Adorei participar na festa da Comunidade Vida e Paz, sobretudo porque contactei com pessoas muito diferentes, que infelizmente são obrigadas a viver de uma forma menos digna, injusta. Quando estive no cabeleiro que montaram lá, na Cidade Universitária, o que mais me impressionou foi a quantidade de velhinhos que ali se dirigiram porque tinham deixado a reforma ou a pensão nas farmácias, com os medicamentos. Com os Sem-Abrigo só contactei no dia seguinte, quando estive na distribuição de roupas. A arrogância e a inveja não escolhe estratos sociais. É impressionante quando pessoas que nada têm ainda se tornam exigentes quando se lhes oferece qualquer coisa. "Não percebo, aquele ali leva umas botas fixes, a mim só me calha porcaria!"- é triste ouvir frases destas quando por detrás daquela acção houve um grande empenho de várias pessoas que quiseram ajudar, mesmo quando também levam uma vida difícil. Isso deixou-me triste. Mas para compensar, houve pessoas que me marcaram pela sua generosidade, pela humildade, pelo tempo que dedicaram aos outros. Recordo-me de um rapaz que foi ao cabeleireiro cortar o cabelo e que no dia seguinte já estava com uma t-shirt de voluntário vestida, a ajudar a servir jantares na cantina.
Apesar de toda a miséria que vi, aqueles dois dias preencheram-me, reconfortaram-me. Foi bom chegar a casa e olhar para a minha cama com outros olhos. É mesmo importante relativizar os problemas e valorizar estes pequenos momentos. A minha colaboração foi apenas uma pequena ajuda mas senti-me muito bem. Gosto de ajudar e gostei de ver que ainda há muita gente que se preocupa com os outros. Tenho muita vontade de continuar a fazer voluntariado.

09 dezembro, 2007

A SIMPLICIDADE FASCINA-ME CADA VEZ MAIS

02 dezembro, 2007

Every Car You Chase

Para mim esta mistura está... PERFEITA!



MENOS 10 KG!

Há cinco meses decidi que queria mesmo emagrecer porque quando me olhava ao espelho não gostava do que via. Nunca fui magra e todas as dietas que fui experimentando nunca deram os resultados pretedidos e eu desmoralizava logo. Não queria ser magra, a única coisa que desejava era sentir-me bem com o meu corpo. No final de Junho consegui uma consulta com o Doutor Fernando Póvoas e percebic logo que desta vez ia ser diferente. Senti de imediato uma enorme confiança no médico, que não se cansou de me dar força. Fiz, assim, uma dieta equilibrada juntamente com os comprimidos que o Dr. prescreveu e pela primeira vez comecei a ver resultados um mês depois de ter começado a dieta. Sexta-feira passada tive uma consulta com ele e e fiquei radiante porque o esforço (que não foi assim tanto, a verdade é que a dieta não é complicada) valeu mesmo a pena. Em cinco meses perdi 10 kg, tendo em conta que fiz na minha viagem ao Brasil uma pausa no regime alimentar. O mais importante é que tenho andado a aprender a comer de uma forma correcta e nunca me senti tão bem! Agora começo a sentir que o meu corpo e a minha mente convivem de uma forma harmoniosa. Hoje gosto mais de mim do que há cinco meses atrás. É uma questão de vaidade, de amor-próprio, de auto-estima, equilíbrio e, o mais importante, de saúde. Fi-lo por mim, pelo meu bem-estar. Estou feliz. Obrigada, Dr. Póvoas!

Já está na árvore o meu presente... De mim para mim! Entrei na Fnac e não resisti... É uma das minhas séries preferidas e apesar de já ter visto a maioria dos episódios perdi alguns! Os outros irei rever com muita atenção!


E lá chegou DEZEMBRO


Confesso que o último mês do ano é o meu preferido. Porque: É NATAL! Vivo esta época intensamente. É um mês em que me sobreponho à ditadura do tempo e faço aquilo que gostaria de fazer todo o ano. Escrevo postais às pessoas que estão longe para que me sintam mais perto, ou simplesmente àquelas que são especiais. Escolho lembranças para quem está no "passador", tentando fugir ao máximo do stress que isso pode envolver. Normalmente antecipo-me à loucura das compras natalícias, acho que não faz sentido um acto de prazer transformar-se num autêntico pesadelo. Torno-me menos egoísta, mais nostálgica, mais lamechas (será possivel?!). Vejo pela milésima vez o "Love Actually" e ouço vezes sem conta a banda sonora do filme ou o álbum de Diana Krall "Christmas Songs". Apercebo-me de que tenho tido imensa sorte na vida e faço um balanço do ano que está prestes a terminar e tento perceber se consegui realizar alguns objectivos que determinei no início do ano. Acho que em Dezembro consigo mostrar mais aquilo que sou, é mais fácil falar do que sinto, como sinto... Torno-me uma pessoa menos racional, mais impulsiva. Valorizo mais as coisas, que à partida parecem insignficantes. É bom, gosto dessa sensação.
Neste mês as pessoas estão mais pacientes, mais próximas, mais atentas... Parecem mais felizes, em paz. Pode ser apenas uma ilusão - há quem disfarce bem - mas é agradável ver que as pessoas sorriem mais nesta época.
ADORO O NATAL E OS EFEITOS QUE ESTA ÉPOCA ME PROVOCA!

25 novembro, 2007


ESCOLHER
Umas vezes escolhemos, outras vezes somos escolhidos. Às vezes podemos ter a sorte de escolher quem também nos escolhe. O verbo escolher implica abdicar de algo. Para escolhermos uma coisa, perdemos outra. Talvez não seja perder no sentido negativo do verbo, mas uma perda relativa, de uma hipótese que foi afastada para podermos viver a outra opção. Com o passar dos anos tenho percebido que inconscientemente tenho feito muitas escolhas. De experiências. De vida. De pessoas. Nestes 25 anos conheci muita gente e percebo que há uma espécie de selecção natural, de filtro, que tem prendido apenas algumas pessoas à minha vida. Tal como no leite fervido que mergulha através do passador, na minha vida só tem ficado a nata da nata - as pessoas que REALMENTE são importantes. Não interessam as distâncias, não interessa o tempo que passo com elas, não interessa se as conheci no ano passado, ontem, ou se já as conheço desde que nasci. Cada vez que estou com essas pessoas sinto que ainda no dia anterior estivemos juntas. É a isso que chamo amizade, amor, cumplicidade. Basta um olhar, um gesto, um sinal para nos percebermos, para nos rirmos, para chorarmos. Partilharmos.



Depois olho para trás e reparo que pelo passador evaporaram-se muitas pessoas, que até numa determinada parte da minha vida pareciam nata. Ilusão. Desilusão. Indiferença. Evaporaram-se. Não sinto saudades delas. Não sinto vontade de as rever. São as pessoas do "olá! Tudo bem?". Antes ainda dizia" temos de combinar qualquer coisa", quando as via. Agora não estou para isso. Já não as conheço e elas também não me conhecem. O que é que temos para partilhar? Lembranças. Passado que já passou pelos buracos do passador.



Já fui escolhida, já escolhi e já tive a sorte de escolher quem me escolheu. Mas ainda há espaço no passador!


Corria-lhe a vida como o sangue lhe circulava nas veias. Depressa, num acelerar constante, sem tempo para pausas, intervalos. Reflexões, até. O ruído do despertador interrompia a melhor parte do sono dela, em que sonhava que o tempo parasse, ou pelo menos andasse mais devagar, num compasso lento, que lhe permitisse, saborear, mastigar, cada minuto, cada segundo, da vida. Dava banho aos miúdos e vestia-os à pressa. O pequeno-almoço era tomado no carro - iogurtes líquidos e pacotinhos de bolachas. Eles não se queixavam, já estavam habituados àquela correria. Os miúdos falavam muito no carro, ela atendia os telefonemas da empresa, que eram sempre tão urgentes. Deixava os filhos na escola, olhava-os pelo retrovisor. Eles atravessavam de mãos dadas a rua, na passadeira, enquanto ela agendava mais uma reunião. Avançou na estrada e reparou que os enfeites de Natal já tinham vestido as ruas. Desligou a chamada. Pegou no seu palm e percebeu que já era dia 15 de Dezembro. Parou o carro junto a um candeeiro, agora enfeitado com folhas a imitar azevinho. O telemóvel tocou mais uma e outra vez. Ela olhou para o visor, onde se lia empresa e desligou o aparelho. Parou a vida durante dez minutos. Lembrou-se dos Natais na aldeia, com a família reunida, das rabanadas feitas pela mãe, das filhós da tia Rita, do cheiro a lenha a arder na gigantesca lareira da sala, do musgo que apanhava para o presépio, do sabor do vinho do porto com canela, que o pai preparava com tanto entusiasmo. Das gargalhadas que se prolongavam até à madrugada. Pela primeira vez teve tempo de sentir saudades. Pela primeira vez lembrou-se que os filhos nunca tinham tido um Natal a sério, como ela sempre teve até sair da aldeia. Ligou o telemóvel e fez uma chamada para a mãe. “Este ano contem connosco para o Natal.” Saiu do carro e sentiu o frio gelado a entrar-lhe pelos poros. Fechou os olhos e deixou-se estar assim, quieta, sossegada, parada no tempo. Desta vez era ela a dar ordens ao relógio, a exigir que ele parasse. Sentou-se num banco de jardim e apertou mais o cachecol de lã macia. Acendeu um cigarro e saboreou-o até ao fim. Lembrou-se dos miúdos. Só uma chamada da empresa voltou a interromper os seus pensamentos. Ela deitou o telemóvel no caixote do lixo mais próximo. Voltou a entrar no carro e só parou à porta da escola dos miúdos. Foi buscá-los. Eles ficaram baralhados. “O que é que vieste cá fazer?”- perguntou o mais velho. “Estava a escrever a carta ao Pai Natal, mamã”, disse o mais novo. Pela primeira vez ela quis saber o que é que o filho tinha pedido. Era sempre mais prático os miúdos assinalarem nos catálogos dos hipermercados os brinquedos ou jogos que queriam ter. Ela limitava-se a pedir à secretária para os comprar. “Pedi ao Pai Natal para te trazer muitos relógios, para teres mais tempo”. Ela ficou arrepiada com as palavras do filho. Deu as mãos aos dois e avançaram juntos até ao carro. “Onde é que vamos?”- perguntou o mais novo. “Não tens de ir trabalhar?”, o mais velho estava cada vez mais confuso. Ela esboçou um sorriso doce e olhou-os por instantes, como se os estivesse a ver pela primeira vez. Reparou que eles tinham crescido, percebeu que não olhava para eles, com olhos de ver, de sentir, há muito tempo. Anos, talvez. Aconchegou-lhes os casacos e disse: “Vamos para casa… Ainda não montámos a árvore de Natal”.

22 novembro, 2007



Como bons portugueses que somos... Lá nos
SAFÁMOS!




"À rasquinha", claro! A selecção nacional faz-me lembrar o Real Madrid de Figo, Beckam, Ronaldo... Jogadores brilhantes, autênticas estrelas, mas que não funcionavam como equipa. Sou uma fervorosa adepta da Selecção, daquelas que vibram, que gritam, que choram, pulam! Ao contrário de Scolari, acho que a fase de apuramento podia ter corrido muito melhor. Mesmo com todos os problemas julgo que a nossa equipa podia ter dado mais alegria aos portugueses.

Gosto do Scolari, sempre gostei. Acho piada ao mau feitio dele e à casmurrice. Reconheço que o treinador já esteve mal nalguns momentos mas o Mister Felipão já me deu tantas alegrias que me permite desculpar as gafes que ele dá de vez em quando. Foi preciso vir aquele homem para revolucionar a ligação entre os portugueses e a selecção nacional- esse tem sido o maior feito dele!

Estou com muita esperança no Euro 2008 e espero que esta selecção consiga mostrar à Europa e ao resto do mundo o seu talento. Eu cá estarei para os apoiar, sempre! Sem assobios.

Comunidade Vida e Paz

Já há algum tempo que ando com vontade de fazer voluntariado. Fiz várias pesquisas sobre instituições mas a verdade é que fui adiando este desejo. Não sei se por falta de coragem, se por comodismo, se por egoísmo, se pelo facto de ter medo de falhar. A verdade é que essa ideia de voluntariado, na minha cabeça, sempre esteve associada aos sem-abrigo.
Por destino ou acaso, este mês recebi um mail da comunidade vida e paz a pedir voluntariados para a organização da festa de natal que aquela instituição promove todos os anos. Inscrevi-me de imediato, para a formação e para colaborar em dois dias da festa. Ontem foi um dos dias de formação e fiquei completamente surpreendida pela quantidade de pessoas que encheram a cantina da cidade universitária. Não havia sequer lugares para tanta gente. Jovens, adultos, pessoas cuja idade se reflecte nas rugas e nos cabelos brancos, mães e filhos, casais... Enfim, todos unidos por uma causa nobre. Vou colaborar em duas tarefas- no cabeleireiro (não, não vou cortar o cabelo aos convidados, isso vai ser feito por profissionais), vou maquilhar as mulheres, arranjar-lhes as mãos, lavar o cabelo dos convidados, varrer e limpar o chão... Enfim, vou fazer tudo para que aquele dia seja especial para eles, quero que naquele momento sintam que alguém está a cuidar deles. Depois, vou estar na distribuição das roupas. Gostava muito de trabalhar na área do acolhimento mas foi a mais concorrida. Portanto, decidi ir para os sítios em que fizesse mais falta. Estou muito entusiasmada com este evento, acho que vai mudar alguma coisa em mim. É pena (e contra mim falo) que as pessoas só façam solidariedade quando há campanhas, principalmente, no Natal.

20 novembro, 2007

JUST BREATHE

Depois de uma tarde melancólica de domingo passada no sofá, com uma manta sobre as pernas, a ver a série, dei por mim a pensar: será que é mesmo pior estar mal acompanhada do que sozinha? Este tempo, esta chuva, este cheiro a Natal, destapam a minha sensibilidade. Assim não dá! Ainda estamos a um mês do Natal!

16 novembro, 2007

09 novembro, 2007

03 novembro, 2007

Praia Rio da Barra


Viva as trancinhas!


A nossa pousada


O melhor vendedor de biquini!


305


PRAIA DOS NAMORADOS


VIDA DIFÍCIL


Dieta da Vanessa


QUE SAUDADES DO PORTINHA!

Praia do Espelho... A mais bonita que vi até hoje


Olha as caipirinhas!


Praia do Espelho


Trancoso



FÉRIAS EM ARRAIAL - QUE LEGAL!


Ontem cheguei a Lisboa vinda de uma semana de férias inesquecíveis. Foram apenas sete dias mas tiveram tanta qualidade que, apesar de ter sabido a pouco, consegui vivê-los intensamente e aproveitá-los ao máximo. Estava a precisar de desligar do trabalho e da rotina e... CONSEGUI!

Mais uma vez a minha amiga Vanessa mostrou ser uma excelente compincha de viagens. Temos ritmos parecidos por isso é que as trips correm sempre tão bem.

Arraial d'Ajuda é um pequeno paraíso do outro lado do oceano Atlântico, no sul da Bahía. É um sítio calmo, charmoso, onde as pessoas vivem o dia a dia de uma forma tranquila, sempre com um sorriso nos lábios. Tive a sorte de ficar instalada na Pousada Canto d'Alvorada, mesmo em cima da praia de Araçaípe. A pousada é um lugar relaxante, rústico, com uma localização fantástica. A praia é óptima e os transportes para ir para o centro de Arraial ou para Porto Seguro param todos mesmo à frente da pousada. As pessoas que trabalham lá são de uma simpatia e generosidade impressionantes. A Mira, sempre com um sorriso pronto a oferecer e a dar umas dicas para tornar ainda melhores os nossos dias; a Cristina, também uma "flor" de pessoa, com um sorriso contagiante, que adora fazer bijuteria. A Nei, que durante os pequenos-almoços e no bar da praia, tudo fazia para que as pessoas se sentissem em casa. A querida Nona, uma "avó" italiana, que vai arranhando um português para se fazer entender. Mas o olhar ternurento daquela senhora espelha ao longe a sua doce personalidade. A Nona é a mãe da proprietária da pousada e sempre que pode vai dar uma ajudinha à filha. Também não me vou esquecer do pessoal do bar de praia, do Carlos do restaurante, e de toda as pessoas que trabalham arduamente para que aquela pousada seja a nossa casa enquanto lá estamos.

O pequeno-almoço é divinal: sucos naturais (nada de gelo), batido de morango, leite, café, os mais variados chás, cereais, ovos mexidos, frutas doces e suculentas, o viciante pão de queijo, servido bem quentinho, o pão fresco, as rabanadinhas, os bolos caseiros- de coco (o meu favorito), o formiga, o de abacaxi, o de chocolate, o de banana, o de maracujá, o de laranja, o de milho... (A minha sorte foi ter andado sempre muito durante o dia para compensar as facadinhas no doutor Póvoas).

Na praia, o Jô era o rei do biquini bordado e a Flávia a rainha do biquini fashion! Ele era uma autêntica personagem! Simples, humilde, com uma história de vida fantástica. Ele é mesmo o verdadeiro fura-vidas! Também uma simpatia, para variar naquele sítio paradisíaco! O jeremias é um menino lindo, que quer ser advogado quando for grande- Foi com um olhar tímido que nos pediu para lhe deixarmos os produtos de higiene quando nos fôssemos embora. Claro que eu e a Vanessa metemos num saco tudo aquilo que podíamos para ele partilhar com o Jorge, outro menino da praia. O Jorge vende pulseiras e fios e já sabe tudo sobre bons negócios. Trabalha de manhã na praia e à tarde vai para a escola, em Porto Seguro. Impressionou-me a sua inteligência e a sua maturidade. Parece que ali as crianças são obrigadas a crescer à força.

Arraial é um lugar especial, que atrai uma grande comunidade hippie, sobretudo de artistas. Pessoas de todo o mundo encontram em naquela vila uma enorme paz de espírito. Muitas delas são viajantes, que atravessam rios e oceanos, vivendo daquilo que fazem com o material que vão encontrando pelo caminho. O Marcelo anda há quatro anos a viajar pela América do Sul e tenciona vir para a Europa. Vende brincos, colares e pulseiras, feitas de pedras ou sementes. Foi o rapaz mais bonito (é muito exótico) que vi em Terras de Vera Cruz. Comprei-lhe uns brincos feitos de sementes, que acabei por dar à minha irmã.

Os guias Andrés e Roberto, da operadora Paraíso, também foram um apoio fundamental durante a nossa estadia. São extremamente simpáticos e atenciosos. O Roberto veio falar comigo e com a Vanessa porque ele e o Andrés estavam preocupados. Tinham a sensação de que nós não estávamos "enturmadas". Explicámos-lhe que a maioria do grupo era constituída por casais que, apesar de serem muito simpáticos, estavam em lua-de-mel (uns literalmente e outros no sentido prático). Não queríamos ser as penetras dos casais nem de um grupo que estava formado e que a maioria era de outra pousada. Além disso, tinha vontade de aproveitar estas férias ao máximo e não estava muito com o espírito de seguir a carneirada. Uma semana para fazer o que realmente me apetecesse foi um oásis no meio do deserto de um ano muito cansativo mas ao mesmo tempo muito gratificante. A verdade é que tanto eu como a Vanessa conhecemos pessoas fantásticas que estavam na mesma pousada e com quem nos demos bastante bem: a Madalena e o Paulo e a Sandra e o Pedro. Os dois casais do Porto também eram muito castiços, fartei-me de rir com eles. Mais uma semana e tínhamos combinado mais saídas.

Gostei muito do trabalho dos guias e foi bom conhecer a Praia do Espelho, Trancoso, Itapiranga e a Praia do Rio da Barra com aqueles guias, que tão bem conhecem os lugares, e com o grupo. A praia do Espelho foi a mais bonita que vi até hoje. Uma praia selvagem, de águas quentes, rodeada por uma vegetação cerrada, que se perde no horizonte.

Trancoso é uma vila mágica, tem uma energia muito especial, que se sente quando se está lá. Tive de comprar umas pedrinhas, foi mais forte do que eu! Talvez por causa daquela energia contagiante.

Porto Seguro é uma cidade mais movimentada, cheia de comércio e com uma feira de artesanato muito engraçada. A Passarela do Álcool é um lugar a não perder, bem como a visita ao centro histórico da cidade, que conhecemos com a Sandra e o Pedro.

Adorei esta semana e dos sítios que já conheço do Brasil Arraial D'Ajuda foi aquele de que mais gostei. Desde as praias, passando pelo centro histórico (a praça da Igreja), pela Broduei, pelo Beco das Cores, e acabando na gastronomia (que saudades das sobremesas do Portinha, recomendo as queijadas de côco, os brigadeiros, o pudim de leite...) com a picanha do Buenos Aires, a Muqueca de Peixe do Paulo Pescador, a tábua mista do restaurante da pousada, o camarão na moranga, o Bobó de camarão, e acabando no Canto d' Alvorada e nas PESSOAS - que, para mim, são tão especiais como aquele lugar baíano. Quero voltar lá!



24 outubro, 2007

À minha Leonor,
Lembro-me perfeitamente do dia em que a vi pela primeira vez. Estava embrulhada numa mantinha de lã cor-de-rosa, da mesma cor da pele dela, carequinha, de olhos bem rasgados. Tinha um choro grave e franzia o pequenino nariz. Quando peguei nela ao colo foi uma sensação tão boa... Ela ali, quietinha, nos meus braços.
Hoje faz dois anos. Já corre, mexe em tudo, faz queixinhas num português preguiçoso, já gosta de calçar sapatos de mulher, de preferência de saltos altos. É alegre e muito simpática. É linda, linda, linda. Parece a Infanta Leonor, de Espanha. É uma autêntica boneca.
Cada vez que diz "Inha", fico completamente babada. : ))
É pestinha e adora meter-se com o irmão. Mas o que tem de provocadora também tem de meiguinha. Adoro-a.
Quando a minha prima me convidou para ser madrinha da Leonor fiquei radiante ao mesmo tempo senti um enorme orgulho da responsabilidade que me foi confiada.
Muitos parabéns à minha pequenina!

08 outubro, 2007

Foi com grande surpresa e muito agrado que recebi o convite do meu amigo Daniel para colaborar com um artigo/crónica na revista ACTUA, que está ligada à Câmara Municipal de Sines. Num mês de tantos casamentos resolvi escrever um hino, um tributo ao Amor.
Visitem o blogue, onde podem consultar a revista e onde podem ficar informados sobre a agenda e os projectos ligados à Juventude, promovidos pela câmara municipal.
Aqui fica o artigo:
O AMOR É PLURAL


O amor chega e sobra. Enche-nos e esvazia-nos. Ultrapassa-nos e faz recuarmos. O amor é mais que tudo. É uma força estranha que nos faz seguir em frente e que nos prende os passos. Preenche-nos e pode desfazer-nos em pedaços, apertar-nos em abraços.
O amor é plural. Sou eu e tu, somos nós. Eles e os outros.
Quem não ama não vive. Não pode viver… Nem mesmo sobreviver. O amor não pode ser indiferente, não tem meio-termo, não tem espaço para o “assim-assim” nem para o talvez. Quando se ama é de verdade. É tudo ou nada. É uma certeza, uma descontrolada certeza. O amor é incondicional. Não se questiona. Não se justifica. Não se testa. O amor existe porque está lá, porque nos persegue, amarra, sufoca, liberta.
Só se ama irracionalmente – o amor não pode ser pensado. Não obedece aos nossos pensamentos, às nossas vontades racionais. O amor é o cúmulo da emoção. É a chama que nos acende o coração, que ateia os nossos sentidos. Ele prova-nos. Ele toca-nos. Ele vê-nos. Ele cheira-nos, inspira-nos, expira-nos. Ele ouve-nos. Ele cala-nos e pode fazer-nos gritar. O amor consome. Consome-nos. Enlouquece-nos, magoa-nos, derruba-nos. Mas também nos aquece, nos fortalece, nos empurra para a felicidade. O amor é uma sombra, tem de ser.
O amor não se esgota. Pode desvanecer, pode transformar-se mas nunca acaba. É imortal e infinito. Corre nas nossas veias, está colado à pele, aos cabelos, ilumina e apaga o olhar. Aumenta e diminui a temperatura do corpo. Varia mas não acaba. Para mim a serenidade é o estado mais puro do amor. É paz. É sossego e aconchego. É sabedoria.
Viver é amar e deixar ser amado. É sinceridade, grandiosidade e generosidade. É entrega. O amor não se discute. Sente-se e consente-se. Não se planta nem se enterra. Tem de ser cuidado, acarinhado, alimentado… As palavras não lhe chegam.
O amor nasce antes mesmo de nascer.

05 outubro, 2007

LUTA CONTRA A SIDA.
"5 razões para não usar preservativo". O anúncio está IMPRESSIONANTE.

04 outubro, 2007

Gosto quando um ciclo se fecha e outro se
inicia.
CÓDIGO DA BABILÓNIA - A PACIFICADORA
Tenho o hábito de comprar a revista feminina Happy. Identifico-me com ela, normalmente traz artigos diferentes, práticos e interessantes. Desta vez chamou-me a atenção o teste do eneagrama, que tem raízes na antiga Babilónia. É um teste de personalidade, baseado em 36 questões cujas respostas vão atribuir o tipo de personalidade da pessoa que faz o teste (do tipo 1 ao tipo 9). Ao que parece o departamento de Recursos Humanos de várias multinacionais tem andado a apostar neste teste para recrutar pessoal.
Respondi às 36 perguntas e descobri que sou do tipo 9 - A Pacificadora. Ou seja:
"Harmonia e pacifismo são as principais características da mulher com personalidade tipo 9. Dignas de confiança e emocionalmente estáveis, são geralmente muito criativas, optimistas e conciliadoras. Para preservarem a paz num ambiente são capazes de grandes esforços. Fogem da tensão, têm dificuldade em dizer "não" e minimizam ou evitam os problemas. Por serem pró-activas não aceitam a teimosia e inércia dos outros. São óptimas a resolver conflitos e a tranquilizar ambientes."

29 setembro, 2007

se um dia me aproximar de ti
não penses que é só um flirt
não julgues que é um filme
que já viste em qualquer parte
pensa bem antes de agires
evita ser imprudente
faz a carta do meu signo
e vê à lupa o ascendente

27 setembro, 2007





Eles caminhavam de mãos dadas junto ao rio. Os passos eram lentos e arrastados, os sapatos pretos, bem engraxados, e as sandálias de couro castanho colavam-se ao chão, como estivessem a exigir ficar mais tempo naquele lugar. O silêncio era apenas interrompido pela brisa quente que soprava de sul e pelo barulho dos saltos dos sapatos dela, cada vez que tocavam na calçada. Sabiam que o amor que tinha estado tanto tempo trancado no baú estava prestes a saltar-lhes pelos poros. Naquela tarde quente de Julho fizeram exactamente o mesmo percurso que Alice tinha feito quando conheceu Manuel. Encontraram-se numa esplanada da Baixa. Ela tinha ido comprar tecidos com a irmã. Ele lia uma revista de viagens e fumava tabaco de enrolar. Os olhares deles cruzaram-se e prenderam-se um ao outro. Ele, que sempre foi mais espontâneo, convidou-a para lanchar. A irmã afastou-se com a desculpa de que ia à farmácia e deixou-a ali sozinha com ele. Ele falou-lhe de viagens, de gastronomia, de vinhos, do seu Alentejo. Ela contou-lhe que era costureira. Falou-lhe das sedas, dos algodões, dos cetins e das fazendas. Comeram pastéis de nata e saborearam um café com um travo a canela. Contaram histórias, partilharam experiências, riram-se e encontraram-se. Foi naquela tarde que a vida deles se cruzou. Tinham vinte anos e muitos sonhos pela frente. Ela acreditou que era amor à primeira vista e ele deixou-se levar pela alegria e doçura que ela lhe dava todos os dias. Casaram-se e durante dois anos viveram um para o outro, um pelo outro, os dois num só. A paixão desabrochava como uma frésia na Primavera. Era doce, perfumada, fresca e ao mesmo tempo delicada. Ele tornou-se um grande repórter e ela ficava cada vez mais tempo sozinha, em casa, na companhia das plantas que ia comprando. Ele escrevia cartas e ela guardava-as num baú. Chorava cada vez que lia as palavras dele e pedia a Deus que o trouxesse o mais depressa possível. Ela cozinhava, lavava a roupa, costurava, limpava a casa sempre na esperança que ele voltasse naquele mesmo dia. Passou um ano e ele não apareceu. Passou-se outro e mais outro e as saudades iam ficando acumuladas no baú, misturadas com as cartas. Meses depois ele deixou de escrever e ela pensou no pior. Ia à Igreja todos os dias, acendia velas, punha a mesa para dois, cozinhava os pratos preferidos dele para o jantar e fazia-lhe fatos de linho e de fazenda. Dez anos de esperança, trinta anos de amor. Quarenta décadas depois ele voltou com uma família nova, já era pai de dois filhos, e tinha ficado viúvo há uns meses. Arrependeu-se de ter abandonado Alice, a mulher que contava os dias para o reencontrar, que prometeu por várias vezes ir a Fátima se o seu Manuel voltasse. Uma mulher que passou três décadas, sozinha em casa, na companhia das plantas, à espera do homem que ainda a fazia suspirar cada vez que pensava nele. Alice tinha-se despedido dos últimos trinta anos da sua vida vazia, sufocada por quatro paredes, e decidira ir para um lar, no Chiado, onde podia espreitar a vida da Baixa através de uma janela.
Foi daquela janela que avistou Manuel, que subia a rua do Alecrim com algum esforço, abrigado pela sombra. O coração dela disparou. Não, não era uma taquicardia daquelas a que ela já estava acostumada e para as quais o médico lhe tinha receitado medicamentos. Era amor, eram saudades, era a vontade de abraçar Manuel, que fizera com que o coração disparasse. Alice desceu as escadas o mais depressa que pôde, agarrada ao corrimão. Antes de sair olhou-se ao espelho e reparou que não tinha pintado o cabelo e percebeu que na sua pele tinham brotado mais rugas, que lhe vincavam o olhar. Abriu a porta e seguiu o perfume dele. Ainda era o mesmo, um perfume fresco, uma mistura de damasco e menta. Alice chamou Manuel. Ele olhou de imediato para trás. Os olhares cruzaram-se quarenta décadas depois de se terem enfrentado pela última vez. Não era o Manuel, o seu grande amor, era Jerónimo, um ex-coronel que vivia há uns meses na Rua da Prata. Nunca se tinham cruzado. Ele, que sempre desconfiou das partidas do destino ou de milagres, acabou por agradecer a quem colocou Alice no seu caminho. Aquele seria o primeiro dia de uma velhice passada a dois, no meio de quarto paredes, com uma janela sobre o Chiado. A velhice devolveu-lhes a vida, o amor, e preencheu a solidão a que ambos pareciam estar destinados.

25 setembro, 2007

FINALMENTE... A BÔDA!
Depois de meses de preparativos eis que chegou o dia 21 de Setembro de 2007. A noiva passou a noite de 20 para 21 cá em casa, no quarto dela, que agora é o meu (no fundo, continua a ser nosso). Dormimos juntas, partilhei com a minha mana a última noite de solteira da vida dela. Infelizmente não lhe pude dar a atenção que ela merecia porque estivemos a testar a surpresa que preparámos para os noivos (eu e os irmãos do Francisco - a Joana e o António). Quando cheguei ao quarto já ela estava a dormir. Estava tranquila, serena. Fiquei algum tempo a olhar para ela, antes de adormecer. Ainda lhe perguntei se estava tudo bem e ela, a tentar vencer o sono, respondeu que sim. Sorriu e voltou a render-se aos sonhos.
Ainda acordei durante a noite com um nervoso miudinho. Bebi água, li o jornal e voltei a adormecer.
O despertador tocou e descemos até à cozinha para tomar o pequeno-almoço com os meus pais e primos. Ela continuava tranquila, afinal esperava-a um dia muito feliz.
Ainda tratámos de algumas coisas calmamente e fomos para o cabeleiro, tratar dos cabelos e maquilhagem (coisas de mulheres!). A minha mãe despachou-se primeiro e eu também não demorei muito tempo (felizmente).
Cheguei a casa e engoli qualquer coisa, que as horas começavam a aproximar-se. Tratei do material que era preciso levar e ainda falei com o Francisco, cuja voz, aparentemente, estava serena.
Percebi que o meu pai, que é mestre em esconder as emoções por baixo da carapaça, estava ansioso.
Vesti-me e coloquei as coisas que precisava de levar para a Igreja dentro do carro. Quando a minha irmã chegou fiquei deslumbrada com a maquilhagem e o penteado... Estava linda, linda, linda! Subiu a correr para vestir o tal vestido, aquele que escolheu para celebrar o dia mais feliz da vida dela (pelo menos até agora). A Natália, a nossa querida amiga e cabeleireira veio colocar-lhe o véu e acabou por ajudá-la a vestir-se. Quando entrei no quarto, deparei-me com a noiva mais bonita que vi em toda a minha vida (tenho noção de que sou suspeita... Mas ela estava deslumbrante). Enquanto colocava perfume dizia que estava a começar a sentir borboletas no estômago. Quando ela desceu as escadas o meu pai olhou para ela muito emocionado. O fotógrafo e o câmara começaram a trabalhar de imediato. Ainda tive tempo de tirar umas fotos e mal a Joaninha chegou fomos directas para Colares, a trinta à hora (digamos que tivemos um bocadinho de azar ao atravessar a serra atrás de uma caravana). Enfim... Já o noivo me ligava a perguntar pelos missais.
Lá chegámos à Igreja, que estava muito simples mas muito bonita, cheia de rosas brancas. Com a ajuda da Joana e da Joaninha espalhámos os missais no banco. Vi o Ricardo com o quarteto e combinámos um sinal para a entrada da noiva.
As pessoas começavam a juntar-se e o momento tão aguardado estava mesmo prestes a acontecer.
Os meninos das alianças, o Manel, a Leonor e o Diogo, estavam lindos, de azul bebé e branco. Entraram e logo a seguir entrou a Andreia de braço dado ao meu pai, que disfarçava a sua emoção com um sorriso rasgado. O Francisco não tirava os olhos da noiva. A música do quarteto encheu a sala. Quando o meu pai "entregou" a Andreia ao Francisco eles olharam-se com tanta ternura, tanta felicidade, tanto amor.
O padre Nuno Westwood celebrou uma cerimónia muito bonita e sobretudo descontraída. Acho que só um padre como ele era capaz de me aproximar da Igreja pelo seu discurso tão actual, moderno.
Foram feitas as leituras pela Tchi, Ana Rita, Zica e Inês e depois foi celebrado o casamento. O momento foi de muita emoção. Para mim, foi muito especial. Depois da troca de alianças, seguiu-se a oração dos fiéis. Fui ler, com uma voz trémula, quem me conhece, sabe que eu detesto falar assim em público, sou mais "low profile". Fi-lo por eles. Depois foi a vez do António e foi a minha irmã que finalizou com um agradecimento que me tocou em especial, em relação à minha avó Rosa e ao meu avô Manel. Confesso que me emocionei bastante nessa parte.
Depois nós, os padrinhos, fomos assinar a parte burocrática e os noivos saíram da igreja ainda mais felizes do que entraram. Uma chuva de arroz e pétalas voou sobre eles.
Casados de fresco, lá partiram para a quinta. Apesar de algumas pessoas se terem perdido (umas mais do que outras) fomos todos parar à Quinta Velha.
A sala estava muito bem decorada, adorei os candelabros.
As pessoas estavam reunidas, faziam grupos, cumprimentavam-se umas às outras, vi muitos sorrisos, muitos abraços, muitos ajustes de contas com as saudades.
Os noivos, esses, estavam cada vez mais felizes.
Chegou a altura do jantar e lá nos sentámos nas mesas. Fiquei na dos noivos, por causa do estatuto de irmã! : ))
O jantar passou a correr, entre conversas na mesa, nas outras mesas, entre ir espreitar as crianças e matar saudades de pessoas que já não via há muito tempo.
O momento alto do copo de água, foi a abertura do baile, depois de prevaricar no bolo dos noivos (é a facadinha, Doutor Póvoas!). Embora o noivo e a noiva não se tivessem ajeitado muito bem com a valsa (para o ano ofereço-lhes um curso intensivo de dança) o som começou a ligar as pessoas à corrente. A partir do Möet & Chandon tudo mudou... (apesar de eu só ter bebido o néctar muitas horas depois). Na pista de dança, os corpos soltavam-se descontroladamente. Um passinho para aqui, outro passinho para ali, muitos sorrisos, risos, olhares... A diversão dos noivos propagou-se pela sala inteira. Foi lindo! Estava toda a gente feliz, ou pelo menos a maior parte. Ora se brindava a tudo, ora se fazia uma coreografia organizada, ora se brincava, ora se fumava um charuto ou cigarrilha... Ora se bebia! Enfim, houve um momento em que percebi que toda a gente estava na mesma onda, a da boa disposição!
O noivo estava tão descontraído, tão divertido, sempre de copo e charuto na mão (está registado!). A noiva cada vez que dava um passinho era mais um pedaço de véu que ficava no chão.
Chegou a hora da surpresa, que preparámos com tanto carinho. Depois de uma coluna de som ter estoirado e alguns problemas técnicos terem sido resolvidos conseguimos passar a apresentação que fizemos no powerpoint para os noivos. Eles adoraram. A verdade é que ouvi muitos risos e vi lágrimas no rosto da Andreia (para lamechas basto eu!). Tenho de agradecer a todas as pessoas que contribuiram para este projecto ( a Joana e o António, claro, e a todas as outras que forneceram fotografias).
Depois daquele momento, o baile continuou, com menos pessoas, é certo. Só ficaram os resistentes, mas fomos suficientes para manter a festa até às quatro e tal da manhã. Mas a diversão não parou aí. A Li, Nuno, Tchi, Ana Rita e André tinham preparado a noite de núpcias para os noivos (com o pormenor de eles não saberem onde é que iam passar a noite). Portanto, depois de levantarmos acampamento da quinta, o André e a Ana Rita comprometeram-se a levar os noivos até ao hotel e eu e a Joaninha íamos atrás dele, em caravana. Mas combinámos pregar-lhes uma partida. Páramos na IC19, junto ao Motel Requinte e tentámos convencê-los de que ali seria o ninho de amor deles naquela noite tão especial... Coitadinhos! O Francisco já estava por tudo. DE charuto na mão, ia dizendo "bora lá, eu fico em qualquer lado!". A minha irmã recusava-se a sair do carro, estava tão deprimida... A Joaninha era a mais convincente: "vão ficar na melhor suite, é linda, têm uma piscina só para vocês!". Quando saímos todos do carro (menos a Andreia que teimava em recusar aquela realidade) e o vento gelado que vinha da serra começou a invadir-nos as entranhas, resolvemos dizer a verdade: Estávamos a brincar! A expressão da noiva foi de alívio e o noivo só se ria. Seguimos viagem até Cascais. ELa ia de olhos vendados mas o noivo não aguentou o suspense. Foi então que parámos o carro mesmo em frente ao Hotel Miragem, onde a noiva tinha estado no próprio dia a arranjar o cabelo!
Eles ficaram radiantes com a surpresa. Entrámos todos no lobby. Ela com o vestido de noiva que tinha passado do tom champanhe para o cinzento e ele, desgravatado, de charuto na mão. Despedimo-nos deles e voltámos para o carro. No quarto, esperavam-lhes morangos com chocolate, champanhe, pétalas de rosas em cima da cama e uma vista sobre a praia deslumbrante!
Quando cheguei a casa estava de rastos mas adormeci com a certeza de que aquele tinha sido o casamento dos sonhos da minha irmã. Fiquei muito contente por ela. Não só pela cerimónia e pela festa ter corrido bem como, sobretudo, por ela ter encontrado a pessoa certa, que a faz muito feliz. Confesso que adoro o meu cunhado (agora é mesmo oficial!).
Foi um dia inesquecível! Adorei estar com a família mais próxima, com a família que vejo menos vezes, com a família que vive longe mas que consegue estar sempre tão perto, com os amigos (que no fundo, são a família que nós escolhemos). Gostei muito de conhecer outras pessoas, adorei o espírito do casamento! Está guardado no albúm dos melhores momentos. Agora falta o vídeo e as fotos!

Quando chegou a domingo, fiquei com uma sensação de vazio inexplicável. De repente, toda a gente se tinha ido embora e a casa estava vazia. Senti-me invadida por uma melancolia, daquelas pós-Natal, que sinto sempre no dia 26 de Dezembro. Mas já passou!

O casalinho tem dado notícias, a viagem está a correr muito bem. Estão a adorar a lua-de-mel. : ))


23 setembro, 2007



Olh'Ó NELSOL!!!






























A DESPEDIDA!


Pois que a noiva nada sabia do que a esperava no dia 8 de Setembro de 2007. Foi tudo combinado ao pormenor, queríamos uma despedida de solteira diferente (sem direito a véus pirosos, streaptease e bouquets sugestivos). Só contactei as pessoas que sabia que a minha irmã fazia questão que fossem e acabou por se formar o CDSA (Comité da Despedida de Solteira da Andy) e os membros não podiam ter sido mais participativos. A primeira data (1 de Setembro) teve de ser desmarcada porque infelizmente S. Pedro não esteve connosco. Mas na semana seguinte conseguimos passar um belo dia! Só houve desvantagem - algumas meninas não puderam ir nesse sábado.

Fomos pela a A5 e depois atravessámos a ponte de cabelos ao vento. Mandámos sms à noiva com pistas que davam a entender que íamos para a Costa da Caparica, que era bem bom!
Ela disse que ia para qualquer lado, mas a verdade é que passámos a saída da costa e ela ficou alioviada. Encontrámo-nos na Estação de Serviço do Fogueteiro: a caravana ia crescendo: eu, a noiva, a prima Rita, a Tchi, a Ana Rita, a Li e a Sofia. Depois só parámos em Setúbal, a terra do nosso querido Toy, do choco frito e do Mourinho! ELa ficou radiante quando percebeu que íamos apanhar o barco para Tróia. Foi uma viagem maravilhosa, rimos, tirámos fotos, apanhámos a brisa fresca do mar. Quando chegámos a Tróia, o último quizz: E a noiva acertou em cheio: PRAIA DA COMPORTA!
Chegámos ao areal eram quase cinco da tarde. Passado algum tempo a Inês e a Teresa juntaram-se ao acampamento. Eu e a Li fomos as únicas corajosas a entrar na água, pois a brisa começava a arrefecer. Posta a conversa em dia fomos gozar os últimos raios de sol para os pufs e para as redes do Comporta Café. Bebemos caipiroskas, caipirinhas, ananoskas e ouvimos um saxofonista a tocar... Estava-se mesmo bem!ENtretanto, chegou a Rita, que ficará para sempre a Rita loirinha! Tantas Ritas que fazem parte da vida da minha irmã!
Quando o sol se começou a esconder no mar resolvemos ir para o parque de estacionamento vestirmos o fato de gala! Parecia um acampamento... Roupas em sacos, roupas em cima do carro, meninas em lingerie... Picadelas de mosquitos! Enfim... Muitas toalhitas para tirar o sal e a areia da pele (maldita falta de chuveiro!). O estômago começava a queixar-se, portanto, acabámos de nos arranjar no restaurante Ilha Do Arroz. Adorei! Desde a comida ao atendimento! Recomendo vivamente o restaurante! A noiva estava muito feliz! E as amigas também! Depois de um belo jantar e de shots oferecidos pela gerente iniciámos a distribuição dos mais variados presentes (desde trelas de animais a livros de massagens, passando por botinhas de bebé). A noiva só não conseguiu adivinhar dois presentes através das pistas. Portanto, teve de ir ao castigo depois do jantar.
Ainda houve um presente que chamou a lagrimita: uma compilação de textos que as amigas escreveram...
Os lencinhos foram necessários quando surpreendemos a noiva com uma apresentação de imagens no portátil, com alguns problemas audios (mas fica a intenção).
Depois de um jantar emotivo e muito divertido fomos para a festa de encerramento do Verão no Comporta Café.
Dançámos, rimos, animámos o espaço, que por si só já estava animado. Só faltava o castigo da noiva. De repente, avisto um rapaz de cabelos pelos ombros, desgravatado... E faço sinal à lateira da minha prima Rita. Minutos depois aparece ela a trazer o rapaz literalmente pela gravata. Lá teve e noiva de dançar com o Nelson (para mim será sempre o Nelson!). Digamos que foi um momento inesquecível! Terminado o castigo lançámos o nosso corpo num movimento libertador. De repente, aparece um bailarino, estilo "Angélico" (será sempre o Angélico) e pronto, a noiva começa a entrar em pânico. De facto, ele tinha mais pinta de stripper do que de bailarino! Foi divertido. A caravana começou a abrandar à medida que as horas iam passando. Até que a própria noiva também foi vencida pelo cansaço. Afinal ainda tínhamos uma hora e tal de caminho. Lá resolvemos abandonar o espaço que marcou um dia em cheio! Para a Andreia e para as pessoas que estiveram com ela naquele dia (mesmo a que não puderam estar fisicamente presentes). Em nome do CDSA, quero agradecer as todas as meninas que fizeram parte desta surpresa que tornou o dia da Andreia tão especial!
































Já não escrevo há tanto tempo... Tenho aberto o blogue, penso: "É hoje!" mas depois não consigo escrever nada. Precisei de parar durantes uns bons dias. Foram tantos eventos, andei numa correria, que só me apetece chegar ao próximo fim-de-semana e DESCANSAR!
Mas vamos por partes:
- A GRANDE DESPEDIDA DE SOLTEIRA DA MINHA MANA
- O CASAMENTO DA GRANDE PESSOA, ANA
- O CASAMENTO DA MINHA MANA E DO FRANCISCO

03 setembro, 2007

30 agosto, 2007

Feitas as contas... 25 anos!
Balanço:
- Adoro a minha família, acima de tudo... Tenho a sorte de ter uma família a sério, unida, que se dá muito bem.
- Tenho poucos amigos mas bons (daqueles com quem posso contar sempre);
- Vivo muitos momentos de felicidade e de diversão (sempre em boa companhia, claro)
- Adoro o meu trabalho (não me imagino a fazer outra coisa)
- Já tenho cabelos brancos!
- Já tenho responsabilidades financeiras (leia-se coisas para pagar)
- Sou madrinha (a minha afilhada Leonor é linda)
- Já escrevi um livro (com uma amiga) e vem outro a caminho (como colaboradora).
- Já fiz uma viagem de auto-conhecimento (gostava de fazer novamente)
- Já plantei uma árvore e este ano dediquei-me a plantar várias espécies de flores (mas muitas nem chegaram a nascer)
- Faltam-me os filhos... E o pai deles! Mas isso não é para já ; )
Olhando para trás, estes vinte cinco anos estão a ser muitooooooooooooooooo bons! Olhando para a frente, ainda há tantas coisas que quero fazer...

27 agosto, 2007

Ela morreu carbonizada, dentro do carro, abraçada aos filhos. Esta frase não parou de ecoar na minha cabeça enquanto estava a fazer o esparregado para o jantar. Enquanto os espinafres se misturavam no azeite a ferver eu acabava de ouvir uma notícia que me embrulhou o estômago e que me deixou a cabeça atingir as cinco mil rotações. Até agora.

Não sei quem era a mulher mas imagino-a loura, com o cabelo apanhado por um gancho e com a pele branca, mas dourada pelo quente sol de Verão. Imagino-a a vestir os filhos à pressa, a guardar na mala um pacote de bolachas e uma garrafa de água e a puxá-los para dentro do carro. Tossia com a nuvem de fumo negro que continua a assolar o país e suava em bica enquanto sentava os filhos no banco de trás do carro cinza metalizado. Os vizinhos gritavam para não ir, os bombeiros estariam prestes a salvar-lhes a casa e as vidas. Mas ela não os ouviu, ignorou-os e disse que o fogo lhe podia levar a casa, os móveis, os electrodomésticos e todo o dinheiro mas que não lhe havia de roubar os filhos. Acenou um adeus à pressa e sentou-se ao volante. Os olhos choravam, vermelhos, brilhantes. Perto da retina ainda se avistava uma sombra de esperança. O céu era uma mistura de cinza escuro com laranja forte. As chamas e o fogo fundiam-se num só, com uma força de Adamastor, devorava pinhais, estradas, carris e tudo o que apanhava pela frente, a uma velocidade impressionante.
Ela ligou o motor do opel corsa e os filhos começaram a chorar. Eles olharam para trás e viram os vizinhos a dizer-lhes adeus, a chorar. As mais velhas olharam para o céu e rezaram ao ver o carro a afastar-se. Ela viu a casa, pela última vez, através do espelho retrovisor do corsa. A imagem já estava desfocada, o espelho perdera o brilho desde que o incêndio começara. As paredes estavam manchadas e o jardim coberto por uma camada fina de cinzas. Ela conduziu devagar pelas estradas apagadas e ligou a rádio. Ouvia-se a informação de que várias famílias estavam a abandonar as suas casas e as suas propriedades. O trânsito acumulava-se lentamente, numa luta cruel pela sobrevivência. As crianças choravam, gritavam e ela resolveu mudar a estação da rádio. O barulho dos aviões, das chamas, das sirenes dos bombeiros, das buzinas dos automóveis, contrastava com a serenidade e a doçura da voz de Corinne Bailey Ray a cantar “Like a Star”. O choro dos filhos começou a diminuir de tom. Ela olhou-os através do espelho retrovisor e sorriu. Disse-lhes que ia correr tudo bem. No sentido contrário da estrada vinha um carro a toda a velocidade e o homem que o conduzia esbracejava, gritava para que ela voltasse para trás. A estrada estava a ficar cercada pela fogo. Ela olhou em redor e viu as chamas a aproximarem-se, a devorarem o pinhal e as casas à volta a um ritmo alucinante. O homem acelerou o carro e desapareceu no meio do fumo. Ela olhou para os filhos e eles sorriram. Estavam calmos. Ela olhou mais uma vez em redor e viu o fumo a cercar o carro. A temperatura começou a aumentar muito depressa. O suor misturou-se com as lágrimas que lhe caiam do rosto. Desligou o motor do carro e aumentou o volume da rádio. Tirou o cinto e saltou para o banco de trás, para estar mais perto dos filhos. Sabia que ia morrer. Sabia que eles iam morrer. Tirou da mala o pacote de bolachas e os três comeram-nas. O mais novo pediu-lhe água e ela deu-lha. O mais velho perguntou o que é que estavam a fazer ali. Ela disse que iam fazer um piquenique dentro do carro, para variar. Eles riram-se e acharam boa ideia. Depois queixaram-se do fumo e do calor. Pediram à mãe para ir para a praia. Enquanto tossia começou a sentir-se tonta. Eles queixaram-se com sono. Ela fechou-os num abraço e pediu-lhes que adormecessem. No sonho iam os três para a praia. Ouviam-se as ondas do mar e o cheiro a maresia subia-lhes pelas narinas acima e perfumava-lhes o corpo. À voz de Corinne Bailey Ray sobrepuseram-se os risos das crianças, descalças, na praia, a brincar numa poça, junto à beira-mar. A mãe abraçou-as, apertou-as contra o peito. Depois fechou os olhos com toda a força. Beijou-as na testa e sorriu. A praia era linda.

11 agosto, 2007

Love

Está mesmo em todo o lado. Vai um abracinho?

Ainda consegue surpreender!

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Ratatouille trailer 2

DELICIOSO, completamente apetitoso! Estreia dia 15 de Agosto.

07 agosto, 2007

Fim-de-semana RELAX!
Estava mesmo a precisar de tirar um fim-de-semana longe daagitação da cidade, do trabalho. Mas mais do que isso era urgente dar dois dias de descanso ao cérebro e uma corzinha à minha pele clara. Fui para osossego de Pedras, dormi descansada, apanhei sol, dei muitos mergulhos no mar (tinha tantas saudades, parecia uma criança que nunca tinha visto uma praia) partilhei momentos inesquecíveis com pessoas fundamentais na minha vida e percebi, mais uma vez, que são estes pequenos grandes momentos que me enchem de felicidade. O convívio com a família e com os amigos. É ele que nos enriquece. Revi outros amigos e conhecidos que me fizeram recordar a infância e a adolescência, no tempo em que cada minuto era vivido ao máximo. Jantei em restaurantes com esplanada (comi o meu belo bife de atum - o Dr. Póvoas que não saiba!), percorri as calçadas de Tavira à noite e fiz as minhas caminhadas até à praia. Não vi televisão, não levei o computador, nem sequer li (a não ser a revista Volta ao Mundo, já a pensar nas próximas férias). Levei a máquina mas não tirei fotos. Guardei-as comigo. Porquese há imagens que dispensam palavras também há momentos que dispensam imagens e palavras. Porque aquilo que se passou é muito mais do que as duas coisas juntas. E deste fim-de-semana nunca me hei-de esquecer.

21 julho, 2007

The Fray - How to Save a Life (new music video version)

HOW TO SAVE A LIFE (The Fray)

A melhor música que ouvi nos últimos tempos... ARREPIANTES, a música e o vídeo.
Faz-me lembrar as emoções por que passei no laboratório de Karma - Impressionante!
Pertence à banda sonora da série Grey's Anatomy.





17 julho, 2007

PARABÉNS, PAI!
Sou menina do papá, confesso. Mas o meu pai também é papá da filhinha. Conheço muito bem o meu pai, sei do que gosta, do que não gosta, reconheço-lhe alguns defeitos mas muitas qualidades. Não teve uma infância fácil e como era o mais velho de três irmãos teve de se fazer à vidinha mais cedo. Perdeu alguns sonhos mas construiu outros. Uma família a sério, com a ajuda da minha mãe.
É uma pessoa íntegra, verdadeira, que gosta de estar no seu cantinho mas que não dispensa uma bela patuscada com os amigos.
Este ano a saúde pregou-lhe uma partida e eu fiquei desnorteada mas o meu pai, com aquela calma de sempre, superou tudo.
Fisicamente só herdei o nariz do meu pai e de feitio a necessidade de estar no meu cantinho de vez em quando, a responsabilidade e a serenidade.
Faz 60 anos e está arreliado com o peso da idade. Já lhe disse várias vezes que o importante é sentir-se jovem interiormente. Porque quem olha para o meu pai jamais lhe daria 60 anos.
Amo-o muito.
Começar de novo

(Ivan Lins e Victor Martins)

Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as suas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem suas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
Começar de novo

Fim-de-semana MAIS-DO-QUE-ESPECIAL


Já há alguns anos que me interesso por astrologia. Não propriamente por tarôt... Gosto de mapas astrais e de perceber a sua interpretação. Há uns meses fui desafiada para fazer um laboratório de astrologia Kármica. Um fim-de-semana com um grupo de pessoas, a partilhar várias experiências, a passar pelos doze karmas. Acho que é sempre um pouco assustador fazer uma viagem ao nosso eu, ao nosso auto-conhecimento. Em Março não pude ir mas desta vez senti-me preparada e com uma enorme vontade de partir em busca de mim.

Fiz as malas e lá parti para uma viagem que tenho a certeza de que nunca me esquecerei e que foi o início do processo de uma grande mudabnça interior.

Sorri, ri, pensei, reflecti, partilhei, quebrei, chorei. Chorei muito. Fez-me muito bem. Respirei bem fundo e olhei para dentro de mim. Naquele fim-de-semana não só sobrevivi como vivi. E quero continuar a viver daqui para a frente, sem medos, sem receio de perder. Não é isso a vida? Saborear todos os momentos? Apreciar ao máximo os bons e ultrapassar os maus. É assim que quero viver. Feliz. Em paz.




07 julho, 2007

7/07/2007
Para além de ser um dia especial porque o meu cunhadinho faz anos (Parabéns, mereces ser mais do que feliz - gosto muito de ti) hoje em todo o mundo decorre o concerto Live Earth, que tenta alertar e sensibilizar as pessoas para o mal que andamos a fazer ao nosso ambiente. O probema é muito grave e devemos todos assumir a responsabilidade do estado do nosso planeta. E temos, sobretudo, de fazermos um esforço para minimizar os estragos. Bastam simples gestos para tornarmos o mundo melhor. Reduzir, reutilizar e reciclar são as palavras mágicas! A natureza agradece e nós também!
Até que enfim que uma das minhas escritoras favoritas lançou um blogue! Tive a sorte de conhecer a Ana na escola e de me tornar amiga dela. Escreve maravilhosamente bem e em tudo o que se mete é para ganhar! E não é que ganha mesmo?! Leiam e saboreiem os textos de quem naceu com o dom de mostrar aos outros o mundo através das palavras.

26 junho, 2007

Aimee Mann, a primeira vez em Portugal!



Ela vem cá! Ainda para mais o concerto vai ser no Coliseu de Lisboa, dia 25 de Julho.
Para quem não a conhece pelo nome, Aimee Mann é a responsável pela banda sonora do filme Magnolia. Alguém alinha no concerto?



Aqui fica uma das minhas músicas preferidas dela:


http://www.youtube.com/watch?v=bNbTC6xLVg0

25 junho, 2007

Reencontro de S.João M.

Cada vez mais me convenço de que entre a realidade e a ficção há um espaço bastante ténue. No passado fim-de-semana aconteceu-me um episódio digno de ser contado e que vem a comprovar a minha ideia inicial.

S. João, rumo à Invicta. Três horas no Intercidades, eu, a Pat e a Ana fizemos a festa. Ficamos num hotel simpático, bem no centro da cidade. Num sítio bem esquisitinho, segundo os locais. Eu cá não vi nada! Passeámos pela Ribeira, com os ouvidos bem apurados nos palavrões e depois fomos dar um passeio de barco no Douro, qual turistas! O jantar foi em Matosinhos, num arraial improvisado. Caldo verde, chouriço assado, sardinhas, "fêveras", sangria e leite creme queimado - um banquete bastante festivo! Fomos tratadas que nem princesas! Conhecemos pessoas muito divertidas, extrovertidas, simpáticas. Depois seguimos para o arraial, junto à Foz. Num sítio cujo nome é bem difícil pronunciar. Não arrisco. Entre marteladas, caipirinhas, dança e gargalhadas, descobri-o. Não sei como, nem de onde apareceu mas ele estava ali, mesmo ao meu lado. O rapaz do RER de Paris. Tive uma sensação estranha. Ainda hoje tenho dificuldade em perceber onde começa a realidade e onde acaba a ficção. Ele estava mesmo ali, junto a um dos rapazes com quem jantámos. São amigos. O mais interessante é que nesse dia até lhe tinha mandado um mail a dizer-lhe que ia lá passar o S. João, como fiz com outras pessoas do Porto. Mas ele não tinha ido ao mail nesse dia... De qualquer forma, encontrámo-nos. Sem termos combinado. Foi puramente por acaso. Quase dois anos depois de nos termos conhecido em Paris reencontrámo-nos, no meio da multidão. Conversámos aquilo que as circunstâncias permitiram. Foi muito engraçado. Uma grande surpresa. Em Paris, depois de o conhecer, fui eu que andei à procura dele e encontrei-o. No sábado acho que nos encontrámos. Os dois. Por destino ou acaso.

18 junho, 2007

A lua recortava o céu salpicado de estrelas brilhantes. Ela abriu as portadas do terraço e deixou-se cair na chaise-longue. Estava uma temperatura amena, uma brisa fresca que soprava do mar e que lhe levantava os cabelos negros. Tirou da bolsa uma cigarrilha com aroma de menta e acendeu-a. Olhou para o telemóvel e lembrou-se dele... Ainda tinha no seu corpo o cheiro do corpo dele, um cheiro exótico, a canela. Ainda guardava nos olhos o sorriso ingénuo e uma voz rouca de pronúncia algarvia. Tinha vivido as melhores férias da sua vida desde que se divorciara. Nessa altura deixou de acreditar no amor. Meteu na cabeça que seria incapaz de pensar na ideia de estar com a mesma pessoa até que a morte a separasse dela. Tinha jurado amor eterno uma vez e prometeu que nunca mais o faria.
Chovia torrencialmente quando chegou ao hotel. Nem o guarda-chuva resistiu às fortes rajadas de vento. Meteu-se na recepção o mais depressa que pôde e fez o check in. Entrou numa suite de tons pastel, solarenga, com um terraço virado para a praia. Foi ali que o vira pela primeira vez. Naquela praia cujo areal se perdia de vista. Ele estava ali, com uma serenidade impressionante. Sentado na areia, com o olhar perdido nas ondas. Não era propriamente bonito. Tinha um nariz longo e fino, o excesso de sol tinha deixado marcas no seu cabelo, a pele estava bronzeada, mas tinha um olhar deserto, vazio, e um sorriso apagado. Conheram-se na praia, dois dias depois de ela ter chegado.
(Continua...)